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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A LENDA DE S.VICENTE, OS CORVOS DE LISBOA E O SACRO PROMONTÓRIO

Como viajou S.Vicente de Saragoça, mil anos depois da sua morte de Sagres para Lisboa, guardado por dois corvos e se tornou num dos santos mais influentes em Lisboa e no Algarve? 
...................................Diz a lenda que no tempo do Imperador Romano Diocleciano a Ibéria era governada
pelo delegado imperial Daciano que perseguiu os cristãos e torturou até à morte S.Vicente de Fora, por se recusar a fazer sacrifícios aos deuses Romanos.
Na imagem, S. Vicente estará sobre uma grade em brasas e o representante de Roma a assistir ao martírio.
Conta ainda a lenda que  os seus restos mortais foram bem guardados e quando os Mouros conquistaram aquela região espanhola, foram transportados numa arca resistente e enterrados perto de Sagres, junto ao Promontório que passou a ter o nome de Cabo de S. Vicente.
Reza ainda a história que D. Afonso Henriques, durante a conquista de Lisboa, prometeu construir um convento com o nome do mártir e aproveitou uma moratória de cinco anos de paz, assinada com o rei mouro Albojaque de Sevilha, para encomendar a cristãos valencianos que o ajudaram na batalha de Ourique,o resgate dos restos mortais de S. Vicente de Fora. Nesta expedição a arca já carcomida pela humidade transportou as relíquias até Lisboa e segundo a lenda, dois corvos algarvios, acompanharam a barca com os vestígios do santo. Chegados a Lisboa,(demorou algum tempo a translação), os supostos restos mortais do santo foram transportados secretamente para o mosteiro de S. Vicente, mas os corvos marafados continuaram nos seus postos de vigia, sem retirar as suas delicadas garras, da popa e da proa da embarcação. E conquistaram assim o direito de figurar como símbolo de Lisboa. Segundo o Frei João de S. José, no dia seguinte, os cónegos da Sé com solene procissão, "desviaram" os restos mortais de S.Vicente para a Sé Catedral de Lisboa. Relata ainda o mesmo autor, que 400 anos depois, os dois corvos continuavam a guardar o seu santo protetor e era tão forte esta relação amorosa, que quando um rapazito chamado João apedrejou as  pobres aves, ficou paralisado de braços e pernas. Mas ao que parece, graças às lágrimas do pai da criança junto do sepulcro do santo, o seu filho voltou a recuperar as suas anteriores capacidades, podendo continuar a fazer tropelias.Este santo protetor dos vinhateiros, enólogos e consumidores do sagrado nétar, deu ainda nome aos famosos Painéis de S. Vicente, pintados pelo mestre Nuno Gonçalves, mas essa história não cabe neste breve apontamento. 

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