Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

sábado, 27 de setembro de 2014

AS ANDORINHAS ...estão de partida... voltam na primavera...ou não...

Estas aves simpáticas, que toda a gente recebe com alegria, estão a fazer desfile nos fios de eletricidade na Nave do Barão, reunindo a nova prole e os progenitores, preparam-se para voltar às quentes terras  africanas.Estão a ganhar balanço para atravessar o Mar Mediterrâneo e voar mais de 10 mil quilómetros, que percorrem em seis semanas, para regressar à Namíbia ou África do Sul, de onde partiram há cerca de seis meses.
Pelo caminho vão alimentando-se em pleno voo de moscas e outros insectos, parando de noite para descansar e retomando viagem ao raiar de um novo dia.
Nem todas vão conseguir chegar ao fim, algumas mais idosas ou menos resistentes podem ficar pelo caminho e a essas não voltaremos a ver na próxima Primavera a fazer os seus prodigiosos ninhos, em forma de taça, feitos pacientemente com lama e palha, em locais abrigados do sol e da chuva.
Mas a esmagadora maioria cá estará de novo, anunciando o fim do inverno do nosso descontentamento e cruzando os ares em voos de mestria, exibindo a cauda bifurcada e o seu fraque preto-azulado, contrastando com a parte branca na parte inferior do corpo. Aqui voltam para criar geralmente duas ninhadas com quatro ou cinco ovos, que incumbam entre 22 a 32 dias e alimentam com ternura ainda durante alguns dias, após os primeiros voos para a liberdade e o mundo exterior.
COMO CONSEGUEM ELAS (E ELES) SABER O CAMINHO DE REGRESSO SEM TEREM ESTUDADO GEOGRAFIA?
Esse é um mistério que não estão ainda completamente desvendado e os investigadores colocam algumas hipóteses, nem sempre convergentes.Uns atribuem o sucesso na arte de navegar com orientação planetária a uma proteína chamada criptocromos, que estará presente nos olhos das aves, nas borboletas e também nos humanos, que permitirá identificar os campos magnéticos da Terra.Outros referem a existência de cristais de magnetite em zonas do cérebro, que funcionarão como radares de orientação nas ondas magnéticas terrestres. Sejam estas as fontes de orientação  aeronáutica ou outras ainda desconhecidas,o certo é que elas voltarão num dia de Primavera para povoar os céu de uma contagiante alegria para os humanos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O SÉRGIO E A MARIA REGRESSAM À NAVE DO BARÃO

Parabéns Maria em tempo de festejar a prodigiosa aventura da vida
O Sérgio, filho dos baronensess Teresa e Casimiro, depois de mais de três décadas por terras do Tio Sam, regressou à terra natal onde tem muitos amigos de infância e juventude e desta vez veio para ficar com a sua simpática esposa, beirã, natural de Prados. Nave do Barão dá-lhes as boas vindas desejando-lhes uma longa vida, com saúde,amizade e muita felicidade. Contamos convosco neste desafio nem sempre conseguido de reinvenção do destino na "espuma dos dias".

terça-feira, 16 de setembro de 2014

FRACTAL,a magia da Matemática no mundo real

Para quem ainda não está familiarizado com o termo, trata-se de uma figura geométrica dividida em partes sucessivas tendo cada uma das partes semelhança com o modelo replicado.
Não admira que muitos não conheçam esta novidade porque foi uma grande revelação Matemática na década de 70 do século XX, e surge associada  à Teoria do Caos. A Geometria Euclidiana revelava a sua incapacidade para explicar certos fenómenos o que levou alguns matemáticos modernos a encontrar respostas na Geometria Não-Euclidiana.
Na natureza à nossa volta podemos encontrar fractais naturais, que têm estruturas complexas e parecem ser possuídas por uma estranha magia. Alguns encontrarão nestas maravilhosas imagens a mão divina, outros como eu dirão que são fruto de uma dialógica complexa entre o "acaso e a necessidade". Mas as imagens falam por si.












sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O DRAMA DA EMIGRAÇÃO JUVENIL-Portugal empobrece para enriquecer os países mais ricos

O mês de agosto foi desde há muitos anos nas aldeias portuguesas tempo de festa e de reencontro com os emigrantes que partiram em busca de uma vida melhor.
A nova realidade que vivemos com o preocupante empobrecimento e o imenso desemprego, impostos por uma receita neoliberal, colocou os mais pobres a pagar os desmandos e fraudes da alta finança especulativa, obrigou de novo muitos portugueses a procurar noutros países o que era negado na sua pátria.
Ainda nos custa a aceitar esta verdade amarga de ver eleitos para governar países aqueles que foram cúmplices do descalabro financeiro mundial, que eclodiu  nos EUA em 2008 e depois tenham inventado o conceito de Dívida Soberana, juntando Dívida Pública, diminuta em comparação com uma  exorbitante Dívida Privada, fazendo-nos pagar os custos da crise e ainda por cima os juros de empéstimos contraídos para salvar a pele de representantes da alta finança.
Mas depois deste desabafo voltemos ao nosso tema e os números não enganam, a emigração cresceu nos últimos quatro anos 155%, dos quais quase meio milhão são jovens entre os 15 e os 29 anos.
Perante as dificuldades e minguada a esperança no futuro, a maioria dos jovens entrevistados, num estudo recentemente realizado, são claros na sua intenção de abandonar Portugal à procura de destinos mais promissores.Foi de resto o primeiro ministro Passos Coelho que exortou a juventude a emigrar, que todos sabemos ser a geração mais habilitada que alguma vez tivemos. Este êxodo juvenil, além de dramático para cada jovem e respetivas famílias, compromete inevitavelmente o futuro de um país que ficou mais pobre e envelhecido, contribuindo curiosamente com este capital humano, para tornar mais prósperos os países mais ricos da Europa.

UMA FAMÍLIA EMIGRANTE EXEMPLAR, QUATRO HISTÓRIAS DE VIDA

Num destes domingos encalorados de agosto, que na Nave do Barão são escaldantes,tivemos na Associação "Os Barões" a simpática visita dos nossos conterrâneos Faísca e esposo Valério e da sua elegante filha Sandrine. Este casal de emigrantes partiu nos anos sessenta para França, por lá tiveram dois filhos  (o Tierri e a Sandrine) e com muito trabalho e sacrifícios, conseguiu realizar os seus projectos de uma vida melhor.Regressaram a Portugal, acalentando a esperança de que os seus filhos aqui pudessem singrar e ser felizes. O Tierri terminou os seus estudos superiores, veio antes do regresso dos pais experimentar a sua integração na pátria paterna, mas depois de alguns anos e de várias experiências profissionais insatisfatórias regressou a França, onde conseguiu o reconhecimento profissional dos seus méritos. A Sandrine veio mais tarde com os pais, completou os seus estudos secundários e superiores em Portugal, mas tal como o irmão, foi em França e depois na Alemanha que conquistou por mérito próprio o merecido prestígio profissional.
Estes e outros exemplos e histórias de vida dos nossos emigrantes, que nas terras de adopção foram excelentes trabalhadores e deixaram saudades, deve ajudar-nos a repensar o país que somos e o país que queremos.O futuro da Pátria, a que talvez devessemos chamar Mátria, como sugeriu Natália Correia, não está dependente de intervenções milagrosas, nem de iluminados salvadores, mas do trabalho criador de riqueza, da consciência e da cultura individual e coletiva e da nossa vontade para intervir e reinventar o destino da nossa RE(S)PÚBLICA.
Neste desafio complexo  e aliciante todos somos imprescindíveis, todos somos importantes.
Como dizia o revolucionário Marat, citado de cor, "Os grandes só nos parecem maiores porque estamos de joelhos. Ergamo-nos!"
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