Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

ADEUS 2020, BEM VINDO 2021

 2020


Não nos deixa saudade
Com tanto confinamento
Roubou-nos a liberdade
causou muito sofrimento

Ninguém imaginaria
Que este ser minimal
Provocasse a pandemia
Uma tragédia mundial

Das bandas do Oriente
Viajou sem passaporte
Não trouxe um presente
Trouxe o medo e a morte

A vida amordaçada
Afetos aprisionados
A sociedade parada
Futuros ameaçados


E sorrisos mascarados
A ternura à distância
Os avós maltratados
Afastados da infância

Afundou a economia
Desemprego disparou
Ofuscou-nos a alegria
E a nossa vida mudou

2021






O Ano Novo e a esperança
Na vacina salvadora
Alimenta a confiança
Numa cura promissora

Que seja ano especial
Com amor e felicidade
Mais justiça social
Saúde e fraternidade






terça-feira, 29 de dezembro de 2020

COVID19- VACINAR OU NÃO VACINAR EIS A QUESTÃO

 PRÓS E CONTRAS

O movimento antivacinacionista começou em 1885 contra a vacina da varíola, apoiado pelo médico Alexander Ross, que soube-se mais tarde se fez vacinar secretamente. Os argumentos de que iriam envenenar o sangue alimetaram o medo que se foi dissipando com o sucesso do processo de vacinação. A contestação à vacinação foi perdendo terreno e recentemente ganhou novos argumentos com a teoria da conspiração que  acusa as vacinas de provocarem autismo e de poderem vir a provocar alterações celulares irreversíveis no ADN. Há ainda quem associe esta pandemia a uma estratégia oculta para favorecer os interesses da indústria farmaceutica e à utilização das vacinas para colocação de ships nos humanos, de forma a poderem ser controlados com a tecnologia 5G.

É sabido que as primeiras vacinas resultaram das experiências do médico britânico Edward Jenner que no sec XVIII criou a vacina antivaríoloca, trazendo imunidade a uma doença que afligia a humanidade há milhares de anos e tinha provocado ao longo de séculos centenas de milhões de mortes.

A partir dessa invenção a ciência foi criando vacinas que ajudaram a debelar ou controlar inúmeras doenças e pandemias provocadas pela varíola, sarampo, tuberculose, difetria, tétano, dengue, meningite, poliemielite, febre amarela ... sendo incalculáveis os benefícios para a saúde e a preservação de vidas humanas.


A VACINA ANTI-COVID 19

Em tempo record de poucos meses a comunidade científica e a indústria farmaceutica foram produzindo vacinas contra o vírus, contrariando o que foi praticado em anteriores vacinas que demoraram entre 6 anos e 22 meses a ser ministrados com segurança. A rapidez de procedimentos criou algumas dúvidas sobre a eficácia desta vacina e os especialistas explicam que só foi possível avançar tão depressa porque haviam estudos experimentais com outras variantes deste tipo de vírus e que a técnica do ARN, feita com a intervenção de cientistas portugueses, permitiu acelerar o processo.

Na Europa o Reino Unido foi o primeiro país a iniciar o Plano de Vacinação e a União Europeia deu início no dia 27 de Dezembro ao seu Plano, de acordo com um conjunto de prioridades ajustadas por cada um dos 27 países. A vacinação será gratuíta e universal mas não obrigatória e faseada no tempo, priorizando grupos em função dos riscos e vulnerabilidades. 

QUEM VAI PAGAR A VACINA?

A União Europeia decidiu suportar os custos da vacinação generalizada, num gesto de generosidade excepcional, mas todos sabemos que o Orçamento da UE é suportado pelos impostos dos cidadãos, dos trabalhadores e empresas.Com esta decisão, a UE que ficou fragilizada com a saída do Reino Unido e as divisões internas visíveis na aprovação do Fundo de Recuperação da Crise ecomómica e social,  ganhou credibilidade junto dos países e povos europeus.

A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL



Segundo alguns especialistas só conseguiremos sair da crise sanitária no final de 2021 depois da vacinação massiça da população. Outros afirmam que a situação pode conhecer uma forte diminuição dos contágios durante o Verão, quando estiverem vacinados perto de 70% das pessoas.

E o que acontece a quem não se pretende vacinar? 

Trata-se de uma decisão pessoal assumindo cada um a responsabilidade do seu livre arbítrio. No caso dos profissionais de saúde deverão preencher um formulário assumindo a sua responsabilidade por eventuais problemas advindos dessa decisão.

Será previvisível que à medida que for generalizada a vacinação e forem evidentes os resultados positivos, vá dimuindo a resistência à vacinação. Será espetável que vá descendo progressivamente o número de casos a requerer internamento hospitalar e a pressão sobre o SNS vá diminuindo.

Teremos em termos sociais cidadãos imunes e cidadãos vulneráveis e essa condição pode ter reflexos na vida das famílias, dos serviços públicos e das empresas, tendo já alguns empresários afirmado que esse fator pode determinar a aceitação ou rejeição de celebração de contratos de trabalho. Sabendo nós que em Portugal a precariedade tende a crescer esta decisão pode afetar a estabilidade profissional de muitos trabalhadores, que postos perante este dilema acabam por se ver forçados a aceitar a toma da vacina.

O QUE PODEMOS ESPERAR DE 2021? 

Não é necessário sermos especialistas nas áreas da saúde e da economia para prevermos os efeitos da crise sanitária nas nossas vidas e da crise económica na vida das famílias e empresas.

Muitas empresas em dificuldade podem não conseguir sobreviver mesmo com os incentivos financeiros previstos, aumentando o desemprego que cresceu imenso em 2020. A "bazuca" deve ser canalizada sobretudo para investimentos estruturantes que podem criar emprego e incentivar a economia. A dimuição progressiva da pandemia pode gerar algum impulso à atividade económica e criar um clima de confiança favorável ao recrudescimento das atividades sociais e culturais, mas sem atingir os níveis antes da pandemia.

A nível planetário, aos graves problemas provocados pelas fenómenos climáticos extremos, acrescem os efeitos trágicos de uma Pandemia que tenderá a agravar as manchas de pobreza e a fome no Mundo. E perante estes dramas humanos será necessário reforçar a ONU, sob a liderança de Gueterres, para investir mais em missões de solidariedade, esperando que as nefastas políticas de TRUMP sejam revertidas por BIDEM.

2021 não será provavelmente o ano generoso que todos  desejamos mas com o contriburo de cada um de nós e da solidariedade nacional e internacional talvez possamos evitar que seja o ANO HORRIBILIS que vivemos em 2020.

VOTOS DE UM PROMISSOR ANO NOVO

Abraço fraternal do Joaquim António Sarmento








sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

A TRAGÉDIA DE IHOR HOMENYK

 



O HORROR aconteceu no Aeroporto de Lisboa no dia 10 de Março, quando um cidadão ucraniano chegou a Portugal procurando trabalho e encontrou a morte, bárbaramente assassinado por quem era suposto proteger e cumprir os elementares deveres de respeito pela condição humana.

Depois de isolado, algemado, imobilizado com fita cola, torturado e agredido, ficando imobilizado no chão enquanto os três inspetores sairam airosamente sem se preocupar com o estado em que  deixaram a vítima.Os três criminosos voltaram ao local do crime e perante a evidência da tragédia aliciaram uma enfermeira do INEM a atribuir a morte a paragem respiratória, mas a autopsia viria a revelar os verdadeiras causas do falecimento.

Mas isto aconteceu em Portugal? Passados nove meses a esposa deste homem não teve uma justificação ou  palavra de pesar por parte da Diretora SEF? O ministro da tutela não ffez qualquer diligência junto da família e do Estado Ucraniano? O Presidente da República que se mostra tão humanista e fala a propósito de tudo esteve em silêncio nove meses? A indemização à família traz de novo Ihor para perto da esposa e dos filhos?

Imaginemos que IHOR se chamava Manuel, era um emigrante português à procura de trabalho noutro país, e tinha tratamento bárbaro semelhante. Como sentiriamos a tragédia humana e viviamos a indignação por este tratamento desumano?

A demissão da diretora do CEF peca pior tardia e há muito deveria ter sido demitida.

O silêncio do Ministro da Administração interna durante nove meses e a ausência de comunicação com a família da vitima, durante o longo período do inquérito que mandou instaurar, não devem ter consequências políticas?


Como interpretar a intervenção muito crítica e incisiva do frenético Marcelo que teve uma gestação longa de silêncio perante a gravidade deste processo onde esteve silencioso durante esta longa gestação? Faço a minha leitura política e senti que o PR  pretendeu "sacudir a água do capote" para





não prejudicar a sua imagem de candidato presidencial.

E António Costa não deveria ter instado o seu ministro a sair do seu imobilismo cúmplice?

Como portugueses e cidadãos não podemos ficar indiferentes. 

PORTUGAL DEVE ORGULHAR-SE DE DEFENDER VALORES HUMANISTAS UNIVERSAIS.

Que seja feita justiça, se apurem responsabilidades e sejam repensados, como sugere Marcelo, o modelo orgânico do SEF, revistos o perfil e a formação de quem no terreno deve zelar pela segurança e cumprimento das leis da República.

 

sábado, 5 de dezembro de 2020

AS MORTES DE SÁ CARNEIRO E SAMORA MACHEL ESTÃO POR ESCLARECER




Partilho aqui dois casos de buçalidade humana que revelam a falta de cultura, de bom senso e de respeito pela condição humana.
Na noite em que se soube da morte de Sá Carneiro estava com um grupo de alfabetização no Clube Águias do Rato no Laranjeiro e achei estranho ter sido lançado um foguete e ouvi festejos . Desci ao Bar e estava um grupo de homens a festejar a morte de Sá Carneiro. Indignei-me e disse-lhes para terem juizo porque uma coisa é desejar a derrota política outra bem diferente é desejar a morte física dos adversários. Em sentido contrário também me irritei com o dono do supermercado Somer em Almada porque estava a oferecer bolos e champanhe para festejar a morte de Samora Machel. Interpelei-o e disse-lhe para ter vergonha por festejar a morte de um homem. Ele respondeu que estava a festejar a morte de um macaco...nunca mais lá fui fazer compras.
Foram ambos vítimas de acidentes ou atentados, despertaram emoções e sentimentos a favor e contra e cada um à sua maneira morreram a defender as causas em que acreditavam. Estou convencido que estes dois políticos foram vítimas de atentado, não de desleixo ou avaria, mas em ambos os casos não foram apuradas responsabilidades pelo provável crime de que foram vítimas.


Tu, Martin Maria Deolinda, Milton Figueiredo e 9 outras pessoas

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Adeus António José Rita



Depois de um longo período de problemas respiratórios devido a poeiras de carvão acumuladas nos pulmões, herança terrível dos muitos anos a trabalhar numa mina de carvão em França, partiu o vizinho, o amigo, o homem bom que no regresso a Portugal se tornou empresário da construção civil, atividade que deixou devido às fragilidades que se foram fazendo sentir. À esposa, aos filhos, netos, nora e genro as sentidas condolências de vizinhos e amigos.
ADEUS ANTÓNIO JOSÉ! Guardaremos na nossa memória o amigo leal, sincero e solidário.





 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

DESCOBERTO UM MONSTRO CARNÍVORO NA ROCHA DA PENA

 Não se assuste leitor porque a salamandra gigante que designaram Metoposauros Algarvensis viveu num antigo lago perto da Penina (Salir) há 220 milhões de anos e deveria ser na altura um predador terrível, mas agora resta o esqueleto bem conservado e guardado religiosamente pela equipa de investigação que o descobriu.

Esta descoberta inspirou a ideia de candidatura à Unesco de um Geoparque envolvendo os municípios de Loulé, Silves e Albufeira que esperam com esta iniciativa revalorizar o património geológico, histórico e cultural com a espetativa de que possa vir a incentivar o turismo nesta região do interior.

O geoparque terá como polos de interesse a cultura e o património local, as áreas protegidas da Fonte Benémola e da Rocha da Pena, a aldeia cultural de Alte, a água e as fontes naturais, as ribeiras de Algibre,do Cadoiço e de Quarteira, o Castelo de Paderne, o património histórico e geológico de Silves.

No âmbito desta candidatura a Geioparque Mundial a Câmara Municipal de Loulé adjudicou um projecto artístico de uma Salamandra gigante a fazer o "pino" que está em fase de conclusão na rotunda à entrada de Salir, quando vimos de Benafim. Esta obra mereceu alguma contestação da Junta de Freguesia de Salir que tinha planeado ali colocar um outro projeto com oliveiras centenárias, mas posteriormente viria a mercer também o acolhimento desta junta de freguesia. Segundo consta a escultura em betão terá orçado os 137 500 mil euros mais IVA, da autoria do artista     Nuno Luis Basto da Silva. A obra não esteve a concurso público, como de resto vem sendo habitual no município de Loulé. Mesmo que o Geoparque, improvavelmente, não tenha a benção da UNESCO a região e Salir passam a contar com um interessante trabalho artístico que eterniza a presença destes anfíbios carnívoros,



que povoaram a região até serem extintos no final do Trásico. Salir que recria o passado com o Salir do Tempo, tem assim um novo encanto convidando para mais esta viagem no tempo.


sábado, 31 de outubro de 2020

ATÉ SEMPRE TIA ANTÓNIA BATISTA


Deixou-nos aos 97 anos esta amiga generosa, com uma memória fabulosa e uma longa história de vida de trabalho, testemunho de tempos difíceis de lutas e cansaços.
Dela não falarão os telejornais nem será noticia na comunicação social. Em sua memória partilho uma parte da entrevista que me concedeu no dia 16 de junho de 2019. 
  

A MONDA DO ARROZ, DO TRIGO E A CEIFA NO ALENTEJO

Fui um ano à monda do arroz no Alentejo, perto de Alcácer do Sal. Havia um homem na Tôr, o Armando que arranjava o grupo e fui eu, a minha filha Vitalina com quinze anos e a Tia Teresa Maia. Deixei a Belinha, que devia ter uns três anitos, com a avó, a tia Rosalina. Levámos xerém, grãos e feijão para as refeições e mantas. Íamos com água até aos joelhos, usávamos umas meias altas sem pés para andarmos descalças e íamos em grupo mondar o arroz na lama e dos mosquitos.

Havia sempre uma mulher que fazia o comer para todos em panelas de barro no campo e fogueira a lenha.

À noite dormíamos no chão do armazém, em cima de capachas e embrulhadas nas mantas que levávamos.

Eu já tinha ido com o meu marido à ceifa no Alentejo, e deixei a Vitalina com a avó, mas depois da monda do arroz disse para mim que preferia comer pedras a voltar a ir à monda do arroz e nunca mais fui.

A VIDA ANTIGA ERA MUITO DURA

Trabalhei muito para criar as minhas moças e o meu homem era um moiro de trabalho.

Com as raízes e cepas dos carrascos que arrancava fazia carvoeiras pondo a lenha em covas, ateando fogo e depois cobrindo a lenha a arder com terra.

Ia vender o carvão a Loulé em sacas de abuano no burro, dentro das gorpelhas. Passava pelas Adegas, ia a corta mato, passava à Carronca, atravessava a ribeira, saía aos armazéns da Pardalinha na Cruz da Assumada e em Loulé íamos vender pelas casas. Com o dinheiro que arranjávamos comprávamos batata doce, couves e outros avios.

Criávamos porcos e partíamos de madrugada com uma porca e os filhos, que podiam chegar a oito ou nove numa ninhada. E lá ia eu a pé com a porca e os bacorinhos à frente até ao mercado em Loulé, que ficava fora de Loulé no sítio da Barreira. Vendíamos os porcos que não davam avondo para tanta procura.

O pai do meu homem morreu em França no fundo de uma mina de carvão no norte de França e ele era ainda pequeno e foi a avó que tomou conta dele.

NO TEMPO DO RACIONAMENTO (1940-44)

Uma ocasião encomendei milho de contrabando à tia Mariana das Dores, que morava perto do Lagar. Lembro-me que cheguei lá estava a bater 6 horas no sino da igreja de Salir. Carregámos os meio alqueires de milho nos talegos no canto da gorpelha e lá vinha com medo de ser apanhada.

Noutra ocasião fui comprar farinha no moinho na Cabeça da Areia, a meio da noite, a cavalo do burro, porque era proibido na altura vender farinha. O moleiro veio espreitar com a candeia acesa e lá me vendeu uma saca de farinha e eu vim a pé monte abaixo a baixo, com o burro pela arreata.

O CASAMENTO

No outro tempo faziam uns arcos por cima da rua com biscoitos e flores e os convidados e os noivos passavam por baixo montados nos muares e iam apanhando os biscoitos e comendo.

Jogávamos flores para cima dos noivos quando eles passavam.

Eu estava grávida de sete meses e queria-me casar com o meu homem que vivia com a avó e eu com os meus pais. Fui a Salir no carro de besta do tio Luz, fui-me confessar ao padre “pequenino”, que era da Carrapateira. Ele olhou para mim e disse-me “ó minha filha estás mais que confessada” e mandou-me embora.


A Arte em tempo de Pandemia

 Jacob Krynauw nasceu na África do Sul, especialista nas novas Tecnologias da Informação, durante muitos anos trabalhou como designer gráfico, aposentou-se e veio morar na pacata aldeia  da Nave do Barão onde começou a dar largas à sua fértil imaginação e criatividade.



Para dar visibilidade à sua obra peculiar a Associação "Os Barões" convidou o artista residente para a sua primeira exposição neste tempo ameaçador de crescente ameaça pandémica.



A exposição está programada para decorrer na sede social da associação entre 7 de Novembro e 7 de Dezembro, mas como todos os eventos culturais está sujeita às regras aprovadas pela Direção Geral de Saúde e aguardamos o parecer favorável para dar lugar ao deslumbramento e povoar de arte a "galeria" improvisada no salão de festas dos "Barões". 




terça-feira, 6 de outubro de 2020

AFINAL O INTERIOR "pur si muove"

Nesta luta sempre inacabada e nem sempre conseguida pela defesa do Interior no Concelho de Loulé, muitos têm dado o melhor de si e são escassos os resultados visíveis. Foi com inconformismo e vontade de inverter o destino trágico de morte lenta e desertificação de dois terços do território, que um grupo de duas dezenas de cidadãos vêm fazendo um percurso de reflexão e debate mensal, percorrendo as quatro freguesias do interior. Após a primeira reunião na Nave do Barão reunimos em Alte e no passado sábado nas Barrosas (Salir) e estão em preparação novos encontros em Quereça e no Ameixial.

Temos identificado problemas novos e velhos e procuramos identificar respostas que tragam mais dignidade, mais esperança às pessoas que aqui vivem e a quem desejar escolher estes territórios para visitar, viver e trabalhar.

A diversidade de experiências e de perspectivas, a persistência e a vontade de contribuir para as mudanças desta triste realidade são a maior riqueza desta caminhada coletiva que procura ser pessoalmente gratificante e socialmente útil. Como tão bem escreveu Sebastião da Gama , PELO SONHO É QUE VAMOS....

Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

IMAGEM DO MOMENTO EM PLENÁRIO NA ASSOCIAÇÃO CULTURAL DAS BARROSAS

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
Ao que desconhecemos
E ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

TRIM...TRIM...REGRESSO À ESCOLA EM TEMPOS DE COVID

 Depois da experiência de ensino à distância, recordando os tempos da Telescola, o novo ano lectivo vai ser presencial e terá início entre 14 e 17 de Setembro.

Neste tempo em que um ser invisível nos ameaça e pode contagiar, provocando doença grave e em algumas pessoas mais vulneráveis pode até ser fatal, há naturais receios das famílias, dos professores e funcionários mas podemos confiar porque houve uma cuidada preparação por parte da autarquia, da tutela e dos estabelecimentos de ensino, cabendo a todos nós fazer a nossa parte cumprindo rigorosamente as regras de prevenção nomeadamente a higienização, a etiquta respiratória, a distância social e o uso da máscara. Estas são as armas que devemos utilizar neste combate.




Em Loulé, como noutros concelhos do país, os professores, educadores e funcionários foram testados, há orientações muito específicas e cada escola elaborou o seu Plano de Contingência. Entre as centenas de pessoas convocadas no concelho de Loulé para fazer o teste apenas duas professores recusaram fazer o teste e parece não haver instrumento legal para as obrigar a cumprir esse dever profissional e de cidadania.

Nesta fase preparatória foi feito um investimento na formação dos profissionais envolvidos e está garantido o apoio psicológico ao longo do ano letivo.

Devemos reconhecer o precioso contributo da Câmara Municipal de Loulé que tem desenvolvido intenso trabalho com os responsáveis das escolas e das autoridades de saúde para que tudo possa correr bem. Com horários desdobrados torna-se necessário reforçar o número de funcionários, obrigando a autarquia a suportar esse encargo, assim como a aquisição de casinhas de madeira para as escolas que não tenham condições para criar a Sala Covid. No plano do apoio médico foi criada uma linha de apoio AMO-Loulé que terá assessoria de uma pediatra especialista em virologia e cada escola vai ter afeta um médico e serviço de enfermagem para responder a eventuais situações que mereçam especial cuidado.

Apesar de todo este esforço do município e das escolas todos temos consciência que existem riscos, podem vir a acontecer situações de contágio vindas sobretudo do exterior da Escola, onde se sabe que o contexto familiar tem sido a principal foco de crescimento desta Pandemia e importa que cada pessoa colabore de forma responsável e empenhada para conseguirmos controlar e reduzir o número de casos infetados, na esperança de que uma Vacina possa vir libertar-nos deste flagelo.



Até lá todo o cuidado é pouco e importa sermos muito rigorosos no cumprimento de regas essenciais:

▪ Lavar frequentemente as mãos, com água e sabão, esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos; ▪ Reforçar a lavagem das mãos antes e após as refeições, após o uso da casa de banho e sempre que as mãos estejam sujas; ▪ Usar lenços de papel (de utilização única) para se assoar; ▪ Deitar os lenços usados num caixote do lixo e lavar as mãos de seguida; ▪ Tossir ou espirrar para o braço com o cotovelo fletido, e não para as mãos; ▪ Evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias; ▪ Manter o distanciamento social recomendado; ▪ Utilizar máscaras nos transportes públicos e em todos os locais em que o seu uso é obrigatório. Quaisquer alterações ao estado de saúde devem ser comunicadas de imediato à linha SNS 24 (808 24 24 24) que analisará o risco em concreto e dará as devidas recomendações/orientações

MUITA SORTE E SAÚDE PARA VENCERMOS ESTE INIMIGO INVISÍVEL E TRAIÇOEIRO...

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

INCRÍVEL! A FESTA DA ESPIGA PASSOU À FINAL

 A Festa da Espiga está na final das 7 Maravilhas da Cultura Popular, depois de ter sido uma das vencedoras da meia-final disputada este domingo, 24 de Agosto em Salir. A final decorrerá no dia 6 de Setembro, juntando mais sete finalistas que serão apurados non dia 30 de Setembro.

Esta MEIA-FINAL teve transmissão em direto na RTP1 a partir da vila de Salir, no agradável recinto por detrás da Igreja e no Jardim anexo, apurou a Festa da Espiga como uma das 7 finalistas. A Final vai ser disputada com 14 finalistas e é muito importante continuar a dar força à nossa grande Festa da Espiga, que nasceu de uma ideia feliz do saudoso amigo José Gregório.

Este concurso teve um elevadíssimo nível de votação por chamada telefónica, sendo por isso um bom negócio para a RTP e as operadoras das conmunicações. Após o apuramento final a classificação dos sete finalistas foi:

1º- O Bailinho da Madeira

2º- A Festa do Colete Encarnado

3º - O criptojudaímo de Belmonte

4º- A Festa da Espiga de Salir

5º- A Festa de São João de Braga

6º- A romaria de São João de D'Arga

7º O Santo António de Lisboa

A Casa da Tita acolheu alguns técnicos da RTP e teve a honra de receber Luís Segadães, o presidente dos concurso das Sete Maravilhas de Portugal.

Notou-se a ausência do habitual apresentador e coordenador da Festa da Espiga, o Francisco André que foi no final receber o prémio. Tiveram especial visibilidade a apicultora Dália, o medronho da Cortelha, as artistas do croché que ajudaram a enfeitar o recinto, os presidentes da Câmara Municipal de Loulé e da Junta de Freguesia de Salir e o padrinho da Festa dac Espiga Reinaldo Teixeira.

PARABÉNS AOS SALIRENSES, À JUNTA DE FREGUESIA DE SALIR, AOS PROMOTORES DA FESTA DA ESPIGA, E A TODOS OS QUE COM O SEU VOTO CONTRIBUIRAM PARA QUE SALIR E A SUA FESTA DA ESPIGA GANHASSE PROJEÇÃO MUNDIAL.

A CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ também merece o nosso aplauso pelo apoio financeiro que deu a este evento.

VIVA A FESTA DA ESPIGA!

VIVA SALIR E AS SUAS GENTES!

Os protagonistas da vitória :Reinaldo Teixeira,  Deodato João, Vitor Aleixo, Filipa Nobre, Arménio Guerreiro, o Vinho da Nave do Barão, Vanessa Oliveira e José Carlos Malato














 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

ALGARVE INTERIOR QUE FUTURO?

Preocupados com o declínio  do interior do Concelho de Loulé, com a crescente desertificação, abandono e envelhecimento reuniram no dia 25 de julho, na Nave do Barão 23 participantes insatisfeitos mas unidos na vontade de contrariar esta tendência que se acentua dramáticamente.



João Ministro, um dos participantes neste encontro publicou recentemente no Algarve Informativo um excelente artigo inconformista que nos desafia a avançar nesta luta pela defesa e revitalização do interior  "O momento é agora. A oportunidade é única. Como vulgarmente se diz no seio da astronomia, «os astros estão alinhados». E, como tal, sendo a ocasião rara, tem ser aproveitada. As circunstâncias que ditam hoje importantes mudanças ao nosso estilo de vida e que irão orientar os modelos de desenvolvimento das sociedades no futuro próximo, focam, directa ou indirectamente, os territórios do interior (ou de baixa densidade) com particular relevância, sob vários desígnios e perspectivas, sejam de natureza ambiental, económico, social ou cultural."

Este pequeno "movimento de semeadores da esperança" vai ter sequência no encontro a realizar no dia 29 de Agosto, em Alte, na Escola Profissional de Alte. visando uma reflexão, partilha de vivências, saberes e inquietação numa perspetiva que poderemos considerar de "advocacia social". Unidos pelo interior, pelas suas gentes e pelo futuro de quase dois terços do território do concelho de Loulé, envolvendo as freguesias de Ameixial, Alte, Salir. União de freguesias de Benafim, Tôr e Querença.





 

quinta-feira, 23 de julho de 2020

ADVOCACIA SOCIAL PELO DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR








CONSTITUIR UM GRUPO MISSÃO PARA O ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR

O problema da desertificação do interior, do abandono e envelhecimento de uma parte significativa do território tem merecido a atenção de sucessivos governos, que produziram programas, aprovaram legislação e até foi criada há quatro anos uma Unidade de Missão para a Valorização do Interior, mas a realidade das pessoas que vivem e trabalham nestas zonas de baixa densidade não tem sofrido mudanças visíveis.



Durante as campanhas eleitorais autárquicas este tema é recorrente e nas últimas eleições, realizadas em 2017 no concelho de Loulé, foi até celebrado um acordo entre os candidatos ao executivo camarário para criar um grupo de missão. Na sequência deste compromisso e passados quase três anos o então candidato pelo PS, Vitor Aleixo e atual presidente da Câmara convidou-me a avançar com a ideia e apresentar uma proposta ao executivo camarário.

  


Não devemos ignorar que desencadear este percurso neste momento pode vir a coincidir com o processo eleitoral autárquico previsto para o terceiro trimestre de 2021, mas se conseguirmos reunir pessoas e instituições de diferentes sensibilidades políticas e áreas de intervenção poderemos evitar eventuais aproveitamentos partidários. Como recomenda a sabedoria popular “mais vale tarde do que nunca”.



A necessidade de estudar, de elaborar um plano estratégico que aposte na valorização e revitalização de dois terços do território do nosso concelho, continua atual e é urgente mobilizar energias e vontades para identificar problemas, inventariar recursos e potencialidades, mas sobretudo gerar dinâmicas endógenas para a participação da cidadania por esta causa.




Para fazermos uma reflexão livre, aberta e plural vai realizar-se na Nave do Barão, no dia 25 de Julho, pelas 16h,na sede da Associação “Os Barões”, na Nave do Barão/Salir, uma sessão com um grupo de cidadãos preocupados com esta situação e que têm, pelo seu saber e experiência, contributos válidos para a transformação desta preocupante realidade social, cultural, social e económica.






 Esperamos contar a participação dos protagonistas que vão estar presentes nesta sessão e daremos aqui  conta das ideias partilhadas. Para mais esclarecimentos pode usar o mail  joansarmento@gmail.com ou o telemóvel 962638117.