Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

FESTA DE PASSAGEM DE ANO NA NAVE DO BARÃO

A Passagem de ano na Associação "Os Barões" vai ser este ano animado pela vocalista e organista Sandrine, que vai dar alma à Festa até às tantas da madrugada.
A partir das 20 horas terá início o jantar com iguarias trazidas pelos participantes e a Associação fornece o espumante, as passas o Bolo Rei, Caldo Verde e Cacau. 
Serão bem vindos todos os que quiserem receber o Ano Novo com alegria e fraternidade.


domingo, 20 de dezembro de 2015

MESTRE ANTÓNIO NA SUA ÚLTIMA VIAGEM

MESTRE ANTÓNIO
Era uma vez,…
Um modesto agricultor
Semeador, bom podador
Que um dia se fez ao mar
Com seu jeito de sonhar
Em vestes de marinheiro
E artes de engenhoqueiro.
Correu mundo, fez pela vida
Casou com a mulher querida
Foi pai, partilhou carinho
Neste seu longo caminho
Partiu para outra viagem
Sem bússola e sem bagagem
Em busca da eternidade
Deixando em nós a saudade
Desse seu jeito de ser
Que jamais vamos esquecer.
Mas como nos diz Platão
Na sua sábia razão
“Tudo o que vive fica a dever
A quem acaba por morrer”
Quem fica guarda memória
Do homem, da sua história
E em nós p'rá eternidade
O testemunho e a amizade
E na sua descendência
A arte e a persistência
De quem fez o seu destino
Desde muito pequenino.
E sua herança genética
Do homem e sua ética
E em jeito de despedida
Neste lugar de partida

Até sempre António José da Luz.   
Descansa em Paz.


domingo, 13 de dezembro de 2015

A ESPERANÇA RENASCE EM PARIS

Depois de anos de negociações e hesitações, um acordo histórico para conter o aquecimento global foi aprovado neste sábado em Paris. Representantes de 195 países disseram "sim" a um novo tratado internacional, que envolverá todas as nações num esforço colectivo para tentar conter a subida da temperatura do planeta a 1,5ºC.
Se as promessas forem cumpridas, algures na segunda metade deste século o mundo terá praticamente abandonado os combustíveis fósseis e as emissões que restarem de gases com efeito de estufa

                                           serão anuladas pela sua absorção por florestas ou pela sua captura e                                                      armazenamento.

A base do acordo são planos nacionais, a apresentar a cada cinco anos por todos os países, contendo a sua contribuição para a luta contra o aquecimento global. É uma abordagem duplamente diferente da que havia até agora na diplomacia climática. Não há metas impostas aos países, são eles que decidem o que fazer. E todos têm de participar, e não apenas os países desenvolvidos, embora estes tenham de liderar os esforços na redução de emissões de gases com efeito de estufa.
É a primeira vez que surge um acordo internacional, com força legal, a vincular todos os países a fazerem esforços para conter as suas emissões.
in Público digital de 12/12/2015

"Chamado de "emissões líquidas zero", o acordo propõe um equilíbrio entre a quantidade de gases de efeito estufa liberada na atmosfera em decorrência da atividade humana e a quantidade dela retirada. Quando a poeira baixar e o Acordo de Paris estiver nas mãos dos legisladores de cada país, a energia limpa vai ser a maneira mais barata e eficiente de manter esse compromisso. Isso nos dá a base que precisamos para realizar o sonho de um futuro seguro para as próximas gerações!"

sábado, 5 de dezembro de 2015

A MAÇONARIA:origem, figuras ilustres, prodígios e deméritos

Sabe-se pouco sobre esta sociedade secreta de cariz iniciático, que em nome de nobres princípios universais (Liberdade, Democracia, Igualdade e Fraternidade), tem influenciado o rumo da história e dos povos. Movido pela curiosidade, resolvi fazer uma pesquisa que partilho com o leitor neste blogue de vocação mais local e regional. Devo esclarecer que não sou "irmão", não pertenço à Maçonaria mas tenho grande estima e consideração por alguns amigos maçons e considero bastante positiva a sua intervenção política, social e cultural, sem ignorar algumas perversões associadas aos mecanismos ocultos de influência e conquista dos poderes de decisão política.
Apontamentos históricos
Sobre a origem das fontes de inspiração filosófica há quem relacione a fase pré-maçónica a babilónicos, egípcios, caldeus, aos mistérios do Rei Salomão ou aos pitagóricos, com os seus ritos e princípios antigos, próprios destas culturas e práticas esotéricas.
Mas é com as ordens do Templo e dos Templários, que surgem associadas às técnicas de construção dos templos, castelos e catedrais, onde ganham relevância os pedreiros ( maçon e maçonerie, em francês ) da Idade Média, que tinham alguma liberdade (pedreiro-livre) de se deslocar no território e de se associar como corporação.E é no seio dessa sociedade secreta que surge o culto do Grande Arquiteto Universal (Deus)  e emerge também uma dimensão humanista, pretendendo "construir o futuro da Humanidade, tornando-a mais justa e perfeita", adoptando como símbolos o círculo, o compasso, o esquadro e utilizando o avental como sinal de trabalho.
Com este caráter secreto, foram surgindo lojas agregando pessoas com afinidades religiosas (protestantes, católicos), ou agnósticos, alargando-se a outras profissões (alfaiates, sapateiros, ferreiros, ...) e mais tarde ao exército, marinha,professores, médicos,advogados, jornalistas,....
Sabe-se que em 1717 havia quatro lojas de pedreiros em Londres que decidiram juntar-se para criar a Grande Loja e elegeram o seu Grão-Mestre.Em 1723 foi escrita por um escocês a Magna Carta da Maçonaria, tendo este movimento atravessado o Canal da Mancha e entre 1720 e 1730 ganhou grande expressão em França. Até ao final do século XVIII a Maçonaria ter-se-à espalhado por toda a Europa e ganho uma dimensão planetária nos restantes continentes.
Em Portugal foi fundada em 1727  por comerciantes britânicos protestantes uma loja de "herejes mercantes", em 1733 foi criada a Casa Real dos Pedreiros-Lives, de predominância católica, A Maçonaria viria a conhecer períodos de repressão por parte da Inquisição, interrompida durante o governo de Marquês de Pombal (que se supõe tido contato com esta sociedade no período que esteve fora de Portugal), para a "pedreirada" voltar a ser perseguida nos reinados seguintes, nos períodos de domínio absolutista e de novo ter esplendor na revolução liberal, onde se empenhou ativamente.
À semelhança do que aconteceu noutros países, nos períodos de ditaduras, durante os fascismos ou comunismos, a Maçonaria foi eleita como inimigo a abater, tendo durante o período salazarista sido assaltado e destruído em 1929 o Palácio do Grémio Lusitano, curiosamente com ativo protagonismo de Marcelo Caetano. Durante o período do "Estado Novo" muitos dos seus membros foram perseguidos, presos, torturados e até mortos, tal como aconteceu com o Partido Comunista Português na clandestinidade. Com a Revolução de Abril, a instauração da democracia e da liberdade os "maçons" tiveram uma forte influência política nos diferentes orgãos do Estado e em partidos políticos como o PS e o PSD, assumindo funções de grande destaque nas respetivas lideranças.
Quando consultamos a lista de notáveis da maçonaria tornados públicos ou representados nas galeria maçónicas, sobretudo depois da sua morte, não deixamos de ficar impressionado pelo enorme peso político desta instituição secular na nossa vida coletiva.
Foram maçons, entre muitos outros  que deram contributos relevantes para a história e cultura universais, ilustres figuras como Goeth, Beethovan, Mozart, Napoleão, Bolívar, Carlos Mardel Fleming, Fernando Pessoa, Egas Moniz (prémio Nobel) Churchill e Salvador Allende, 
Em Portugal, entre o lote dos notáveis tornados públicos constam nomes como Elias Garcia, António Augusto de Aguiar, Bernardino Machado, Mouzinho da Silveira, Machado dos Santos, Sidónio Pais,Afonso Costa, João Soares, Humberto Delgado, Norton de Matos, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental,Eça de Queirós, Bocage, Filinto Elísio, Avelar Brotero,Teixeira de Pascoais,Vitorino Nemésio, Rafael Bordalo Pinheiro e os autores do Hino Nacional Alfredo Keil e Henrique Mendonça. Na nossa história mais recente podemos encontrar na lista dos que têm mais visibilidade pública Mário Soares, Nuno Rodrigues dos Santos, Adelino da Palma Carlos, Luís Rebordão, Dias Amado, Teófilo Carvalho, Bissaya Barreto, Emídio Guerreiro, José Magalhães Godinho, Fernando Vale, Oliveira Marques, Maldonado GonelhaJosé Magalhães. José Lamego,, Rui Pereira, Alberto Martins,João Cravinho,Paulo Coelho, Fernando Condesso, Francisco Pimentel Almeida Santos, Adão e Silva, Leonor Coutinho, Maria Belo, António Arnaut, Vasco Lourenço, António Sousa Lara, António Reis, Carlos Zorrinho, Luís Montenegro, José Jorge Letria, Mário Zambujal, H. de Oliveira Marques, Carlos Alberto Moniz, José Nuno Martins,Jorge Coelho, Moita Flores, João Soares, Paulo Macedo, João Proença, Henrique Monteiro, Isaltino Morais e Miguel Relvas. Haverá muitos outros que não desejam tornar pública a sua pertença à Maçonaria por motivos pessoais ou por vontade da própria organização.
A Pluralidade de cultos 
A história da Maçonaria em Portugal está longe de ser simples e linear, não só porque tem duas fontes de inspiração diferentes (Anglo-Saxónica e Francesa), experimentou momentos altos e baixos, muito influenciados por conjunturas políticas mais ou menos favoráveis e naturalmente também pelos diferentes estilos de liderança.
Registaram-se ao longo de quase três séculos de existência inúmeras cisões e reunificações.mantendo no entanto a Maçonaria uma atividade regular.
Mais recentemente, em 1985 surge nova cisão com a constituição formal, (sendo os estatutos publicados em Diário da República de 22 de Abril), a Grande Loja de Portugal, fundada por dissidentes, alguns deles irradiados do GOL por rebeldia, na sequência talvez da sua candidatura ter sido derrotada nas eleições de 1984, onde defenderam que a separação entre a Maçonaria e a política.
O grupo dissidente fundou a Grande Loja de Portugal que viria a dar origem à à Grande Loja Legal de Portugal em 1996. Mas as divergências internas acabaram vieram a dar lugar a uma nova agremiação em 2000, designada por Grande Loja Nacional Portuguesa e em 2009 a Grande Loja Unida de Portugal.
Relativamente à participação feminina na Maçonaria sabe-se que foi retomada a experiência mista com a reativação em 1980 da Ordem Maçónica Mista Internacional, (que esteve ativa em Portugal há quase um século), com lojas ativas em Lisboa, no Porto, em Évora, Alcobaça, Gaia e Braga.
No entanto o culto exclusivamente feminino levou à criação em 1983 da Loja Unidade e Mátria, que agregava três oficinas, uma em Lisboa (Lustânia) e outra no Porto (Invicta) e na Figueira da Foz (Claridade), reunindo no seu conjunto cerca de 80 praticantes que elegeram para Grão-Mestre Manuela Cruzeiro.
Recorrendo também à mesma fonte*, teria sido ainda criada em 2007 a Federação Portuguesa da Ordem Maçónica Mista Internacional Le Droit Humain- O Direito Humano.










Méritos
Pela difusão dos seus ideias generosos e a influência política, militar, social e cultural, a Maçonaria está associada a momentos significativos na História Universal e Nacional de que são exemplo a Revolução Francesa, a independência dos Estados Unidos da América, a independência do Brasil, a Revolução Liberal em Portugal e a Implantação da República Portuguesa.
A sua vocação humanitarista e progressista estendeu-se a diferentes domínios da nossa vida coletiva, tendo notória influência nas artes, nas letras, na ciência, na cultura, na educação, na política, na economia e teve contributo relevante, desde meados do século XIX. na criação de inúmeras associações mutualistas, cooperativas, de cultura e recreio, sindicatos e partidos políticos.
Deméritos
O seu caráter progressista é questionado pela segregação que fazem no direito ao acesso das mulheres, sendo claramente excluídas no culto de inspiração anglo-saxónica e consentidas nos culto de inspiração francesa, formando lojas especificamente femininas, como aconteceu com a criação da primeira loja feminina de adopção em 1881, por iniciativa de Ana Castro Osório e da viscondessa de Juromenha. Existem atualmente algumas lojas femininas em Portugal, enquadradas no GOL,(Grande Oriente Lusitano), sendo culto iniciático assegurado por tutores masculinos,
Houve ainda uma experiência de criação de uma loja mista nos anos 20 do Séc. XX, mas a experiência não deve ter resultado bem porque viria a fechar pouco tempo depois.
Têm merecido destaque na Comunicação Social casos de corrupção onde é notória a cumplicidade de algumas lojas maçónicas como aconteceu com o caso Paulo Portas e a empresa de sondagens da Universidade Moderna, com a licenciatura de   Miguel Relvas na Universidade Lusófona, com a impunidade prolongada de Isaltimo Morais, com as pressões maçónicas para libertar José Sócrates, com as secretas do espião Jorge Silva Carvalho e mais recentemente com os vistos gold.
A ousadia e atividade de alguns maçons prolonga-se na Assembleia da República, onde há deputados a denunciar tentativas de aliciamento para a Maçonaria e ocorrem estranhas mudanças de opinião de deputados nas comissões de inquérito, depois de eventuais reuniões na loja maçónica de pertença,
Há também denuncias de indícios de favorecimento de determinados negócios ruinosos para o Estado, favorecendo empresas privadas, deixando no ar a suspeita da existência de lóbis maçónicos por detrás.
No sentido de combater estes sinais de corrupção e melhorar a imagem pública, decidiu o GOL criar um grupo de trabalho para estudar eventuais práticas contrárias à ética e filosofia maçónica.
Na vida das organizações sem excepção, apesar dos princípios altruístas e de nobres objetivos, as fragilidades e falibilidades convivem com os feitos prodigiosos, as dádivas e práticas generosas.  
A Maçonaria enquanto organização de pessoas não será excepção, mas o seu secretismo e opacidade estão em contradição com a clareza e transparência que deve existir em democracia e no exercício de uma cidadania crítica, solidária e fraterna.
Bibliografia consultada
*Uma História da Maçonaria em Portugal(1727-1986), António Ventura, Círculo de Leitores
Conferência proferida por Carlos Jaca na Escola Secundária Alberto Sampaio em 15/11/2002




terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O Futuro da Terra e da Humanidade discute-se em Paris

A esperança está reunida na 21ª conferência das Nações Unidas (CPO21) onde participam quase todos os chefes de estado e do governo ( 147 líderes mundiais) e muitos especialistas e delegados (perto de 40 mil) em representação dos seus países. Um pouco por todo o mundo ocorreram manifestações, sendo talvez a maior mobilização pelo clima realizada em 175 países, exigindo medidas em defesa do ambiente e a promoção  das energias renováveis.
O acordo final poderá contrariar o desastre ambiental?
Conseguirão encontrar os compromissos necessários para reduzir a poluição atmosférica e contrariar o tendência para o aquecimento global?
Estarão a perder tempo em discussões estéreis como afirmam os céticos das alterações climáticas?


Existe hoje na comunidade científica uma convição generalizada de que 90% do aquecimento global será atribuída à atividade humana e os restantes 10% serão atribuídos a um fenómeno natural de aquecimento progressivo do planeta, iniciado há cerca de 5 mil anos.
Certo é que os registos da concentração de CO2 na atmosfera no início da Revolução Industrial eram da ordem dos 220 milhares para um milhão e cresceu para o dobro nos nossos dias.
Parece evidente a relação entre estas alterações climáticas e os fenómenos ambientais extremos cada vez mais graves e frequentes. Não existem dúvidas de que a subida do nível médio da água do mar em 7 mm anuais e o degelo polar estão relacionados com este fenómeno.  
Estas evidências e a previsão do agravamento destes fenómenos, tornam cada vez mais urgente a convergência mundial para reduzir os fatores de alteração climática provocado pela atividade humana, sob risco de estarmos a hipotecar o futuro dos nossos netos e bisnetos e toda a vida na Terra.
Não é um desafio fácil, porque briga com interesses económicos, com hábitos e estilos de vida e requer mudanças significativas no nosso dia a dia.
Estarão os países mais desenvolvidos, os líderes de instituições bilionárias e cada um de nós interessados e disponíveis para aceitar e ser protagonistas das mudanças necessárias e urgentes?
No final desta Cimeira de Paris, prevista para o dia 12 de dezembro, saberemos se as orientações estratégicas dali saídas alimentam a nossa esperança coletiva ou semeiam a desilusão e a descrença.
Não será um desafio fácil perante a complexidade crescente dos problemas ambientais e a dificuldade de encontrar respostas eficazes para reduzir as emissões das fontes móveis (tráfico rodoviário, aéreo, marítimo e fluvial), das fontes estacionárias (centrais elétricas, termoelétricas, fornos industriais e domésticos, incineradoras e incêndios florestais), das fontes animais (criação intensiva de ovinos, caprinos,ovinos e suínos) e as fontes humanas ( fabrico e transporte bens de conforto e alimentação).
Todos temos consciência de que haverá fatores de poluição atmosférica que não poderemos regular (erupções vulcânicas, atividade sísmica, a respiração humana e animal), mas também sabemos que se investirmos nas energias renováveis para aquecimento de águas ou produção de energia elétrica, se plantarmos árvores,se contrariarmos a desmatação das florestas, estamos a ajudar a diminuir a concentração de CO2 na atmosfera e a contribuir um futuro mais sustentável e harmonioso.
Vem a propósito aquela anedota do Tocano e do Colibri quando deflagrou um incêndio na Floresta Amazónica. O Colibri atarefado com o bico minúsculo ia buscar água a um ribeiro para deitar sobre as chamas. O Tocano, com o seu enorme bico,  assistia àquela atividade frenética e comentou com ironia  este gesto do Colibri...ao que este respondeu simplesmente...eu faço a minha parte...

terça-feira, 17 de novembro de 2015

S. MARTINHO NA NAVE DO BARÃO .. convívio, animação com drone e tudo....

Preparando o almoço ...
Um dos muitos colaboradores
A magia das danças orientais

Tarde infantil




Tempo de leitura



pequena odalisca
Participante atenta


Mestre António em ação


Espaço para a arte infantil 

A mais nova baronesa ao colo da mãe

Um público divertido

Olhares...

Preparando almoço para um cento de inscritos

A combinar a estratégia no jogo da corda

O drone a aterrar em solo baronense
Convívio e amizade
Espreitando a vista aérea da Nave



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

FAZEDORES DE IMPOSSÍVEIS OU O PODER DA COOPERAÇÃO


Tive a sorte de adragar o Nuno no Café Barão que me deu devaia enquanto a colava um cartaz alomiando o programa do encontro Maker's Meal. Movido pela curiosidade desloquei-me ao local onde amoravam os artistas e artesãos, que durante doze dias trabalhavam na "mesa ajudada".
Pressenti que algo de extraordinário estava a acontecer no primeiro andar do número um da Rua D. Paio Peres, naquele edifício antigo, com a fachada a acusar as marcas do tempo.
Assomei pelo pórtico de cantaria, atravessei a porta aberta de par em par, subi dezassete caleiras gastas pelos passos de antigos residentes e o escafelo corroído e fui à espreita do que por ali se passava.
Escremalhados no soalho uma teia de cabos eléctricos, aparas de canas, restos de madeiras e aquele cheiro a barro molhado, afagado com devoção pela artista-oleira escocesa Beth Bidwel. Na antiga cozinha,outro artista também escocês Gavin Smith,compenetrado em dar forma a um tronco irregular de medronheiro..Na antiga sala de jantar, o Nuno e a Sofia, orientados pela mestra Filipa Faísca entrelaçam a palma que forma uma pequena trança de empreita , Num canto da sala declaro um jovem que regista atento este cenário com a câmara a espreitar do alto de um tripé, Pousados na mesa para brendicar, doces regionais algumas bebidas,frutos secos, peças de artesanato e alguns objetos pessoais.
Noutra sala troncos retorcidos de oliveira sustentam duas mesas rústicas de pinho, emolduradas de madeira de oliveira, ladeadas por bancos corridos de pinho, com tampo forrado de caniço, trabalho notável do mestre carpinteiro Fernando Henriques. Não resisti a sentar-me para experimentar aquela singular textura de caniço ainda verdejante e olhar com atenção para os artefatos que decoravam as duas mesa, para meu deslumbramento. 
Os pratos, copos e barranhas de barro vidrado em tons claros pareciam querer falar do 
àgape e opiíparo almoço de papas de xerém com sardinhas e do jantar de lentilhas feitas pela mestra Jesus Dias, feitos em caldeirões de latão,curiosa recriação do latoeiro Anolide Carmo.. E as facas, os garfos e as colheres artesanais forjadas pelo  hábil ferreiro,Marco Cristovam.. Duas banastras de cana com fruta da época e outras iguarias, obra do cesteiro Domingos Vaz Costa desafiam olhares e convidam para a festa.E a singularidade daqueles guardanapos improvisados com ramos de mariolas 
...
Esta "Mesa Ajudada" expressão muito feliz porque recupera a tradição das ajudadas, momentos coletivos de entreajuda entre lavradores, foi um daqueles raros acontecimentos em que o sonho generoso foi superado pela realidade, Este interessante projeto inspirado pelo professor-escultor Nuno Sacramento, teve o raro sortilégio de conjugar equilibradamente a teoria e a prática, as tradições populares com saberes académicos e científicos, germinando novas consciências e sensibilidades para uma outra abordagem do desenvolvimento sustentado que respeite o nosso património cultural e ambiental. . De acordo com os testemunhos dos participantes,estes doze dias de trabalho conjunto e cumplicidades, foram momentos inesquecíveis de partilha, cumplicidade e cooperação onde todos se sentiram protagonistas e desenvolveram percursos artísticos pessoalmente gratificantes e socialmente úteis.
É desejável estulizar a continuidade e generalização destas experiências cooperativas, revivendo a utopia de António Sérgio, que acreditava na construção de uma República Cooperativa, onde fosse possível realizar as necessidades individuais e coletivas,  tendo como principal objetivo o desenvolvimento humano, em contraponto com a lógica do Mercado que tem o lucro como primeira preocupação.
E assim se realizaria também a canção de José Afonso Cidade da Utopia.

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria

Joaquim Guerreiro
Um observador participante

Vocabulário algarvio utilizado

adregar- ver, alomiar- anunciar, assomar-espreitar, brendicar-merendar,  caleiras-escadas,  caniço-canas miúdas, declarar- avistar, escremalhadas-espalhadas, escafelo.cafelo caído, estulizar-pensar


Banco com caniço
Prato, copo e talheres


Detalhe
Base de cana


Mesa e bancos




Tacho de latão com colher de puxar
Guardanapo de mariola
Nuno Sacramento





Nuno e Sofia



terça-feira, 20 de outubro de 2015

CONTOS À LAREIRA.....contados pela artesã Filipa Faísca de Sousa



Na segunda sessão pública de MARKERS' MEAL a anciã Filipa, com o seu jeito singular de contar estórias, proporcionou um momento inesquecível para duas dezenas de participantes reunidos à volta de uma mesa, que assistiram embevecidos à magia das palavras ditas em forma de contos, todos eles relacionados com a alimentação.Partilho um dos contos, passado no tempo em que os animais falavam, esperando ter tomado os devidos apontamentos.
MOINHO DO TORNA NÃO VOLTA
Um agricultor tinha uma filha boazinha chamada Maria, enviuvou ainda novo e casou com uma segunda mulher da qual teve outra filha também chamada Maria, mas sem as qualidades humanas da irmã. A madrasta, tinha ciúmes da Maria boa e resolveu mandá-la ao moinho do Torna não Volta, montada no burrinho, para levar milho para moer. Maria diligente lá foi a caminho e encontrou um Cão que lhe perguntou:-onde vais Maria? Vou ao moinho do Torna não Volta para moer este milho. Posso ir contigo? Perguntou o Cão. Podes sim e pôs o Cão em cima da albarda e continuou caminho.... Mais à frente encontrou o Gato que lhe perguntou? Onde vais Maria? E ela respondeu ao que ia, o Gato quis ir também, alojou-o junto à rabiça da albarda e seguiram viagem os três. Mais adiante encontrou o Galo que lhe perguntou onde ia e se podia ir com eles. Ela respondeu que sim, alojou o galo na parte traseira do burro e seguiram viagem pela vereda que levava ao moinho.Aí chegados o moinho estava a trabalhar, movido pela força do vento, despejou o milho no tegão (uma espécie da caixa  onde se depositam os cereais) e passado algum tempo o milho moído encheu a saca. Como se fez tarde a noite caiu,  Maria decidiu pernoitar com os animais dentro do moinho, ficando o Cão junto à porta de entrada, o Gato alojou-se em cima da saca de linho e o Galo empoleirou-se no corrimão das escadas.Maria retirou a merenda do talego, fez umas papas de milho e partilhou a ceia com os três bichanos. E ali pernoitaram adormecendo com aquela melodia das mós e das velas a murmurar com o vento. Às tantas da noite ouviu-se um Animal Feroz com voz ameaçadora junto à porta. O Cão arrebitou as orelhas e ladrou ,..se me vou a ti... e a fera calou-se. Passado algum tempo a Fera voltou a uivar e a fazer estremecer a porta e foi a vez do Gato rosnar ..se salto daqui... e a Fera voltou a calar-se. Dali a pouco a Fera voltou a ameaçar e foi a vez do Galo cantar ai se pulo daqui... e não se voltaram a ouvir sinais do bicho mau. De manhãzinha, com o sol a brilhar no céu puseram-se a caminho e Maria foi deixando cada um dos animais nos seus sítios e chegou a casa são e salva, com o milho moído para grande espanto da madrasta. Passado algum tempo, a farinha estava a acabar e a madrasta resolveu mandar a filha ao moinho para trazer novo saco de xérem. A Maria má pôs-se ao caminho, encontrou o Cão que lhe perguntou onde ia e se podia ir com ela mas ela respondeu grosseira "havia que ver eu dizer-te onde vou..mas o cão seguiu a pé atrás dela. Mais adiante encontrou o Gato que lhe fez a mesma pergunta e ela deu a mesma resposta, mas o Gato decidiu ir também a pé. A seguir encontro o Galo, com as mesmas perguntas e a resposta foi a mesma. Foram todos ter ao moinho, a Maria pôs o milho a moer, recolheu a farinha mas já se tinha feito noite. Alojou-se no moinho, os três animais também entraram, retirou a merenda do saco , fez as papas de xérem mas não partilhou nada com os animais que não tiravam os olhos dela esperando sem sucesso alguma migalha e por ali ficaram a dormir. Às tantas da noite se ouviu a voz aterradora da Fera.Maria assustada pediu ajuda ao cão mas ele respondeu: "quem comeu as papas que te acuda". A Fera continuou a uivar e a forçar a porta, Maria pediu ajuda ao Gato mas ele respondeu "quem comeu as papas que te acuda". A Fera continuou a tentar arrombar a porta, Maria em pânico pediu ajuda ao Galo que lhe respondeu: "quem comeu as papas que te acuda". Sem ter resistência a Fera conseguiu entrar no moinho, abriu a porta e comeu a pobre da Maria que lhe chamou um figo. E do moinho do Torna Não Volta a Maria má nunca voltou, mas deixou-nos a pensar no moral da história....

domingo, 18 de outubro de 2015

FAZEDORES DE IMPOSSÍVEIS

Está a decorrer em Loulé no espaço Loulé Criativo, o projeto MARKERS MEAL, coletivo de fazeres e saberes, que não teve  visibilidade pública, mas proporciona vivências únicas e momentos de partilha muito gratificantes e enriquecedores.
Este ciclo de encontros e de oficinas junta durante duas semanas artistas e artesãos do concelho de Loulé e alguns escoceses, tendo como objetivo central a realização de uma refeição conjunta, mas para que isso aconteça cada um dos participantes terá que dar o seu contributo com os seus saberes.
Recorrendo aos saberes dos ofícios tradicionais  são feitos os pratos, os copos, os talheres, os tachos, a mesa, as cadeiras e no final, sob orientação de uma cozinheira experiente será feita a ágape e opípara refeição.
A experiência foi feita na Escócia, num Centro de Escultura Contemporânea, sob orientação do criativo Nuno Sacramento, que escolheu a Nave do Barão como casa-abrigo, estando já em preparação uma iniciativa semelhante no Brasil. A segunda sessão do Ciclo de Encontros, com o tema Contos à Mesa, teve como animadora a mestra Filipa de Sousa, uma artesã de Querença que nos deslumbrou com o seu jeito de contar e recriar alguns lindíssimos contos tradicionais populares.
Este ciclo tem ainda previstas três sessões abertas a quem desejar participar nestes espaços de cultura alternativa. Dia 18 de outubro, pelas 18h e 30m" O Outro é uma  condição essencial de construção", dia 20 à mesma hora " Quando ontem como hoje / invisibilidade da arqueologia" e a termina no dia 23, pelas 15 horas com Mesa Posta, para apresentação do trabalho realizado. Porque é tão interessante este percurso coletivo de artistas e artesãos? Porque é um espaço de intensa cooperação fazendo contraponto com  a cultura dominante que enfatiza a competição feroz entre os indivíduos, dividindo-os entre vencedores e vencidos,  desumanizando as relações inter-pessoais e sociais.
Por outro lado é uma aposta da reciação e devolução da memória e dos saberes tradicionais, que se tende a perder com o desaparecimento de algumas atividades tradicionais. Tem ainda o sortilégio de unir os saberes populares e a cultura erudita e de articular equilibradamente a teoria e a prática. Obrigado Nuno Sacramento pelo convite e pela ousadia de um pensar e fazer alternativo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A POLÍTICA ESTÁ MAIS INTERESSANTE...

Há neste momento uma preocupação legítima por parte da PAF de ver a sua "vitória eleitoral" comprometida, apesar de estar em Belém um militante do PSD, que se apressou a indigitar Passos Coelho para formar governo, mesmo sem cumprir o preceito constitucional que o obrIgava à previa consulta dos partidos com representação parlamentar.
Há pois motivos para os seus líderes e apoiantes problematizarem e estarem preocupados com a possibilidade, de um governo PS com o apoio parlamentar do PCP e do BE, ou, ainda menos provável, um governo integrando estes três partidos.

Há quem considere traição ao eleitoral esta possibilidade de união porque estes três partidos não se apresentaram juntos no boletim de voto..Este argumento é muito frágil se nos lembrarmos que o PSD e o CDS formaram a coligação de direita há 4 anos, tendo-se candidatado então separadamente.
Outros referem a incompatibilidade programática (diferentes perspetivas face à Europa, o Euro, a renegociação da dívida, a Nato...) e aqui parecem ter alguma razoabilidade apesar de sabermos que existem grandes divergências entre o CDS e o PSD, relativamente a algumas orientações políticas, que de resto se manifestaram com a crise desencadeada por Paulo Portas, com aquele episódio caricato do "irrevogável", que levou Cavaco a admitir eleições antecipadas, que António José Seguro e o PS rejeitaram na altura.
Todos sabemos que apesar das divergências, a direita ou a esquerda, podem sempre, se tiverem bom senso, inteligência e sabedoria para isso, estabelecer plataformas de entendimento em torno de princípios e objetivos comuns.Todos assistimos durante a campanha eleitoral, os três partidos mais à esquerda preocupados nomeadamente com a destruição do Estado Social, a continuidade da austeridade, a dívida impagável com o estado da nossa economia, a desvalorização do fator trabalho,e a reposição das pensões e dos cortes nos salários da função pública. Estes desígnios foram sufragados, a Coligação de direita perdeu mais de 700 000 votos e a maioria absoluta, a esquerda superou os 50% e gerou-se uma situação política nova, mais complexa, mas também mais interessante e desafiadora para os eleitos e eleitores.
Como vai evoluir? Depende em primeiro lugar dos protagonistas principais, (deputados eleitos, partidos com representação parlamentar e Presidente da República) mas também da opinião pública, que poderá vir a ser chamada a nova consulta popular se a legislatura não chegar ao fim.

É este terreno que os analistas, a comunicação, social e os políticos, estão a querer fertilizar... É por isso que cada um de nós é importante nesta "guerra" inevitável entre esquerda e direita. A politica está pois a tornar-se mais interessante pelos desafios que a "instabilidade" está gerar entre nós. Curiosamente só conseguimos andar quando provocamos desequilíbrios, caso contrário ficávamos parados e estáticos. 



quarta-feira, 7 de outubro de 2015

QUEM SÃO OS DEPUTADOS ELEITOS PELO ALGARVE?

Eleitos pelo  Partido Socialista
José Apolinário, de 53 anos, natural de Pechão, concelho de Olhão, jurista, ex-secretário de Estado das Pescas, entre outros cargos, e atual Presidente do Conselho de Administração da Docapesca, em Lisboa;
António Eusébio, de 49 anos, natural de São Brás de Alportel, engenheiro e secretário da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, em Faro;
Jamila Madeira, de 40 anos, economista, natural de Alte, do concelho de Loulé;
Luís Graça, de 43 anos, natural de Lagos, funcionário do Centro Regional de Segurança Social do Algarve, em Faro.

Eleitos pela Coligação Portugal à Frente
José Carlos Barros, de 52 anos, sem filiação partidária, arquiteto paisagista, residente em Vila Nova de Cacela, do concelho de Vila Real de Santo António, onde foi vice-presidente da Câmara Municipal, e ex-Diretor do Parque Natural do Parque Natural da Ria Formosa, entre outros cargos;
Cristóvão Norte, de 39 anos, militante do PSD, jurista e economista. Foi deputado na Assembleia da República nestes quatro anos;
Teresa Caeiro, de 46 anos, militante do CDS-PP, jurista, natural e residente em Lisboa. Foi vice-presidente da Assembleia da República.

Eleito pelo Bloco de Esquerda
João Vasconcelos, de 59 anos, professor de História em Portimão, de onde é natural e exerce função de deputado municipal.

Eleito pela CDU

Paulo Sá, militante do Partido Comunista Português, de 50 anos, natural de Guimarães, professor na Universidade do Algarve, em Faro, e deputado na Assembleia da República nestes quatro anos.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

RESULTADO DAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2015- NO ALGARVE, EM LOULÉ E SALIR

Depois de quatro anos de política de austeridade os portugueses foram a votos e decidiram retirar a maioria absoluta à Coligação PSD/CDS criando uma nova conjuntura política de um governo minoritário, que não deverá aguentar-se no poder muito tempo, havendo que vaticine que em julho próximo teremos novas eleições.

COMPOSIÇÃO DA NOVA A.R.

PSD/CDS  99 + PSD insular 5- Total 104 deputados
PS 85 deputados
BE 19 deputados
CDU 17 deputados
PAM 1 deputado
Faltam apurar 4 deputados eleitos pelos nossos emigrantes na Europa e no resto do mundo
Somando os deputados da esquerda haverá uma maioria com 121 deputados.

RESULTADOS NO ALGARVE

O PS foi vencedor no Algarve, com 32,77% dos votos elegendo quatro  deputados, a Coligação PSD/CDS obteve 31,47% e elegeu três deputados, o BE 14,13 % elegeu um deputado e a CDU com 8,68% elegeu também um deputado.
A Excepção foram os concelhos de Loulé, Albufeira e S. Brás de Alportel onde a PAF saiu vencedora.Em Loulé a Coligação PSD/CDS saiu vencedora com 39,28%, o PS ficou-se pelos 30,32 %, o BE 11,92% e a CDU 5,75 %.

No concelho de Loulé a surpresa veio de Salir, que costumava ser uma freguesia piloto por refletir nas diversas eleições as votações nacionais, mas desta vez foi o PS que saiu vencedor como comprovam os resultados que a seguir publicamos.
PS- 34,7% -457 VOTOS
PSD/CDS- 33,86 %- 446 VOTOS
BE 11,54%- 152 VOTOS
CDU 8,35 % - 110 VOTOS
MRPP 1,9% - 25 VOTOS
PAM 1,59% - 21 VOTOS
MAS 0,91 %- 12 VOTOS
MPT 0,61% -8 VOTOS
PNR 0,53 % - 7 VOTOS
PDR 0,46% - 6 VOTOS
PURP 0,46% -6 VOTOS
L/TDA 0,38% 5 VOTOS
NC 0,38% - 5 VOTOS
PPM O,15% -2 VOTOS
BRANCOS 2,2% -29 VOTOS
NULOS 1,97 % - 26 VOTOS

O PS teve ainda mais votos que a PAF no Ameixial, em Alte e S. Clemente, sendo superado nas restantes cinco freguesias do Concelho de Loulé.

      


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

MARTIM PESCADOR-O GRANDE FINGIDOR


disponível em......https://www.facebook.com/joaquim.guerreiro.944/videos/vob.100000120627190/1173289966018346/?type=2&theater


Video recolhido na Fonte Benémola no dia 19 de setembro

terça-feira, 8 de setembro de 2015

UM CASO DE AMOR À ORNITOLOGIA

Nestes tempos de hiper-mediatização dos pequenos e grandes acontecimentos à escala global, somos diariamente invadidos na nossa privacidade pelas tragédias humanas e ambientais, que parecem apostar num tipo de jornalismo negro, criando em nós sentimentos depressivos de medo, de desalento, de descrença na condição humana. É por isso tão importante contrariar estes panorama sombrio, difundindo nos meios que dispomos uma visão mais positivista, dando visibilidade aos inúmeros acontecimentos anónimos interessantes  e aos exemplos altruístas, que homens e mulheres que semeiam esperança, por vezes em terrenos pouco fecundos, sem ficarem à espera reconhecimento ou de apoios oficiais.
Hoje partilhamos com os nossos leitores um caso exemplar de GENEROSIDADE, uma das tais sete virtudes, em que "a pessoa ou animal tem quando acrescenta algo ao próximo*,
Aqui bem perto, na Fonte Benémola, uma espécie de Éden em pleno barrocal algarvio, há duas décadas, que um homem apaixonado pela natureza e pela ornitologia, desenvolve a atividade  de anilhagem científica de aves, desenvolvendo com rigor e perseverança,em quase todos os sábados, um trabalho meritório de investigação sobre as aves migratórias e residentes, recolhendo os elementos que fornece semanalmente o Instituto de Conservação da Natureza.
Esta atividade amadora, que noutros países europeus é feita por equipas profissionais, imprescindível para o recenseamento das aves residentes, o conhecimento dos fluxos migratórios, ao estudo da evolução da avi-fauna local, nacional e internacional, é assegurada em Portugal por pouco mais de uma dezena de aficionados da ornitologia.E pasme-se, os apoios do ICN resumem-se ao fornecimento dos vários tamanhos de anilhas numeradas, utilizadas, para servirem de fonte de informação e pesquisa em futuras capturas, em qualquer local do globo.
Durante todo o ano, aos sábados, o Sr. Marques, proprietário do Café Aquário em Faro, vem no seu automóvel, sozinho ou com uma pequena equipa de colaboradores, armar pelas três ou quatro horas da madrugada, armar as redes invisíveis para os pássaros, onde ficam presos os exemplares que irá investigar. Após a captura as aves são colocadas com cuidado em sacos opacos onde ficam a aguardar a sua vez para serem estudados, medidos, pesados e anilhados. Com grande profissionalimo e um imenso conhecimento adquirido em percursos de autoformação e pela  sua  já longa experiência, tudo fica registado numa grelha que será enviada para o ICN em Lisboa.
É simplesmente fascinante assistir a toda esta atividade e ouvir as sábias palavras partilhadas, porque o Sr, Mateus é um excelente comunicador e pedagogo, E sobretudo é tão gratificante saber que há pessoas assim que protagonizam  causas nobres, investem o seu tempo e recursos materiais, sacrificando o seu descanso e lazer, acrescentando anonimamente conhecimento e contribuindo para a preservação das aves que captura e desta nossa casa comum...MATER NATUREZA.
Bem hajam os Mateus do nosso contentamento, que merecem todo o nosso reconhecimento.
Partilhamos imagens das diferentes fases do processo, recolhidas no dia 29 de setembro.
Pequenos corações a palpitar nos sacos
Flosa presa na rede

Registando as informações
Medindo o comprimento da asa

Anilhando
Pesando
Retirando com cuidado da rede


Devolvendo à liberdade

Esta foi a equipa de serviço neste dia som orientação do mestre