Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

ADEUS 2020, BEM VINDO 2021

 2020


Não nos deixa saudade
Com tanto confinamento
Roubou-nos a liberdade
causou muito sofrimento

Ninguém imaginaria
Que este ser minimal
Provocasse a pandemia
Uma tragédia mundial

Das bandas do Oriente
Viajou sem passaporte
Não trouxe um presente
Trouxe o medo e a morte

A vida amordaçada
Afetos aprisionados
A sociedade parada
Futuros ameaçados


E sorrisos mascarados
A ternura à distância
Os avós maltratados
Afastados da infância

Afundou a economia
Desemprego disparou
Ofuscou-nos a alegria
E a nossa vida mudou

2021






O Ano Novo e a esperança
Na vacina salvadora
Alimenta a confiança
Numa cura promissora

Que seja ano especial
Com amor e felicidade
Mais justiça social
Saúde e fraternidade






terça-feira, 29 de dezembro de 2020

COVID19- VACINAR OU NÃO VACINAR EIS A QUESTÃO

 PRÓS E CONTRAS

O movimento antivacinacionista começou em 1885 contra a vacina da varíola, apoiado pelo médico Alexander Ross, que soube-se mais tarde se fez vacinar secretamente. Os argumentos de que iriam envenenar o sangue alimetaram o medo que se foi dissipando com o sucesso do processo de vacinação. A contestação à vacinação foi perdendo terreno e recentemente ganhou novos argumentos com a teoria da conspiração que  acusa as vacinas de provocarem autismo e de poderem vir a provocar alterações celulares irreversíveis no ADN. Há ainda quem associe esta pandemia a uma estratégia oculta para favorecer os interesses da indústria farmaceutica e à utilização das vacinas para colocação de ships nos humanos, de forma a poderem ser controlados com a tecnologia 5G.

É sabido que as primeiras vacinas resultaram das experiências do médico britânico Edward Jenner que no sec XVIII criou a vacina antivaríoloca, trazendo imunidade a uma doença que afligia a humanidade há milhares de anos e tinha provocado ao longo de séculos centenas de milhões de mortes.

A partir dessa invenção a ciência foi criando vacinas que ajudaram a debelar ou controlar inúmeras doenças e pandemias provocadas pela varíola, sarampo, tuberculose, difetria, tétano, dengue, meningite, poliemielite, febre amarela ... sendo incalculáveis os benefícios para a saúde e a preservação de vidas humanas.


A VACINA ANTI-COVID 19

Em tempo record de poucos meses a comunidade científica e a indústria farmaceutica foram produzindo vacinas contra o vírus, contrariando o que foi praticado em anteriores vacinas que demoraram entre 6 anos e 22 meses a ser ministrados com segurança. A rapidez de procedimentos criou algumas dúvidas sobre a eficácia desta vacina e os especialistas explicam que só foi possível avançar tão depressa porque haviam estudos experimentais com outras variantes deste tipo de vírus e que a técnica do ARN, feita com a intervenção de cientistas portugueses, permitiu acelerar o processo.

Na Europa o Reino Unido foi o primeiro país a iniciar o Plano de Vacinação e a União Europeia deu início no dia 27 de Dezembro ao seu Plano, de acordo com um conjunto de prioridades ajustadas por cada um dos 27 países. A vacinação será gratuíta e universal mas não obrigatória e faseada no tempo, priorizando grupos em função dos riscos e vulnerabilidades. 

QUEM VAI PAGAR A VACINA?

A União Europeia decidiu suportar os custos da vacinação generalizada, num gesto de generosidade excepcional, mas todos sabemos que o Orçamento da UE é suportado pelos impostos dos cidadãos, dos trabalhadores e empresas.Com esta decisão, a UE que ficou fragilizada com a saída do Reino Unido e as divisões internas visíveis na aprovação do Fundo de Recuperação da Crise ecomómica e social,  ganhou credibilidade junto dos países e povos europeus.

A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL



Segundo alguns especialistas só conseguiremos sair da crise sanitária no final de 2021 depois da vacinação massiça da população. Outros afirmam que a situação pode conhecer uma forte diminuição dos contágios durante o Verão, quando estiverem vacinados perto de 70% das pessoas.

E o que acontece a quem não se pretende vacinar? 

Trata-se de uma decisão pessoal assumindo cada um a responsabilidade do seu livre arbítrio. No caso dos profissionais de saúde deverão preencher um formulário assumindo a sua responsabilidade por eventuais problemas advindos dessa decisão.

Será previvisível que à medida que for generalizada a vacinação e forem evidentes os resultados positivos, vá dimuindo a resistência à vacinação. Será espetável que vá descendo progressivamente o número de casos a requerer internamento hospitalar e a pressão sobre o SNS vá diminuindo.

Teremos em termos sociais cidadãos imunes e cidadãos vulneráveis e essa condição pode ter reflexos na vida das famílias, dos serviços públicos e das empresas, tendo já alguns empresários afirmado que esse fator pode determinar a aceitação ou rejeição de celebração de contratos de trabalho. Sabendo nós que em Portugal a precariedade tende a crescer esta decisão pode afetar a estabilidade profissional de muitos trabalhadores, que postos perante este dilema acabam por se ver forçados a aceitar a toma da vacina.

O QUE PODEMOS ESPERAR DE 2021? 

Não é necessário sermos especialistas nas áreas da saúde e da economia para prevermos os efeitos da crise sanitária nas nossas vidas e da crise económica na vida das famílias e empresas.

Muitas empresas em dificuldade podem não conseguir sobreviver mesmo com os incentivos financeiros previstos, aumentando o desemprego que cresceu imenso em 2020. A "bazuca" deve ser canalizada sobretudo para investimentos estruturantes que podem criar emprego e incentivar a economia. A dimuição progressiva da pandemia pode gerar algum impulso à atividade económica e criar um clima de confiança favorável ao recrudescimento das atividades sociais e culturais, mas sem atingir os níveis antes da pandemia.

A nível planetário, aos graves problemas provocados pelas fenómenos climáticos extremos, acrescem os efeitos trágicos de uma Pandemia que tenderá a agravar as manchas de pobreza e a fome no Mundo. E perante estes dramas humanos será necessário reforçar a ONU, sob a liderança de Gueterres, para investir mais em missões de solidariedade, esperando que as nefastas políticas de TRUMP sejam revertidas por BIDEM.

2021 não será provavelmente o ano generoso que todos  desejamos mas com o contriburo de cada um de nós e da solidariedade nacional e internacional talvez possamos evitar que seja o ANO HORRIBILIS que vivemos em 2020.

VOTOS DE UM PROMISSOR ANO NOVO

Abraço fraternal do Joaquim António Sarmento








sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

A TRAGÉDIA DE IHOR HOMENYK

 



O HORROR aconteceu no Aeroporto de Lisboa no dia 10 de Março, quando um cidadão ucraniano chegou a Portugal procurando trabalho e encontrou a morte, bárbaramente assassinado por quem era suposto proteger e cumprir os elementares deveres de respeito pela condição humana.

Depois de isolado, algemado, imobilizado com fita cola, torturado e agredido, ficando imobilizado no chão enquanto os três inspetores sairam airosamente sem se preocupar com o estado em que  deixaram a vítima.Os três criminosos voltaram ao local do crime e perante a evidência da tragédia aliciaram uma enfermeira do INEM a atribuir a morte a paragem respiratória, mas a autopsia viria a revelar os verdadeiras causas do falecimento.

Mas isto aconteceu em Portugal? Passados nove meses a esposa deste homem não teve uma justificação ou  palavra de pesar por parte da Diretora SEF? O ministro da tutela não ffez qualquer diligência junto da família e do Estado Ucraniano? O Presidente da República que se mostra tão humanista e fala a propósito de tudo esteve em silêncio nove meses? A indemização à família traz de novo Ihor para perto da esposa e dos filhos?

Imaginemos que IHOR se chamava Manuel, era um emigrante português à procura de trabalho noutro país, e tinha tratamento bárbaro semelhante. Como sentiriamos a tragédia humana e viviamos a indignação por este tratamento desumano?

A demissão da diretora do CEF peca pior tardia e há muito deveria ter sido demitida.

O silêncio do Ministro da Administração interna durante nove meses e a ausência de comunicação com a família da vitima, durante o longo período do inquérito que mandou instaurar, não devem ter consequências políticas?


Como interpretar a intervenção muito crítica e incisiva do frenético Marcelo que teve uma gestação longa de silêncio perante a gravidade deste processo onde esteve silencioso durante esta longa gestação? Faço a minha leitura política e senti que o PR  pretendeu "sacudir a água do capote" para





não prejudicar a sua imagem de candidato presidencial.

E António Costa não deveria ter instado o seu ministro a sair do seu imobilismo cúmplice?

Como portugueses e cidadãos não podemos ficar indiferentes. 

PORTUGAL DEVE ORGULHAR-SE DE DEFENDER VALORES HUMANISTAS UNIVERSAIS.

Que seja feita justiça, se apurem responsabilidades e sejam repensados, como sugere Marcelo, o modelo orgânico do SEF, revistos o perfil e a formação de quem no terreno deve zelar pela segurança e cumprimento das leis da República.

 

sábado, 5 de dezembro de 2020

AS MORTES DE SÁ CARNEIRO E SAMORA MACHEL ESTÃO POR ESCLARECER




Partilho aqui dois casos de buçalidade humana que revelam a falta de cultura, de bom senso e de respeito pela condição humana.
Na noite em que se soube da morte de Sá Carneiro estava com um grupo de alfabetização no Clube Águias do Rato no Laranjeiro e achei estranho ter sido lançado um foguete e ouvi festejos . Desci ao Bar e estava um grupo de homens a festejar a morte de Sá Carneiro. Indignei-me e disse-lhes para terem juizo porque uma coisa é desejar a derrota política outra bem diferente é desejar a morte física dos adversários. Em sentido contrário também me irritei com o dono do supermercado Somer em Almada porque estava a oferecer bolos e champanhe para festejar a morte de Samora Machel. Interpelei-o e disse-lhe para ter vergonha por festejar a morte de um homem. Ele respondeu que estava a festejar a morte de um macaco...nunca mais lá fui fazer compras.
Foram ambos vítimas de acidentes ou atentados, despertaram emoções e sentimentos a favor e contra e cada um à sua maneira morreram a defender as causas em que acreditavam. Estou convencido que estes dois políticos foram vítimas de atentado, não de desleixo ou avaria, mas em ambos os casos não foram apuradas responsabilidades pelo provável crime de que foram vítimas.


Tu, Martin Maria Deolinda, Milton Figueiredo e 9 outras pessoas

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Adeus António José Rita



Depois de um longo período de problemas respiratórios devido a poeiras de carvão acumuladas nos pulmões, herança terrível dos muitos anos a trabalhar numa mina de carvão em França, partiu o vizinho, o amigo, o homem bom que no regresso a Portugal se tornou empresário da construção civil, atividade que deixou devido às fragilidades que se foram fazendo sentir. À esposa, aos filhos, netos, nora e genro as sentidas condolências de vizinhos e amigos.
ADEUS ANTÓNIO JOSÉ! Guardaremos na nossa memória o amigo leal, sincero e solidário.