PRÓS E CONTRAS
O movimento antivacinacionista começou em 1885 contra a vacina da varíola, apoiado pelo médico Alexander Ross, que soube-se mais tarde se fez vacinar secretamente. Os argumentos de que iriam envenenar o sangue alimetaram o medo que se foi dissipando com o sucesso do processo de vacinação. A contestação à vacinação foi perdendo terreno e recentemente ganhou novos argumentos com a teoria da conspiração que acusa as vacinas de provocarem autismo e de poderem vir a provocar alterações celulares irreversíveis no ADN. Há ainda quem associe esta pandemia a uma estratégia oculta para favorecer os interesses da indústria farmaceutica e à utilização das vacinas para colocação de ships nos humanos, de forma a poderem ser controlados com a tecnologia 5G.
É sabido que as primeiras vacinas resultaram das experiências do médico britânico Edward Jenner que no sec XVIII criou a vacina antivaríoloca, trazendo imunidade a uma doença que afligia a humanidade há milhares de anos e tinha provocado ao longo de séculos centenas de milhões de mortes.
A partir dessa invenção a ciência foi criando vacinas que ajudaram a debelar ou controlar inúmeras doenças e pandemias provocadas pela varíola, sarampo, tuberculose, difetria, tétano, dengue, meningite, poliemielite, febre amarela ... sendo incalculáveis os benefícios para a saúde e a preservação de vidas humanas.
A VACINA ANTI-COVID 19
Em tempo record de poucos meses a comunidade científica e a indústria farmaceutica foram produzindo vacinas contra o vírus, contrariando o que foi praticado em anteriores vacinas que demoraram entre 6 anos e 22 meses a ser ministrados com segurança. A rapidez de procedimentos criou algumas dúvidas sobre a eficácia desta vacina e os especialistas explicam que só foi possível avançar tão depressa porque haviam estudos experimentais com outras variantes deste tipo de vírus e que a técnica do ARN, feita com a intervenção de cientistas portugueses, permitiu acelerar o processo.
Na Europa o Reino Unido foi o primeiro país a iniciar o Plano de Vacinação e a União Europeia deu início no dia 27 de Dezembro ao seu Plano, de acordo com um conjunto de prioridades ajustadas por cada um dos 27 países. A vacinação será gratuíta e universal mas não obrigatória e faseada no tempo, priorizando grupos em função dos riscos e vulnerabilidades.
QUEM VAI PAGAR A VACINA?
A União Europeia decidiu suportar os custos da vacinação generalizada, num gesto de generosidade excepcional, mas todos sabemos que o Orçamento da UE é suportado pelos impostos dos cidadãos, dos trabalhadores e empresas.Com esta decisão, a UE que ficou fragilizada com a saída do Reino Unido e as divisões internas visíveis na aprovação do Fundo de Recuperação da Crise ecomómica e social, ganhou credibilidade junto dos países e povos europeus.
A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL
Segundo alguns especialistas só conseguiremos sair da crise sanitária no final de 2021 depois da vacinação massiça da população. Outros afirmam que a situação pode conhecer uma forte diminuição dos contágios durante o Verão, quando estiverem vacinados perto de 70% das pessoas.
E o que acontece a quem não se pretende vacinar?
Trata-se de uma decisão pessoal assumindo cada um a responsabilidade do seu livre arbítrio. No caso dos profissionais de saúde deverão preencher um formulário assumindo a sua responsabilidade por eventuais problemas advindos dessa decisão.
Será previvisível que à medida que for generalizada a vacinação e forem evidentes os resultados positivos, vá dimuindo a resistência à vacinação. Será espetável que vá descendo progressivamente o número de casos a requerer internamento hospitalar e a pressão sobre o SNS vá diminuindo.
Teremos em termos sociais cidadãos imunes e cidadãos vulneráveis e essa condição pode ter reflexos na vida das famílias, dos serviços públicos e das empresas, tendo já alguns empresários afirmado que esse fator pode determinar a aceitação ou rejeição de celebração de contratos de trabalho. Sabendo nós que em Portugal a precariedade tende a crescer esta decisão pode afetar a estabilidade profissional de muitos trabalhadores, que postos perante este dilema acabam por se ver forçados a aceitar a toma da vacina.
O QUE PODEMOS ESPERAR DE 2021?
Não é necessário sermos especialistas nas áreas da saúde e da economia para prevermos os efeitos da crise sanitária nas nossas vidas e da crise económica na vida das famílias e empresas.
Muitas empresas em dificuldade podem não conseguir sobreviver mesmo com os incentivos financeiros previstos, aumentando o desemprego que cresceu imenso em 2020. A "bazuca" deve ser canalizada sobretudo para investimentos estruturantes que podem criar emprego e incentivar a economia. A dimuição progressiva da pandemia pode gerar algum impulso à atividade económica e criar um clima de confiança favorável ao recrudescimento das atividades sociais e culturais, mas sem atingir os níveis antes da pandemia.
A nível planetário, aos graves problemas provocados pelas fenómenos climáticos extremos, acrescem os efeitos trágicos de uma Pandemia que tenderá a agravar as manchas de pobreza e a fome no Mundo. E perante estes dramas humanos será necessário reforçar a ONU, sob a liderança de Gueterres, para investir mais em missões de solidariedade, esperando que as nefastas políticas de TRUMP sejam revertidas por BIDEM.
2021 não será provavelmente o ano generoso que todos desejamos mas com o contriburo de cada um de nós e da solidariedade nacional e internacional talvez possamos evitar que seja o ANO HORRIBILIS que vivemos em 2020.
VOTOS DE UM PROMISSOR ANO NOVO
Abraço fraternal do Joaquim António Sarmento
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