Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

AO JOÃO GRAÇA DESEJAMOS RÁPIDAS MELHORAS

Fomos surpreendidos esta semana com o internamento inesperado do nosso amigo João no Hospital de Faro.

Foi a vizinha Sónia que reaprou que a refeição fornecida pelo Centro Social de Benafim, não havia sido recolhida. Telefonou ao irmão José Graça que chamou e o acompanhou no internamento hospitalar em psiquitria e tem partilhado informações sobre o seu estado de saúde. Infelizmente não são permitidas visitas e apenas o irmão pode recolher informações junto da enfermeira quev o acompanha.

Não é difícil adivinhar o  nosso querido amigo foi mais uma vítima deste confinamento, que ao fechar o Café Barão e a Associação "Os Barões" o forçou ao isolamento em solidão e o conduziu a esta preocupante situação.

É justo reconhecer o contributo do João para a vida associativa na aldeia, tendo nos últimos anos assegurado o funcionamento  da Associação, voluntarizando-se muitos dias e noites  para a abertura deste centro cultura e recreio.

Desejamos rápidas melhoras para regressar ao nosso convívio. Aos que acreditam poder das orações devem rezar por ele, aos que não têm essa crença podem  enviar energias positivas desejando rápidas melhoras.

JOÃO recupera rápido porque és muito importante para cada um de nós e para a aldeia onde nasceste.

FORÇA JOÃO GRAÇA, ESTAMOS CONTIGO!




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

CHUVA MAGIA E INQUIETAÇÃO

 


Quem me dera poder decifrar

A linguagem secreta da chuva

E escrever em pauta musical

As melodias sincopadas

Das gotas caindo no telhado

Os murmúrios de águas cristalinas

Jorrando inquietas nas gárgulas

Ávidas de terra firme

Serpenteando nos regatos

Desenhando círculos concêntricos

Nas poças derramadas no chão

E desvendar o segredo

Das gotas fugidias

Fecundado o solo sequioso

Em diálogo intimista

Com raízes ávidas

De pequenas frágeis plantas

De árvores frondosas altaneiras

Para o prodígio da criação

Evocando a magia ancestral

Milagre ou sortilégio da vida

Animismo que se exponenciou

Naquilo que fomos,

Naquilo que somos

Memória de águas passadas

Que não movem moinhos

Mas moem sentimentos

E evocam saudade de ausências

Regato derramado no rosto

Pela fonte salina do olhar

JA 5/02/21

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A TI SILVINA DA PENA JÁ TEM RUA EM SEU NOME

No II ABRAÇAR A POESIA que aconteceu em novembro de 2019 na Escola Primária da Pena, reunindo meia centena de aficionados da linguagem divinal, com a participação do Sr. Presidente da Junta da Freguesia de Salir, do Sr, Presidente da Câmara de Loulé, a poetisa Silvina foi homegeada a título póstumo, tendo participado no I ABRAÇAR A POESIA realizado na Nave do Barão, no ano anterior.




Surgiu aí a ideia de um abaixo-assinado propondo a atribuição do seu nome a uma rua da Pena, ideia que mereceu a adesão de quatro centenas de assinaturas presenciais e virtuais.O Sr Presidente da Junta de Freguesia de Salir fez diligências junto da CML que após parecer da Comissão de Topnímica acolheu a proposta e no dia 15 de dezembro de 2020 foram colocadas as placas na rua onde morou Silvina Viegas dos Santos.                  Em nome dos amigos desta poetisa e intrépida lutadora pelas tradições da sua terra agradeço a Deodato João e a Vitor Aleixo por eternizarem na Pena esta mulher fantástica que faleceu com 91 anos.

Partiste tão cedo Silvina

Povoando-nos de mágoa e saudade.

Não sei se nos consegues escutar

Nesse lugar incerto e improvável

Desenhado por imaginários 

De crentes no celestial destino.

Estejas onde estiveres 

Vais sempre estar connosco

Na eternidade das nossas vidas

Breves, falíveis, e voláteis.


Se permitires, estou certo que sim partilho aqui um dos teus inúmeros poemas.

MOINHOS QUE FOSTES MOINHOS…

Moinhos que fostes moinhos

Moinhos que fostes moinhos

Em tempos que eu conheci.

Búzios cantavam sorrindo

Tanto pão de lá comi.

Is buscar a farinha

Para o pão poder cozer.

Era um gosto que eu tinha

E dava gosto comer.

(…)

Quando o moinho girava

Com cordas era puxado.

O moleiro o dominava

Seu trabalho apropriado.

Não podia andar demais

Tinha a [o] seu temperamento.

Agora já não há mais

Nem de água, nem de vento. (…)

Poesia.

Silvina Viegas dos Santos. Loulé, 2009