Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

domingo, 24 de dezembro de 2017

O NATAL HÁ 50 ANOS NA MINHA ALDEIA




Solpostinho, lusco-fusco, 
Adrega-se uma constelação de luzincus 
Que pisca intermitente, 
Aninhada no barro rubro 
Entre pedras encimadas na parede do forno. 
Pela chaminé rendilhada
 Saem farripas de fumo
 E o cheiro a fritos de natal invade a rua, 
Casando-se com o a aroma da terra molhada. 
A zirpada deixou pequenas alvadas, 

Na vereda pedregosa, 
Crianças arremedam barragens na lama fresca 
Vestindo capotes improvisados 
Com sacas de serapilheira. 
Portas abertas dão devaia da charola, 
Lamparinas de azeite iluminam foscamente 
Mesa de altar improvisado, 
Figuras do presépio, santos de cartolina 
Laranjas, romãs, searas verdejantes, 
Projetam magia nas paredes caiadas. 
Na alvorada do novo dia 
A geada desenhou caramelos 
Nos alguidares que dormiram ao relento. 
Os mochécos correm lampeiros ao fumeiro 
Ali perto das caçoilas tisnadas 
Assomam suas botitas cardadas 
Meia dúzia de rebuçados, … 
Alguma peça de roupa tricotada, 
Uma bexiga de porco insuflada 
Fazem a alegria da pequenada.
Tradução vocabular para os que não são algarvios:
Solpostinho- Ao por do sol Lusco fusco – Ao escurecer Adregar- Ver Luzincus – Pirilampos Zirpada – Aguaceiro forte e repentino Alvadas – Corrente de água Arremedam -Imitam Dardevaia – Dar notícia Charola – Presépio Caramelo- Película de gelo Mochécos – Crianças Lampeiros- Ligeiros Assomar- Espreitar Caçoila- Caçarola Bexiga de porco insuflada- equivalente a um balão JOAQUIM ANTÓNIO

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

FESTA DE NATAL NA NAVE DO BARÃO- Cumpriu-se a tradição

Este ano cumpriu-se mais uma tradição com 4 décadas, promovida pela Associação de Caçadores da Nave do Barão... Foi um momento de agradável convívio e de amizade, com os sabores deliciosos que só a Marieta sabe o segredo. Obrigado à Direção da Associação de caçadores que patrocinou , aos jantaristas que disseram presente e aos dirigentes dos Barões que colaboraram na organização, contribuindo para o sucesso desta FESTA DE NATAL COMUNITÁRIA.






















domingo, 17 de dezembro de 2017

VOTOS DE UM NATAL FRATERNAL e pouco comercial

Poema de Natal
Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes, poeta e diplomata.

O acima foi extraído do livro "Antologia Poética"
.



segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

PASSAGEM DE ANO NA NAVE DO BARÃO

Este ano a ASSOCIAÇÃO "OS BARÕES" apostou num excelente duo musical e o novo ano promete começar com muita animação, em agradável ambiente familiar.
Tal como em anos anteriores as famílias juntam-se trazendo gastronomia para o último jantar de 2017, mas este ano vão ser encomendados leitões assados para quem desejar partilhar este pitéu.
A festa está aberta a sócios e não sócios que venham despedir-se do ano velho e receber em FESTA o NOVO ANO, que se espera promissor para todos nós.