Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

CHICO BUARQUE MERECEU O PRÉMIO CAMÕES

O maior galardão da Língua Portuguesa foi este ano atribuído ao músico e cantor Francisco Buarque de Holanda, pelo valor da sua obra literária talvez ainda pouco conhecida do público português.
Chico Buarque como é conhecido presenteou-nos com 499 canções lindíssimas que podemos aceder em https://www.ouvirmusica.com.br/chico-buarque/ ,a grande maioria da sua autoria mas também cantando outros poetas e partilhando o palco com muitos músicos brasileiros e portugueses.
Muitos de nós já entoamos e até dançámos ao ritmo de Ver a Banda Passar... uma canção alegre com que ganhou o II Festival de Música Popular Brasileira em pleno tempo da Ditadura Militar. A mesma Ditadura que lhe censurou trabalhos notáveis e o obrigou a adoptar o heterónimo Julinho de Adelaide para fazer passar alguns dos seus trabalhos.
Chico Buarque tem um percurso notável como músico, dramaturgo, ator e escritor e é bem merecido o prémio agora atribuído, que deverá ser entregue presencialmente talvez em setembro.
PARABÉNS CHICO! A FESTA ESTÁ LINDA PÁ!

Valsinha

Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto
Quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto
Pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita
Como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado
Cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços
Como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça
Foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança
Que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade
Que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz
                                                

domingo, 12 de maio de 2019

O TEATRO VEM À ALDEIA

O Grupo de Teatro da Casa da Cultura de Loulé veio à Nave do Barão apresentar a sua nova peça e teve casa cheia . . uma peça evocando memórias de tempos tristes, texto de António Clareza, encenação de Mariana Teiga, representação do TAL ... parabéns e até à próxima...





domingo, 5 de maio de 2019

ROSA, MINHA MÃE ROSA

Mãe Rosa
Se pudesse voar
No colo do tempo,
Encher-te de beijos e carinhos,
Partilhar a linguagem dos afetos.
Restam-me recordações efémeras
De um tempo outro…
Debruçada na máquina de costura,
Teu rosto tão bonito
Inundado de luz espreitando
Na janela do quintal,
Teus dedos ágeis, delicados
Guiando tecidos e texturas
No sincronismo ritmado
Das agulhas inquietas
E as linhas rodopiando
Alinhavos, bainhas, debruados
Sedas, cambraias, bordados
Com aquele jeito e arte
E a obra nascia por magia
Pão nosso de cada dia.
E eu, com candura e afeição,
Menino  de sua mãe
Ensaiava pontos, chuleava
Para ajudar nas encomendas
Que íamos levar ao Casão Militar.
Hoje em meu peito pulsátil
O tempo esvai-se nas brumas da memória.
Doloroso silêncio, mágoa e vazio
E lavrando no chão dos sentidos
 Trevas, dor e saudade…
Meus dedos dissolvem-se
Na fonte salina dos meus olhos.

Estejas onde estiveres
Hoje quero dar-te um abraço infinito
JOAQUIM A
NTÓNIO