Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

domingo, 30 de março de 2014

A OUTRA FACE DA COPA DO MUNDO NO BRASIL

Quando era esperado grande entusiasmo dos brasileiros por terem no seu país o Campeonato do Mundo de Futebol, fomos surpreendidos por grandes manifestações populares a contestar este grande evento mundial.
Ao vermos este video, que tem uma versão diferente da que Dilma e o Governo do Brasil querem transmitir, percebemos melhor os motivos do descontentamento do povo irmão.
É a outra face da moeda ....

sábado, 29 de março de 2014

SATORY - UMA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS ARTISTAS DE SALIR

No coração do Algarve, mais propriamente na Ponte de Salir, foi inaugurada com um magnífico espetáculo noturno, tendo a Ribeira como cenário, a Sede Social da Associação  SATORY, que significa em japonês ILUMINAÇÃO. Foram precisos quase dois anos de trabalho voluntário para recuperar o velho lagar de azeite, graças à persistência e criatividade deste grupo de jovens artistas com 14 anos de existência.
Um espaço agradável com bar, sala de jogos, auditório para espetáculos e galeria de arte, que vale a pena visitar para desfrutar deste ambiente mágico, beber um cafezito ou assistir aos concertos aos sábados à noite.
No exterior, em dimensões XXL cinco grandes artistas da música e das artes plásticas.
Parabéns aos jovens empreendedores que não fazem parte do roteiro de visitas de Cavaco Silva nem contaram com outros apoios que não fossem a mão de obra gratuita e uma genuína vontade de construir um espaço de convívio e artes performativas. VOTOS DOS MAIORES SUCESSOS PARA ESTE PROJETO ASSOCIATIVO!
Amália Rodrigues

Palco e sala de Convívio

Jean Basquiat

Pormenor artístico

Pormenor do interior

Bob Marley, John Lennon, Salvador Dali
pormenor à entrada

CANADÁ ABRAÇA NAVE DO BARÃO

Não foi notícia nas televisões mas aconteceu na passada quinta feira, na acolhedora casa do Casimiro Bota e da Teresa Sarmento, um ágape e opíparo almoço em honra de Johnny, filho da prima Rita e do Armando, que emigraram nos anos sessenta para o Canadá.
A família acolhedora
O Alexandre esteve muito ativo
Jonhy com a anfitriã Teresa
O Miguel e a Elisabete afinaram o seu inglês
O Johnny veio visitar a Nave do Barão acompanhado de Vicky, sua simpática esposa para este almoço de família, que foi um agradável momento de convívio bilingue, onde o português e o inglês se cruzaram com amizade e ternura. Foi um tempo para matar saudades e de saber notícias dos primos ausentes no Canadá.

Johnny e Vicky

terça-feira, 18 de março de 2014

FRANÇA PROÍBE MILHO TRANSGÉNICO

O Governo francês decidiu proibir o cultivo do milho transgénico da multinacional Monsanto, autorizado pela União Europeia, a algumas semanas da cimeira de líderes e quando é esperada a apresentação de um projecto de lei, em Abril.

Num decreto-lei publicado este sábado, o Governo justifica a decisão de proibir a variedade de milho Mon 810 dizendo que o seu cultivo, "sem medidas de gestão adequadas, representaria riscos graves para o ambiente, assim como perigo de propagação de organismos danosos". O documento refere várias vezes o "princípio de precaução" e as "incertezas" sobre as consequências da presença deste milho geneticamente modificado.

domingo, 16 de março de 2014

MOCIDADE QUE VAIS VOANDO, de Alvaro das Dores, poeta do Espargal

Há no Algarve uma tradição de poesia popular, cujo expoente máximo foi António Aleixo, que inspirou outros poetas da região, expressando-se muitas vezes em décimas, que desenvolviam a partir de uma quadra que servia de mote.
António das Dores, do sítio do Espargal, foi um desses poetas, do qual publicamos um trabalho notável sobre a juventude que se esvai com o passar do anos. Muito interessante...

MOTE
Já te soltaste do laço
Mocidade que vais voando
Pelo infinito espaço;
Eu por ti fico chorando.

GLOSA
Este mundo de ilusões
Que é certo não é mentira,
O tempo nos dá lições
Tudo dá e tudo tira. 
É uma roda que gira
Sempre no mesmo compasso,
Passa um dia é mais um passo
Que se dá p'ró pé da morte,
Mocidade foste forte
Já te soltaste do laço.

Deixas-me e vais-te embora,
Mas eu sempre recordarei
Lindos sonhos que sonhei
Nas Primaveras de outrora.
Eu já nos campos brincando
O rouxinol desafiando
Na relva dos olivais,
Deixas-me não voltas mais
Mocidade que vais voando.

Porque acabou esta esperança,
Me nasceu uma saudade
De quando era menor de idade,
Que estava na minha infância.
O tempo continuado avança
Minhas belezas foi roubando
Pouco a pouco escasseando
Dando trabalho e canseiras,
Adeus tempo das brincadeiras
Que até me deixas chorando.

E eu então corria,
Em noites de luar belas,
Brilhava no céu as estrelas
E em meu peito a harmonia.
O doce prazer eu sentia
Como um frutuoso abraço,
Hoje sou sim o teu cansaço
Dos tempos que vão correndo,
Para sempre desaparecendo
Pelo infinito espaço.

Este poema foi recolhido de uma gravação com o Tio Norinha, que morava no Alto Fica.
Geralmente era António das Dores, o irmão do poeta do Espargal, que declamava muitas das suas obras poéticas.



quinta-feira, 13 de março de 2014

BOLINHOS DE ALFARROBA, uma delícia

São fáceis de fazer, muito saborosos. Depois de provar não vai querer outra coisa...

200 gramas de farinha sem fermento
20 gramas de farinha alfarroba
1 colher de sobremesa com canela
100 gramas de açúcar
100 gramas de manteiga
1 ovo

Colocar todos os ingredientes num recipiente e amassar bem até a massa ficar homogénea.Para ter menos trabalho pode recorrer a a aparelhos que fazem estas misturas (máquina de pão, bimbi, ...) . Quando a massa estiver preparada  fazer bolinhas,mergulhar metade em açúcar e colocar no tabuleiro (açúcar para cima).  Com um garfo "esmagar" as bolinhas que deverão ficar com aspeto achatado e ondulado. Levar ao forno 180 º durante 20 min. Se quiser fazer em mais quantidade basta manter as proporções. Recomenda-se que não exceda o tempo previsto no forno porque poderão ficar demasiado duras.


quarta-feira, 12 de março de 2014

QUEIJARIA MARTINS- A excelência do queijo de cabra

Criada por iniciativa de um casal de jovens no sítio da Portela da Nave do Barão, a Queijaria Martins nasceu com o apoio da Associação In Loco e financiamento comunitário, fabricando queijo de cabra a partir do leite de algumas centenas de cabrinhas que fornecem a matéria prima.
Trata-se de um bom exemplo de empreendedorismo no Barrocal Algarvio, que levou Cavaco e Silva a visitar recentemente as suas instalações e a dar mais visibilidade a este projeto que tem vindo a crescer e a criar emprego na região. Os queijos feitos de forma artesanal mas com muita higiene e segurança alimentar, são uma delícia e neste momento já são consumidos por quase todo o Algarve. 
 
O leite de cabra tem evidentes vantagens sobre o leite de vaca porque tem menos 30% de colesterol, tem mais cálcio é mais digestivo e menos propensão para provocar alergias.


Madalena Baptista Quero felicitar a Queijaria Martins pelo empenho, pela qualidade dos seus queijos, e porque também veio trazer mais oportunidades de trabalho para a nossa região e é uma mais valia.

sábado, 8 de março de 2014

MULHER..., TEMOS O FUTURO POR REINVENTAR


Milénios de servidão
Peias que prendem sentimentos
Mágoas, desencantos, desvalias
Lágrimas  de dor e raiva
Na fonte salina do olhar
Lutas, derrotas, vitórias
Sementes de Liberdade
Cânticos de Fraternidade
Em "Lutas miudinhas "
No limbo de dias efémeros
Arte, poesia, sensibilidade
De semi-deusas-aladas
Viajando no colo do tempo
Derramando laços de ternura
Em Primaveras de esperança
Nos campos multicores do devir.

Obrigado mulher
Que sejam teus todos os dias.



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PÃO DE ALFARROBA- Já experimentou?

A alfarroba é um dos frutos secos do Algarve que está em expansão graças às propriedades fantásticas que estudos recentes revelaram, nomeadamente as potencialidades antioxidantes, semelhante ao azeite e superior ao vinho, o que a transforma num alimento recomendado no combate aos radicais livres e doenças crónico-degenerativas.
Facilita a assimilação do excesso de colestrol porque tem um teor elevado de fibras, sendo por isso recomendável na alimentação diária.
Na sua composição química a alfarroba tem 4,7% de proteína bruta, 1,6% de proteína digestível, 9,2% de fibra bruta, 3,5% de cinzas, 0,38% de cálcio, 0,09% de fósforo, 0,6% de gordura, 43% de açucares (glicose, sacarose, frutose).
O pão de alfarroba tem um sabor agradável e pode tornar-se um dos alimentos diários para acompanhar as refeições, beneficiando o consumidor de todas as vantagens associadas.
A farinha de alfarroba encontra-se à venda em vários pontos do Algarve e em casas de produtos dietéticos mas podemos em casa, utilizando máquinas apropriadas como a de moer café, transformas as vagens em farinha.
RECEITA DO PÃO DE ALFARROBA:
330g de água
1 colher de chá de sal
400 g de farinha de trigo
100 g de farinha de alfarroba
cerca de 11 g de fermento de padeiro
manteiga para untar o recipiente e farinha para polvilhar
PREPARAÇÃO:
1- Pré aquecer o forno a 200º C
2. Colocar a água e o sal mexendo bem
3. Misturar as farinhas e amassar bem 
4. Deixar a massa a levedar até que o volume cresça para o dobro
5. Levar ao forno durante 30 minutos
Fase de preparação

Finalmente, o delicioso pão de alfarroba.
                                           

domingo, 23 de fevereiro de 2014

MATANÇA DO PORCO - Tradição ou barbárie?

A matança do porco é uma tradição muito antiga, ligada a uma economia de subsistência, que aproveitava todas as partes do corpo para o consumo doméstico, ficando em conserva na salgadeira (não havia frigoríficos) e no fumeiro o varal com chouriças e paios, que iam sendo comidos a longo do ano. 
Para este dia eram convidados familiares e amigos que colaboravam nas diversas tarefas (os homens matam o porco e retalham as carnes, as mulheres fazem a comida e preparam o tempero e fazem os enchidos), sendo um momento festivo com almoço coletivo bem regado com vinho novo da colheita..
Esta tradição foi proibida durante muitos anos mas nem por isso deixou de ser praticada nas aldeias do barrocal e da serra algarvia.

Depois do almoço coletivo, com gastronomia típica, seguem-se as tarefas de tratamento das carnes, de conserva dos presuntos e do fabrico de chouriças e paios. Os presuntos depois de bem sovados com sal ficam a descansar na salgadeira e os enchidos colocados nos varais para serem fumados durante algumas semanas.
Trata-se de uma tradição que passou a ser legalizada mas é legítimo questionar sobre a violência a que o animal está sujeito nesta pratica tradicional e se não podem ser desenvolvidas técnicas que evitem ou atenuem o sofrimento do pobre suíno.
Trata-se de uma questão sensível e para recolher as opiniões dos nossos leitores, fizemos uma sondagem onde poderá participar escolhendo uma das quatro escolhas.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O AMOR É... de Joaquim Pessoa



"O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te... 
pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio. O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida. O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força. O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida. O amor dá-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz. O amor é um caos, o amor é uma ordem. O amor é um mágico. E um palhaço. E uma criança. O amor é um prisioneiro. E um guarda. Uma sentença. O amor é um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te. O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor sufoca-te. O amor é um sucesso. E um fracasso. Uma obsessão. Uma doença. O rasto de um cometa. Um buraco negro. Uma estrela. Um dia azul. Um dia de paz. O amor é um pobre. Um pedinte. O amor é um rico. Um hipócrita, um santo. Um herói e um débil. O amor é um nome. É um corpo. Uma luz. Uma cruz. Uma dor. Uma cor. É a pele de um sorriso." 

in "Ano Comum"


JOAQUIM PERSON * "love is the beginning. Love is the middle. Love is the end. Love makes you think, it makes you suffer, it makes you take the time, makes you forget the time. Love makes you choose, separating, rejecting. Love punishes you. Love makes up for you. Love is a reward and a punishment. Love hurts, love saves you, love is a lighthouse and a shipwreck. Love is joy. Love is sorrow. Is jealousy, orgasms, Bliss. The us, the other, the science of life. Love is a bird. A trap. A weakness and a strength. Love is a restlessness, a hope, a certainty, a doubt. Love gives you wings, love tips, love you, love you, love promises revenge, love makes you happy. Love is a chaos, love is an order. Love is a magician. And a clown. And a child. Love is a prisoner. And a guard. A sentence. Love is a guerrilla. Love compels you. Love commands you. Love steals. Love kills you. Remember love. Forget love. Love breathes. Love suffocates you. Love is a success. And a failure. An obsession. A disease. The trail of a comet. A black hole. A star. A blue day. A day of peace. Love is a poor. A beggar. Love is a rich. A hypocrite, a Saint. A hero and a weak. Love is a name. It's a body. A light. A cross. A pain. A color is the skin of a smile. " 

in "common year" (Translated by Bing)


FESTA DO CHOCOLATE EM LOULÉ

O Mercado de Loulé, lindíssimo edifício de inspiração árabe, foi durante três dias (13,14 e 15 de fevereiro) o local mais doce do Algarve, albergando diversos stands com as mais variadas iguarias em que o chocolate é o principal ingrediente.

Os visitantes, entre eles crianças de escolas e jardins de infância, deliciaram-se a ver e provar algumas deliciosas iguarias desde os bolos aos bombons, passando pelas cascatas, fondues, os licores ou pelas bebidas quentes, onde curiosamente também estiveram presentes produtores e os produtos regionais. O chocolate foi rei mas curiosamente começam a surgir também algumas alternativas deliciosas, tendo como base a alfarroba que se está a afirmar cada vez mais como o chocolate do Algarve, com a vantagem de ter um sabor agradável, ter menos menos teor de açúcar e por isso ainda mais saudável. 


A feliz ideia de fazer coincidir este evento com o Dia dos Namorados trouxe ainda mais ternura e magia ao evento.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

ALEX E AS MARAVILHAS DA NATUREZA ALGARVIA

Há uma interessante exposição para ver de Alexis Morgan, um jovem baronense que tem vindo a eternizar em fotografia o património natural do concelho de Loulé (fauna e flora). Uma pequena parte desse espólio deu origem a uma exposição itinerante, que pode ser visitada em Alte até ao dia 28 de fevereiro, entre as 9h e as 18 h, no Polo Museológico Cândido Guerreiro.
Alexis Mark Serra Guerreiro Morgan, nasceu em Londres em 1974, é Técnico de Ambiente na Câmara Municipal de Loulé, trabalha e faz as suas pesquisas nas Paisagens Protegidas da Rocha da Pena e Fonte Benémola.
A exposição tem fotografias fantásticas, intitula-se Pequenas e Grandes Maravilhas da Natureza e é especialmente dedicada à flora característica do Barrocal Algarvio e às lindíssimas borboletas naturais desse habitat.

Na versão inglesa, recorrendo ao texto divulgado na agenda municipal  de fevereiro:
"Small and Great Wonders of Nature" by Alexis Morgan, who is thouring though various locations.
This photographic exhibition portays some botanical specias and butterflies which can be found in the region.


domingo, 26 de janeiro de 2014

EVOCAÇÃO DE SILVES pelo poeta Árabe AL-MU'TAMID


saúda, por mim, Abú Bakr,
os queridos lugares de Silves
e diz-me se deles a saudade
é tão grande quanto a minha.
saúda o Palácio dos Balcões,
da parte de quem nunca o esqueceu,
morada de leões e de gazelas
salas e sombras onde eu
doce refúgio encontrava
entre ancas opulentas
e tão estreitas cinturas.
moças níveas e morenas
atravessavam-me a alma
como brancas espadas
como lanças escuras.
ai quantas noites fiquei
lá no remanso do rio,
preso nos jogos do amor
com a da pulseira curva,
igual aos meandros da água,
enquanto o tempo passava...
ela me serviu vinho:
o vinho do seu olhar,
às vezes o do seu copo,
e outras vezes o da boca.
tangia-me o alaúde
e eis que eu estremecia
como se estivesse ouvindo
tendões de colos cortados.
mas se retirava as vestes
grácil detalhe mostrando,
era ramo de salgueiro
que me abria o seu botão
para ostentar a flor.


Nascido em Beja em 1040, governou Silves e foi ocupar o trono do reino de Sevilha com 29 anos. 
Destronado após a queda de Sevilha o poeta é preso e nesse drama pessoal escreveu versos de grande intensidade lírica como este que retirámos do livro de Adalberto Alves, O meu Coração é Árabe.

sábado, 25 de janeiro de 2014

DANIEL VIEIRA UM ARTISTA SINGULAR

Natural de Alte onde nasceu em 1937, com seu modo simpático, afável, simples, tirou o curso de Belas Artes, foi professor em várias escolas,(conhecemo-lo na António da Costa em Almada e S. Bartolomeu de Messines), com uma sensibilidade imensa para as artes, a literatura, o teatro, a música (toca cavaquinho e integrou o grupo musical Erva Doce).Desde menino teve uma grande paixão pela pintura (que herdou do seu pai), revelando-se como artista plástico profundamente ligado a Alte e ao mundo rural que vive e expressa com o seu jeito e arte singulares. Hoje passa mais tempo em Lisboa, onde vive e frequenta mestrado na Escola superior de Belas Artes, mas sempre esteve profundamente ligado a Alte e às suas dinâmicas performativas, contribuindo para afirmar a sua terra natal como uma verdadeira Aldeia Cultural. Um grande abraço fraternal e as maiores felicidades para este artista local, que não tem tido suficiente visibilidade pública.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

BANHOS ISLÂMICOS EM LOULÉ

Foi descoberto em Loulé, junto ao centro histórico (Largo D. PedroI), um interessante complexo balnear islâmico. Se recuarmos ao período muçulmano no Algarve, época da formação de Loulé e da construção do seu primitivo castelo, podemos imaginar os habitantes que aqui moravam a deslocar-se para este local para tomar os seu banhos quentes, tépidos ou frios. Trata-se segundo a professora Susana Martinez, que tem trabalhado no campo arqueológico de Mértola com o arqueólogo Cláudio Torres, "os únicos banhos islâmicos em Portugal", o que torna ainda mais interessante este achado arqueológico. Já era conhecida a existência deste património escondido, que ganhou maior dimensão devido às descobertas feitas quando da abertura de uma vala para escoamento de águas pluviais.














Este tesouro pode vir a ser mais um interessante motivo

de atração turística mas por agora vai ser de novo enterrado, esperando que em breve venha a constituir um novo pólo museológico de Loulé.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A CHAMINÉ ALGARVIA

Quer uma chaminé de quantos dias?
Perguntava o mestre ao proprietário que o contratava para a construção da chaminé. 
A chaminé além da função utilitária ganhou valor ornamental e tornou-se um elemento identitário do Algarve. Mas as chaminés não são igualmente valorizadas em todas as zonas do Algarve conforme refere Leite de Vasconcelos, no VI volume da Etnografia Portuguesa: "a poente de Portimão, não abundam; sai muitas vezes o fumo por três fendas no telhado, formadas pela elevação de três cobertores, que recebem para isso um pouco mais de argamassa. Em Sagres há-as. Nem todas são belas; de Lagos para levante, de modo geral, no Sotavento, são frequentes as artísticas.... o algarvio edifica sobre o telhado, às vezes, obras de arte verdadeira"
Uma chaminé trabalhada com autêntico rendilhado de cal e tijolo é uma obra de arte genuína, motivo de orgulho dos seus proprietários e um cartão de visita da região algarvia.
O surgimento nas últimas décadas de chaminés feitas em série por molde, veio desvalorizar este verdadeiro património e hoje é muito difícil encontrar um pedreiro com arte e paciência para construir chaminés verdadeiramente artísticas. Na Nave do Barão temos no entanto um grande mestre capaz de construir qualquer modelo de chaminé tendo como base de trabalho um esquema ou imagem do modelo pretendido. Estamos a falar do José Ventura,
que com muito engenho e muita paciência vai ajudando a perpetuar a tradição.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

SALIR PROMOVE MERCADINHO DA HORTA

Uma feliz ideia esta de fazer o Mercadinho em Salir, no primeiro domingo de cada mês, para que os hortelãos e outros produtores da freguesia possam mostrar e vender os seus artigos. Ali podemos encontrar produtos hortícolas fresquinhos mas também outros bens produzidos de forma artesanal.
Esperemos que este novo espaço de venda, de encontros e de valorização dos produtos da terra, seja cada vez mais visitado e seja bem sucedido. Para o tornar mais atrativo sugerimos que a Junta de freguesia de Salir promotora do evento lhe dê mais dignidade, investindo na construção de toldos de proteção contra o sol e a chuva, utilizando um design que saiba conjugar tradição e modernidade.
O próximo Mercadinho será no dia 2 de Fevereiro. 
Frutos do Pomar
D. Cremilde e o artesanato tradicional
Flores diversas
Mel da região e ... sabonetes de leite e burra


Delícias de figo
Os tradicionais frutos secos





Não faltaram as filhós
Um grupo se jovens visitantes

MONTARIA AO JAVALI

Foi no sábado passado que se juntaram três dezenas de caçadores para fazer uma batida aos javalis que têm causado alguns prejuízos sobretudo nas hortas, aproximando-se demasiado perto da povoação.
Nesta batida foram abatidos dois javalis e como é habitual deu lugar a um almoço coletivo bem regado com o famoso vinho da Nave do Barão. Publicamos as fotos dos dois caçadores com pontaria afinada e imagem do almoço confecionado, como é habitual, pela Marieta.






quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

POEMA DE JOAQUIM PESSOA


Dia 365.


Termina o ano comum.
Termina o ano como 
um outro qualquer. Amei 
cada um dos dias que gastei. 
E gostei de os gastar. De os 
gostar. E degustei as horas, 
as semanas, os meses. Fui
sábio umas vezes, outras,
impaciente. Pedi-te:
dá-me a tua canção,
canta-a com os teus olhos,
os olhos do coração
irmãos da terra, irmãos 
da sombra, da cal, 
do sisal e do azul. Mal
me bastam as mil razões
do mel para sorrir e
para bater à porta de
cada página, procurando
no reverso, os versos da
ternura. Afago a pele
dos dias, a carne aflita
da distância. Quem é
que quer dar outro nome
às coisas que sempre
se chamaram assim,
e que assim se cantam
porque, agora, os dias
serão prova exaustiva
de coragem?

*
in ANO COMUM, 2.ª Ed.
Editora Edições Esgotadas,
2013.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

CANTARES DE ANO NOVO

A tradição das Janeiras é muito antiga no Algarve decorrendo entre o Natal e os Reis, com grupos de janeireiros (charolas ou joldas) tendo sido proibidas na idade Média pela Igreja e até com algumas posturas reais e municipais, devido ao seu carater profano. Até há poucas décadas ainda tinha muita expressão desde Vila Real de Santo António a Aljezur e pela noite os grupos iam de porta em porta, ecoando cânticos, acompanhados por vezes com instrumentos musicais, dedicados ao Menino Jesus, a desejar um Ano Bom, mas também com cantares dedicadas às almas dos entes falecidos.
Evocando essa tradição, transcrevemos aqui alguns excertos desses cantares, recorrendo à recolha feita pelo Padre José Cunha Duarte e publicada no livro Natal no Algarve.
A Charola das Matraqueiras da Fuzeta começava:
Já nasceu o Deus Menino,
Com prazer e alegria;
Já nasceu o Deus Menino,
Filho da Virgem Maria.


A Charola da Conceição de Tavira:
Numa cabana em Belém,
Nasceu Jesus Pequenino:
De Maria sua mãe,
Fruto de um amor divino.
Em Alte o grupo fundado pelo grande animador José Vieira cantava nos Reis:
Venho-lhe dar os Bons Reis
Já que os anos bons não pude;
e diga lá minha senhora,
Como passa de saúde.
A joldra de Aljezur iniciava a sua toada:
Boa noite, ó meus senhores,
Como estão, como passaram?
Dêem agora licença,
Janeireiros que aqui chegaram.
Em Odeceixe sem utilizar instrumentos musicais davam o mote:
Esta noite é de Janeiras, 
É de grande mer`cimento,
Por ser a noite primeira
Que o Senhor passou tormento.
O canto das almas era no entanto o mais impressionante e era muito frequente no concelho de Loulé, mas também em S. Brás de Alportel e Tavira.  O principiador cantava a solo dois versos e o grupo repetia. 
Acordai que estás dormindo,
Nesse sono tã profundo;
Vem ouvir os clamores
Das almas do outro mundo.

As almas do ôtro mundo,
Elas lhe mandam pedir;
Que lhes façam algum bem,
Que elas nâ podem cá vir.

E depois de cerca de duas dezenas de quadras ecoando no silêncio da noite,  esta impressionante evocação dor mortos terminava assim:
Fiquem-se com Deus, irmãos,
Que eu com Deus me vou embora;
Quando nos juntarmos todos,
Lá no Rêno da Glória.



quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

SALAME DE ALFARROBA, uma delícia

Salame com o chocolate do Algarve

Fácil de fazer e simplesmente delicioso, experimente...
Misture100 g de farinha de alfarroba, com 40g de açúcar, 100g de manteiga quente derretida e 4 gemas de ovo. Mexa bem e depois junte 150 g de bolachas partidas aos bocados. Deite tudo numa folha de alumínio fazendo a forma de rolo e leve ao frigorífico.Depois é servir às fatias e esperar pelos elogios ...
tem um sabor diferente do chocolate,muito agradável e feito com matéria prima algarvia.