Uma janela aberta para o mundo


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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O DECLÍNIO DA AMÊNDOA DO ALGARVE

O cartão de visita do Algarve com amendoeiras em flor foi a imagem de marca do Algarve alguns anos atrás, mas o declínio do pomar de amendoeiras que deixou de ser rentável para os agricultores, conduziu-nos à paradoxal situação de termos que importar amêndoa dos Estados Unidos da América e de Espanha, para satisfazer as necessidades da famosa doçaria algarvia à base de amêndoa. Na Nave do Barão não se verificou uma diminuição significativa do número de amendoeiras e a Várzea continua a apresentar um lindo manto branco no final do inverno,o que faz as delícias não só de residentes mas também dos visitantes que espreitam no alto da Curva da Morte. Contudo este imenso pomar de amendoeiras não foi renovado, está praticamente abandonado e os residentes apanham apenas a amêndoa para consumo caseiro. O custo da mão-de-obra está a crescer, inversamente ao preço do produto, que em 2010 atingiu o valor mais baixo dos últimos 10 anos: 47 cêntimos por quilo. A concorrência de outros mercados, que modernizaram as técnicas de produção e de recolha,apesar da qualidade e do sabor ser claramente inferior, ditaram a extinção desta atividade agrícola que foi durante muitos anos fonte de rendimento para muitas famílias. Se em 1990 o Algarve produzia 13000 toneladas, em cinco anos a produção baixou drasticamente para 1000 toneladas, sendo atualmente residual a produção deste precioso fruto seco algarvio. O que fazer para reabilitar a amêndoa do Algarve? Seria um debate interessante a promover na nossa região, que deveria envolver a Universidade do Algarve, especialistas mas também os produtores interessados em explorar este nicho de mercado. Quem come um miolo de amêndoa está longe de imaginar as voltas que a amêndoa deu para a poder trincar e todo o trabalho necessário para colher, descascar, secar e partir a amêndoa. Para poupar o trabalho paciente de partir amêndoas podemos recorrer ao Sr. Manuel João do Purgatório, junto a Paderne, deixando as amêndoas com casca para depois sair partida e com o miolo quase limpo. Os interessados podem ligar para o número 289367162 ou 966951235 e recolher informação. Dados retirados do livro Valorização do Pomar Tradicional de Sequeiro do Algarve, editado pela Universidade do Algarve.
O ano de 2015 foi um excelente ano para a amêndoa do Algarve, graças a uma conjuntura favorável,,( não choveu durante a floração e os preços de compra são compensadores). a apanha da amêndoa foi muito incentivada aqui na Nave do Barão e noutras zonas do Algarve. Se os preços de compra se mantivessem  será natural que as amendoeiras ganhem um novo alento na nossa província, não só como cartaz turístico mas também como atividade agrícola compensadora.
Mas para contrariar este optimismo, veio o ano de 2016 e devido a uma conjugação de fatores climáticos adversos não há literalmente amêndoas na Nave do Barão nem em toda a região.
Parece infelizmente confirmar-se o mau presságio antigo... Em ano bissexto cabe tudo num sexto. Realmente não houve amêndoas nem uvas, as ameixas e azeitonas escassearam. As alfarrobas e os figos contrariaram este panorama sombrio, mas a maioria das culturas foram escassas este ano. Dos três frutos secos (alfarroba, amêndoa e figo) que eram a grande fonte de rendimento, apenas a alfarroba  continua a merecer a atenção dos produtores. O figo deixou praticamente de ter interesse comercial, sendo apanhado, seco e conservado apenas para consumo familiar ou utilizado nas destilarias para produção de aguardente de figo.


2 comentários:

  1. Compro amêndoa com casca.
    Se souber de alguém que tenha em quantidade para vender envie email.
    LuisMSSSilva@gmail.com

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  2. Boa noite
    Gostaria de saber se a vossa amêndoa e orgânica ??
    Muito obrigado
    Alex

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