Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ESTAMOS NA ALTURA DO VAREJO

Foto antiga com o Tio José Pires e o seu ajudante de campo. A tradição já não é o que era... Há alguns anos atrás os aldeãos acordavam muito cedo e antes do nascer do sol, ainda lusco fusco, ponham-se a caminho montados nos seus burricos, para ir apanhar amêndoas, alfarrobas e figos no montes que formam o vale cego que bordeja a Várzea de Nave do Barão.Durante a manhã traziam várias carradas com duas ou três sacas, atadas à albarda que vestia o dorso dos burros e machos.Levavam farnel e almoçavam à sombra das árvores,por vezes dormiam a folga abrigados do sol inclemente e voltavam à tarde já com o tempo mais fresco.Quando o varejo e apanha terminavam mais cedo dava para vir almoçar a casa o tradicional arjamolho, que refrescava a alma nestes dias com temperaturas altíssimas.Hoje os burritos desapareceram do quotidiano da aldeia, foram substituídos pelos tratores, as amêndoas e os figos deixaram de ser fonte de rendimento das famílias e o varejo é praticamente só feito para apanha das alfarrobas.O calor abrasador, utilizado para secar os figos e as amêndoas nas açoteias, esse continua a atingir valores muito altos, registando os termómetros talvez dos valores mais elevados de Portugal.Por isso não se vê vivalma nas ruas da Nave do Barão a partir do meio dia e até ao meio da tarde, sendo um período do dia aproveitado para recolher dentro de casa ou para ir refrescar e conviver no Café Barão, onde circula o jornal diário com as novidades da aldeia, por vezes "coloridas" com a imaginação popular e uma pitada de "invenção", para manter a tradição da mentira criativa, pelo qual a Nave é conhecida nas redondezas.

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