Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
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domingo, 29 de outubro de 2017

O REINO DO ALGARVE AINDA EXISTE?

COMO SURGIU O REINO DO ALGARVE?
Visitando a História de Portugal e do Algarve sabemos que Algarve, outrora Al-Gharb do Al-Andaluz,  no tempo dos muçulmanos ia até Coimbra e incluía também a Andaluzia espanhola, cuja capital desse reino islâmico era Silves (Xilb).Era um reino com grande desenvolvimento cultural, agrícola e económico sob gestão muçulmana durante cinco séculos, entre 711 e 1245.
D. Sancho I conquistou Silves em 1185 e proclamou-se rei de Portugal e do Algarve, mas os árabes reconquistaram de novo a capital do seu reino em 1191.
Foi mais tarde Afonso III que, aproveitando a ofensiva do Rei de Leão para conquistar  Sevilha, desencadeou uma incursão a sul em 1249, conquistando praças fortes no Algarve.
Mas o Rei de Leão e Castela, considerava-se também Rei do Algarve o que levou o arguto rei português a casar com a filha de Afonso X,  D. Beatriz de Castro em 1253, (apesar de ser casado com D. Beatriz de Bolonha) e pelo Tratado de Badajoz em 1267, concedeu a D. Dinis, seu neto o Trono do Algarve. D. Dinis, o rei poeta, com grande visão estratégica sobre o desenvolvimento do país, promoveu a exportação dos frutos secos e dos vinhos do Algarve para a Bélgica e Inglaterra.










   

PORQUE APARECEM REIS MOUROS E CRISTÃOS NO BRASÃO DO ALGARVE E DAS CIDADES DO ALGARVE?
A ideia muito difundida por alguns historiadores e pelo Estado Novo, de que a conquista do Algarve foi fruto de bravas conquistas, com muita carnificina e banhos de sangue, é claramente exagerada.
D. Afonso III conquistou o Algarve mas estabeleceu com os mouros um acordo que lhes permitia, caso desejassem abandonar a região levar os seus bens, assegurando aos que ficassem serem tratados com honra e dignidade, podendo ficar com as suas casas, o seu património e continuar a desenvolver as suas atividades agrícolas, económicas e religiosas. Para celebrar este acordo foram colocados no Brasão do Algarve e de todas as cidades algarvias, a imagem do rei cristão ao lado do rei muçulmano, que ainda hoje perduram como símbolos dessa pacífica convivência entre duas religiões e duas culturas diferentes.
Assim se percebe melhor que a influência da cultura árabe na província algarvia que se perpetuou até aos nossos dias, sendo particularmente visível na arquitetura.

O REINO DO ALGARVE DE AQUÉM E DE ALÉM MAR
O prolongamento do Reino do Algarve para África deu-se com a conquista de Ceuta em 1415, passando então o Rei Afonso V a ter o título de Rei de Portugal e dos Algarves D'Aquém e de Além Mar, passando o Algarve atual a ser a parte de cá e as zonas conquistadas ou descobertas a parte de além.
Nesta lógica a Madeira, os Açores e as terras conquistadas em África passaram a fazer parte do Reino dos Algarves e foram muitos os algarvios que povoaram estes arquipélago, participaram nas conquistas no norte de África e na aventura dos Descobrimentos.
No reinado de D. José I, por influência de Marquês de Pombal foi extinto o Reino do Algarve mas a sua filha D. Maria I , como aconteceu com outras inovações do Marquês, reverteu essa medida passando a restaurar o Reino do Algarve.
Durante as lutas entre liberais e absolutistas o Rei D.Miguel I nomeou o Remexido, Joaquim José de Sousa Reis,como Governador do Reino do Algarve e este guerrilheiro, mesmo depois de terminada a guerra fraticida continuou a sua atividade na Serra Algarvia, tendo sido derrotado, julgado e fuzilado em Faro em 1838, não tendo sido respeitado o indulto da rainha para lhe comutar a pena.
Com a revolta republicana de 1910 foi formalmente extinto o Reino de Portugal com a proclamação da República Portuguesa, mas não foi extinto o Reino do Algarve, por isso numa deriva independentista poderemos vir a proclamar a  República do Algarve.




1 comentário:

  1. Mentira os Algarvios poucos habitantes tiveram na historia Portugueza Douro&Minho (nao é pornada Q ainda hoje sao os tripeiros

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