Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
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sábado, 18 de junho de 2016

OPUS DEI UM PODER OCULTO

Neste blogue já falámos sobre  a Maçonaria, os Bilderberg, dois grandes poderes ocultos na nossa sociedade, que sem terem legitimidade democrática mandam na vida dos países. Hoje iremos dedicar este espaço ao OPUS DEI, que tem um imenso poder sobretudo na Banca e na Política, procurando desocultar alguns mistérios desta organização exclusivamente de católicos.

APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA

Foi fundada pelo sacerdote espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer em 1928 tendo por finalidade, segundo o seu fundador, "promover entre pessoas de todas as classes da sociedade o desejo de plenitude da vida cristã", "pondo em prática os ensinamentos do evangelho", valorizando o trabalho como fator de dignidade e de santidade.
O Opus Dei, que significa Obra de Deus, espalhou-se pela Espanha onde tem uma forte expressão, e foi-se disseminando pela Europa e pelos outros continentes, pela ação missionária do seu fundador e discípulos, reunindo hoje perto de cem mil membros,com crescente influência nas elites económicas e políticas, nomeadamente em grandes países como os Estados Unidos, no Brasil, mas também em pequenos países como Portugal. Monsenhor Escrivá visitou o nosso país em 1945 pela mão da Irmã Lúcia. Poucos anos depois chegariam a Coimbra vários membros da organização para cursos de pós-graduação. Em 1946 foi editada a primeira versão portuguesa de Caminho e hoje estima-se que conte no nosso país com perto de mil e quinhentos membros, com representações em Braga. Porto, Lisboa, Coimbra, Miramar, Viseu, Montemor-o-Velho e Ponta Delgada.
O Opus Dei  alargou-se à adesão feminina em 1930, tendo um Conselho Geral só de homens, que dirige a organização com sede em Roma e uma Assessoria Central, com caráter consultivo composto exclusivamente por mulheres.
A organização edita periodicamente uma publicação oficial denominada Romana, com versão italiana, inglesa, francesa e castelhana, onde divulga também documentos da Santa Sé, considerados relevantes.
Esta associação religiosa foi reconhecida formalmente pelo Papa Paulo II em 1982, que beatificou o fundador da Obra de Deus em 2002, designada por alguns como uma Igreja dentro da própria Igreja, sendo a maioria dos membros laicos que procuram atingir a santidade, seguindo o exemplo e as palavras de Cristo.

A SANTIDADE PELA PENITÊNCIA E CASTIDADE
Ao entrarem para o OPUS DEI os fieis assumem um conjunto de compromissos que devem respeitar, nomeadamente a de dedicação plena à organização, praticando a castidade não podendo por isso namorar,devendo mortificar-se usando diariamente um cilício (instrumento metálico de tortura) na perna, agredindo o corpo com chicote, tomando duche de água fria, dormindo no chão ou em cama de madeira até aos 40 anos, abandonando as famílias de sangue para viver num mundo à parte com a sua família espiritual, composta apenas por homens ou  mulheres. As mulheres não podem visitar nem ser visitadas por homens, com excepção apenas para os sacerdotes responsáveis pela confissão e pelo sacramento.
Cilício instrumento de mortificação

LIVROS E AUTORES PROIBIDOS
Segundo os códigos da organização os seus membros estão impedidos de ler um conjunto de 33 mil 573 obras literárias, onde se destacam:
O Capital de Karl Marx, Além do Bem e do Mal de Nietzsche, Cândido de Voltaire, Evangelho segundo Jesus Cristo de Saramago, Diário de um mago de Paulo Coelho, Presente de um poeta de Paulo Neruda, Ulisses de James Joyce, Madame Bovary de Flaubert, Em busca do tempo perdido de Proust. Entre os autores portugueses proscritos estão Eça de Queirós, Lídia Jorge e José Saramago.
Na literatura internacional estão interditos Albert Camus, Garcia Marquez, Samuel Becktt, Sartre, Aldous Huxley, Truman Capote, Hemingway, Luís Borges, Dostoievski, Kafka ou Scott Fitzgerald.

A OBRA DE DEUS REVELA IMPERFEIÇÕES

Com a publicação do livro Código Da Vinci de Dan Brown e do filme inspirado no livro, o Opus Dai passou a ter uma imagem negativa na opinião pública, agravada com sucessivos escândalos financeiros no Vaticano e em alguns países como Portugal, nomeadamente com a Sociedade Lusitana de Cultura e o envolvimento de gente da alta finança, ligados à Obra, em negócios controversos. Apesar do sigilo imposto, não conseguem esconder o papel dos seus membros no Vaticano em jogos de poder e de influência em momentos decisivos, como são a nomeação dos papas.
Mas os testemunhos mais corrosivos vêm daqueles que romperam com a organização e violaram o pacto de silêncio, revelando a face mais sombria da Obra de Deus, que apesar de se considerarem os únicos católicos que estão no caminho verdadeiro, violam direitos e liberdades dos seus membros, impondo regras desumanas, retirando-os à família biológica para os enclausurarem e fazerem uma espécie de lavagem cerebral.
Para quem quiser aprofundar melhor a reflexão e conhecer detalhadamente os testemunhos críticos desta organização secreta, aconselha-se a leitura do livro "O fim dos segredos" de Catarina Guerreiro, onde se faz uma radiografia pouco simpática do OPUS DEI e da MAÇONARIA.

Sede da Praelatura Sanctae Crucis et Operis Dei em Roma




Altos dirigentes da obra ao lado de Franco
Monsenhor Josemaría Escrivá de Balaguer


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