Uma janela aberta para o mundo
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
EDUARDO LOURENÇO- Apontamentos do seu livro O Labirinto da Saudade
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS, CUIDADO COM O SEMEADOR DE ILUSÕES
quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
ADEUS 2020, BEM VINDO 2021
2020
Com tanto confinamento
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
COVID19- VACINAR OU NÃO VACINAR EIS A QUESTÃO
PRÓS E CONTRAS
O movimento antivacinacionista começou em 1885 contra a vacina da varíola, apoiado pelo médico Alexander Ross, que soube-se mais tarde se fez vacinar secretamente. Os argumentos de que iriam envenenar o sangue alimetaram o medo que se foi dissipando com o sucesso do processo de vacinação. A contestação à vacinação foi perdendo terreno e recentemente ganhou novos argumentos com a teoria da conspiração que acusa as vacinas de provocarem autismo e de poderem vir a provocar alterações celulares irreversíveis no ADN. Há ainda quem associe esta pandemia a uma estratégia oculta para favorecer os interesses da indústria farmaceutica e à utilização das vacinas para colocação de ships nos humanos, de forma a poderem ser controlados com a tecnologia 5G.
É sabido que as primeiras vacinas resultaram das experiências do médico britânico Edward Jenner que no sec XVIII criou a vacina antivaríoloca, trazendo imunidade a uma doença que afligia a humanidade há milhares de anos e tinha provocado ao longo de séculos centenas de milhões de mortes.
A partir dessa invenção a ciência foi criando vacinas que ajudaram a debelar ou controlar inúmeras doenças e pandemias provocadas pela varíola, sarampo, tuberculose, difetria, tétano, dengue, meningite, poliemielite, febre amarela ... sendo incalculáveis os benefícios para a saúde e a preservação de vidas humanas.
A VACINA ANTI-COVID 19
Em tempo record de poucos meses a comunidade científica e a indústria farmaceutica foram produzindo vacinas contra o vírus, contrariando o que foi praticado em anteriores vacinas que demoraram entre 6 anos e 22 meses a ser ministrados com segurança. A rapidez de procedimentos criou algumas dúvidas sobre a eficácia desta vacina e os especialistas explicam que só foi possível avançar tão depressa porque haviam estudos experimentais com outras variantes deste tipo de vírus e que a técnica do ARN, feita com a intervenção de cientistas portugueses, permitiu acelerar o processo.
Na Europa o Reino Unido foi o primeiro país a iniciar o Plano de Vacinação e a União Europeia deu início no dia 27 de Dezembro ao seu Plano, de acordo com um conjunto de prioridades ajustadas por cada um dos 27 países. A vacinação será gratuíta e universal mas não obrigatória e faseada no tempo, priorizando grupos em função dos riscos e vulnerabilidades.
QUEM VAI PAGAR A VACINA?
A União Europeia decidiu suportar os custos da vacinação generalizada, num gesto de generosidade excepcional, mas todos sabemos que o Orçamento da UE é suportado pelos impostos dos cidadãos, dos trabalhadores e empresas.Com esta decisão, a UE que ficou fragilizada com a saída do Reino Unido e as divisões internas visíveis na aprovação do Fundo de Recuperação da Crise ecomómica e social, ganhou credibilidade junto dos países e povos europeus.
A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL
Segundo alguns especialistas só conseguiremos sair da crise sanitária no final de 2021 depois da vacinação massiça da população. Outros afirmam que a situação pode conhecer uma forte diminuição dos contágios durante o Verão, quando estiverem vacinados perto de 70% das pessoas.
E o que acontece a quem não se pretende vacinar?
Trata-se de uma decisão pessoal assumindo cada um a responsabilidade do seu livre arbítrio. No caso dos profissionais de saúde deverão preencher um formulário assumindo a sua responsabilidade por eventuais problemas advindos dessa decisão.
Será previvisível que à medida que for generalizada a vacinação e forem evidentes os resultados positivos, vá dimuindo a resistência à vacinação. Será espetável que vá descendo progressivamente o número de casos a requerer internamento hospitalar e a pressão sobre o SNS vá diminuindo.
Teremos em termos sociais cidadãos imunes e cidadãos vulneráveis e essa condição pode ter reflexos na vida das famílias, dos serviços públicos e das empresas, tendo já alguns empresários afirmado que esse fator pode determinar a aceitação ou rejeição de celebração de contratos de trabalho. Sabendo nós que em Portugal a precariedade tende a crescer esta decisão pode afetar a estabilidade profissional de muitos trabalhadores, que postos perante este dilema acabam por se ver forçados a aceitar a toma da vacina.
O QUE PODEMOS ESPERAR DE 2021?
Não é necessário sermos especialistas nas áreas da saúde e da economia para prevermos os efeitos da crise sanitária nas nossas vidas e da crise económica na vida das famílias e empresas.
Muitas empresas em dificuldade podem não conseguir sobreviver mesmo com os incentivos financeiros previstos, aumentando o desemprego que cresceu imenso em 2020. A "bazuca" deve ser canalizada sobretudo para investimentos estruturantes que podem criar emprego e incentivar a economia. A dimuição progressiva da pandemia pode gerar algum impulso à atividade económica e criar um clima de confiança favorável ao recrudescimento das atividades sociais e culturais, mas sem atingir os níveis antes da pandemia.
A nível planetário, aos graves problemas provocados pelas fenómenos climáticos extremos, acrescem os efeitos trágicos de uma Pandemia que tenderá a agravar as manchas de pobreza e a fome no Mundo. E perante estes dramas humanos será necessário reforçar a ONU, sob a liderança de Gueterres, para investir mais em missões de solidariedade, esperando que as nefastas políticas de TRUMP sejam revertidas por BIDEM.
2021 não será provavelmente o ano generoso que todos desejamos mas com o contriburo de cada um de nós e da solidariedade nacional e internacional talvez possamos evitar que seja o ANO HORRIBILIS que vivemos em 2020.
VOTOS DE UM PROMISSOR ANO NOVO
Abraço fraternal do Joaquim António Sarmento
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
A TRAGÉDIA DE IHOR HOMENYK
O HORROR aconteceu no Aeroporto de Lisboa no dia 10 de Março, quando um cidadão ucraniano chegou a Portugal procurando trabalho e encontrou a morte, bárbaramente assassinado por quem era suposto proteger e cumprir os elementares deveres de respeito pela condição humana.
Depois de isolado, algemado, imobilizado com fita cola, torturado e agredido, ficando imobilizado no chão enquanto os três inspetores sairam airosamente sem se preocupar com o estado em que deixaram a vítima.Os três criminosos voltaram ao local do crime e perante a evidência da tragédia aliciaram uma enfermeira do INEM a atribuir a morte a paragem respiratória, mas a autopsia viria a revelar os verdadeiras causas do falecimento.
Mas isto aconteceu em Portugal? Passados nove meses a esposa deste homem não teve uma justificação ou palavra de pesar por parte da Diretora SEF? O ministro da tutela não ffez qualquer diligência junto da família e do Estado Ucraniano? O Presidente da República que se mostra tão humanista e fala a propósito de tudo esteve em silêncio nove meses? A indemização à família traz de novo Ihor para perto da esposa e dos filhos?
Imaginemos que IHOR se chamava Manuel, era um emigrante português à procura de trabalho noutro país, e tinha tratamento bárbaro semelhante. Como sentiriamos a tragédia humana e viviamos a indignação por este tratamento desumano?
A demissão da diretora do CEF peca pior tardia e há muito deveria ter sido demitida.
O silêncio do Ministro da Administração interna durante nove meses e a ausência de comunicação com a família da vitima, durante o longo período do inquérito que mandou instaurar, não devem ter consequências políticas?
Como interpretar a intervenção muito crítica e incisiva do frenético Marcelo que teve uma gestação longa de silêncio perante a gravidade deste processo onde esteve silencioso durante esta longa gestação? Faço a minha leitura política e senti que o PR pretendeu "sacudir a água do capote" para
não prejudicar a sua imagem de candidato presidencial.
E António Costa não deveria ter instado o seu ministro a sair do seu imobilismo cúmplice?
Como portugueses e cidadãos não podemos ficar indiferentes.
PORTUGAL DEVE ORGULHAR-SE DE DEFENDER VALORES HUMANISTAS UNIVERSAIS.
Que seja feita justiça, se apurem responsabilidades e sejam repensados, como sugere Marcelo, o modelo orgânico do SEF, revistos o perfil e a formação de quem no terreno deve zelar pela segurança e cumprimento das leis da República.
sábado, 5 de dezembro de 2020
AS MORTES DE SÁ CARNEIRO E SAMORA MACHEL ESTÃO POR ESCLARECER
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Adeus António José Rita
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
DESCOBERTO UM MONSTRO CARNÍVORO NA ROCHA DA PENA
Não se assuste leitor porque a salamandra gigante que designaram Metoposauros Algarvensis viveu num antigo lago perto da Penina (Salir) há 220 milhões de anos e deveria ser na altura um predador terrível, mas agora resta o esqueleto bem conservado e guardado religiosamente pela equipa de investigação que o descobriu.
Esta descoberta inspirou a ideia de candidatura à Unesco de um Geoparque envolvendo os municípios de Loulé, Silves e Albufeira que esperam com esta iniciativa revalorizar o património geológico, histórico e cultural com a espetativa de que possa vir a incentivar o turismo nesta região do interior.
O geoparque terá como polos de interesse a cultura e o património local, as áreas protegidas da Fonte Benémola e da Rocha da Pena, a aldeia cultural de Alte, a água e as fontes naturais, as ribeiras de Algibre,do Cadoiço e de Quarteira, o Castelo de Paderne, o património histórico e geológico de Silves.No âmbito desta candidatura a Geioparque Mundial a Câmara Municipal de Loulé adjudicou um projecto artístico de uma Salamandra gigante a fazer o "pino" que está em fase de conclusão na rotunda à entrada de Salir, quando vimos de Benafim. Esta obra mereceu alguma contestação da Junta de Freguesia de Salir que tinha planeado ali colocar um outro projeto com oliveiras centenárias, mas posteriormente viria a mercer também o acolhimento desta junta de freguesia. Segundo consta a escultura em betão terá orçado os 137 500 mil euros mais IVA, da autoria do artista Nuno Luis Basto da Silva. A obra não esteve a concurso público, como de resto vem sendo habitual no município de Loulé. Mesmo que o Geoparque, improvavelmente, não tenha a benção da UNESCO a região e Salir passam a contar com um interessante trabalho artístico que eterniza a presença destes anfíbios carnívoros,
que povoaram a região até serem extintos no final do Trásico. Salir que recria o passado com o Salir do Tempo, tem assim um novo encanto convidando para mais esta viagem no tempo.
sábado, 31 de outubro de 2020
ATÉ SEMPRE TIA ANTÓNIA BATISTA
Deixou-nos aos 97 anos esta amiga generosa, com uma memória fabulosa e uma longa história de vida de trabalho, testemunho de tempos difíceis de lutas e cansaços.
A MONDA DO ARROZ, DO TRIGO E A CEIFA NO ALENTEJO
Fui um ano à monda do arroz no Alentejo, perto de Alcácer do
Sal. Havia um homem na Tôr, o Armando que arranjava o grupo e fui eu, a minha
filha Vitalina com quinze anos e a Tia Teresa Maia. Deixei a Belinha, que devia
ter uns três anitos, com a avó, a tia Rosalina. Levámos xerém, grãos e feijão
para as refeições e mantas. Íamos com água até aos joelhos, usávamos umas meias
altas sem pés para andarmos descalças e íamos em grupo mondar o arroz na lama e
dos mosquitos.
Havia sempre uma mulher que fazia o comer para todos em
panelas de barro no campo e fogueira a lenha.
À noite dormíamos no chão do armazém, em cima de capachas e
embrulhadas nas mantas que levávamos.
Eu já tinha ido com o meu marido à ceifa no Alentejo, e
deixei a Vitalina com a avó, mas depois da monda do arroz disse para mim que
preferia comer pedras a voltar a ir à monda do arroz e nunca mais fui.
A VIDA ANTIGA ERA MUITO DURA
Trabalhei muito para criar as minhas moças e o meu homem era
um moiro de trabalho.
Com as raízes e cepas dos carrascos que arrancava fazia
carvoeiras pondo a lenha em covas, ateando fogo e depois cobrindo a lenha a
arder com terra.
Ia vender o carvão a Loulé em sacas de abuano no burro,
dentro das gorpelhas. Passava pelas Adegas, ia a corta mato, passava à
Carronca, atravessava a ribeira, saía aos armazéns da Pardalinha na Cruz da
Assumada e em Loulé íamos vender pelas casas. Com o dinheiro que arranjávamos
comprávamos batata doce, couves e outros avios.
Criávamos porcos e partíamos de madrugada com uma porca e os
filhos, que podiam chegar a oito ou nove numa ninhada. E lá ia eu a pé com a
porca e os bacorinhos à frente até ao mercado em Loulé, que ficava fora de
Loulé no sítio da Barreira. Vendíamos os porcos que não davam avondo para tanta
procura.
O pai do meu homem morreu em França no fundo de uma mina de
carvão no norte de França e ele era ainda pequeno e foi a avó que tomou conta
dele.
NO TEMPO DO RACIONAMENTO (1940-44)
Uma ocasião encomendei milho de contrabando à tia Mariana
das Dores, que morava perto do Lagar. Lembro-me que cheguei lá estava a bater 6
horas no sino da igreja de Salir. Carregámos os meio alqueires de milho nos
talegos no canto da gorpelha e lá vinha com medo de ser apanhada.
Noutra ocasião fui comprar farinha no moinho na Cabeça da Areia, a meio da noite, a cavalo do burro, porque era proibido na altura vender farinha. O moleiro veio espreitar com a candeia acesa e lá me vendeu uma saca de farinha e eu vim a pé monte abaixo a baixo, com o burro pela arreata.
O CASAMENTO
No outro tempo faziam uns arcos por cima da rua com
biscoitos e flores e os convidados e os noivos passavam por baixo montados nos
muares e iam apanhando os biscoitos e comendo.
Jogávamos flores para cima dos noivos quando eles passavam.
Eu estava grávida de sete meses e queria-me casar com o meu
homem que vivia com a avó e eu com os meus pais. Fui a Salir no carro de besta
do tio Luz, fui-me confessar ao padre “pequenino”, que era da Carrapateira. Ele
olhou para mim e disse-me “ó minha filha estás mais que confessada” e mandou-me
embora.
A Arte em tempo de Pandemia
Jacob Krynauw nasceu na África do Sul, especialista nas novas Tecnologias da Informação, durante muitos anos trabalhou como designer gráfico, aposentou-se e veio morar na pacata aldeia da Nave do Barão onde começou a dar largas à sua fértil imaginação e criatividade.
Para dar visibilidade à sua obra peculiar a Associação "Os Barões" convidou o artista residente para a sua primeira exposição neste tempo ameaçador de crescente ameaça pandémica.
A exposição está programada para decorrer na sede social da associação entre 7 de Novembro e 7 de Dezembro, mas como todos os eventos culturais está sujeita às regras aprovadas pela Direção Geral de Saúde e aguardamos o parecer favorável para dar lugar ao deslumbramento e povoar de arte a "galeria" improvisada no salão de festas dos "Barões".