Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

sábado, 31 de outubro de 2020

ATÉ SEMPRE TIA ANTÓNIA BATISTA


Deixou-nos aos 97 anos esta amiga generosa, com uma memória fabulosa e uma longa história de vida de trabalho, testemunho de tempos difíceis de lutas e cansaços.
Dela não falarão os telejornais nem será noticia na comunicação social. Em sua memória partilho uma parte da entrevista que me concedeu no dia 16 de junho de 2019. 
  

A MONDA DO ARROZ, DO TRIGO E A CEIFA NO ALENTEJO

Fui um ano à monda do arroz no Alentejo, perto de Alcácer do Sal. Havia um homem na Tôr, o Armando que arranjava o grupo e fui eu, a minha filha Vitalina com quinze anos e a Tia Teresa Maia. Deixei a Belinha, que devia ter uns três anitos, com a avó, a tia Rosalina. Levámos xerém, grãos e feijão para as refeições e mantas. Íamos com água até aos joelhos, usávamos umas meias altas sem pés para andarmos descalças e íamos em grupo mondar o arroz na lama e dos mosquitos.

Havia sempre uma mulher que fazia o comer para todos em panelas de barro no campo e fogueira a lenha.

À noite dormíamos no chão do armazém, em cima de capachas e embrulhadas nas mantas que levávamos.

Eu já tinha ido com o meu marido à ceifa no Alentejo, e deixei a Vitalina com a avó, mas depois da monda do arroz disse para mim que preferia comer pedras a voltar a ir à monda do arroz e nunca mais fui.

A VIDA ANTIGA ERA MUITO DURA

Trabalhei muito para criar as minhas moças e o meu homem era um moiro de trabalho.

Com as raízes e cepas dos carrascos que arrancava fazia carvoeiras pondo a lenha em covas, ateando fogo e depois cobrindo a lenha a arder com terra.

Ia vender o carvão a Loulé em sacas de abuano no burro, dentro das gorpelhas. Passava pelas Adegas, ia a corta mato, passava à Carronca, atravessava a ribeira, saía aos armazéns da Pardalinha na Cruz da Assumada e em Loulé íamos vender pelas casas. Com o dinheiro que arranjávamos comprávamos batata doce, couves e outros avios.

Criávamos porcos e partíamos de madrugada com uma porca e os filhos, que podiam chegar a oito ou nove numa ninhada. E lá ia eu a pé com a porca e os bacorinhos à frente até ao mercado em Loulé, que ficava fora de Loulé no sítio da Barreira. Vendíamos os porcos que não davam avondo para tanta procura.

O pai do meu homem morreu em França no fundo de uma mina de carvão no norte de França e ele era ainda pequeno e foi a avó que tomou conta dele.

NO TEMPO DO RACIONAMENTO (1940-44)

Uma ocasião encomendei milho de contrabando à tia Mariana das Dores, que morava perto do Lagar. Lembro-me que cheguei lá estava a bater 6 horas no sino da igreja de Salir. Carregámos os meio alqueires de milho nos talegos no canto da gorpelha e lá vinha com medo de ser apanhada.

Noutra ocasião fui comprar farinha no moinho na Cabeça da Areia, a meio da noite, a cavalo do burro, porque era proibido na altura vender farinha. O moleiro veio espreitar com a candeia acesa e lá me vendeu uma saca de farinha e eu vim a pé monte abaixo a baixo, com o burro pela arreata.

O CASAMENTO

No outro tempo faziam uns arcos por cima da rua com biscoitos e flores e os convidados e os noivos passavam por baixo montados nos muares e iam apanhando os biscoitos e comendo.

Jogávamos flores para cima dos noivos quando eles passavam.

Eu estava grávida de sete meses e queria-me casar com o meu homem que vivia com a avó e eu com os meus pais. Fui a Salir no carro de besta do tio Luz, fui-me confessar ao padre “pequenino”, que era da Carrapateira. Ele olhou para mim e disse-me “ó minha filha estás mais que confessada” e mandou-me embora.


A Arte em tempo de Pandemia

 Jacob Krynauw nasceu na África do Sul, especialista nas novas Tecnologias da Informação, durante muitos anos trabalhou como designer gráfico, aposentou-se e veio morar na pacata aldeia  da Nave do Barão onde começou a dar largas à sua fértil imaginação e criatividade.



Para dar visibilidade à sua obra peculiar a Associação "Os Barões" convidou o artista residente para a sua primeira exposição neste tempo ameaçador de crescente ameaça pandémica.



A exposição está programada para decorrer na sede social da associação entre 7 de Novembro e 7 de Dezembro, mas como todos os eventos culturais está sujeita às regras aprovadas pela Direção Geral de Saúde e aguardamos o parecer favorável para dar lugar ao deslumbramento e povoar de arte a "galeria" improvisada no salão de festas dos "Barões". 




terça-feira, 6 de outubro de 2020

AFINAL O INTERIOR "pur si muove"

Nesta luta sempre inacabada e nem sempre conseguida pela defesa do Interior no Concelho de Loulé, muitos têm dado o melhor de si e são escassos os resultados visíveis. Foi com inconformismo e vontade de inverter o destino trágico de morte lenta e desertificação de dois terços do território, que um grupo de duas dezenas de cidadãos vêm fazendo um percurso de reflexão e debate mensal, percorrendo as quatro freguesias do interior. Após a primeira reunião na Nave do Barão reunimos em Alte e no passado sábado nas Barrosas (Salir) e estão em preparação novos encontros em Quereça e no Ameixial.

Temos identificado problemas novos e velhos e procuramos identificar respostas que tragam mais dignidade, mais esperança às pessoas que aqui vivem e a quem desejar escolher estes territórios para visitar, viver e trabalhar.

A diversidade de experiências e de perspectivas, a persistência e a vontade de contribuir para as mudanças desta triste realidade são a maior riqueza desta caminhada coletiva que procura ser pessoalmente gratificante e socialmente útil. Como tão bem escreveu Sebastião da Gama , PELO SONHO É QUE VAMOS....

Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

IMAGEM DO MOMENTO EM PLENÁRIO NA ASSOCIAÇÃO CULTURAL DAS BARROSAS

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
Ao que desconhecemos
E ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

TRIM...TRIM...REGRESSO À ESCOLA EM TEMPOS DE COVID

 Depois da experiência de ensino à distância, recordando os tempos da Telescola, o novo ano lectivo vai ser presencial e terá início entre 14 e 17 de Setembro.

Neste tempo em que um ser invisível nos ameaça e pode contagiar, provocando doença grave e em algumas pessoas mais vulneráveis pode até ser fatal, há naturais receios das famílias, dos professores e funcionários mas podemos confiar porque houve uma cuidada preparação por parte da autarquia, da tutela e dos estabelecimentos de ensino, cabendo a todos nós fazer a nossa parte cumprindo rigorosamente as regras de prevenção nomeadamente a higienização, a etiquta respiratória, a distância social e o uso da máscara. Estas são as armas que devemos utilizar neste combate.




Em Loulé, como noutros concelhos do país, os professores, educadores e funcionários foram testados, há orientações muito específicas e cada escola elaborou o seu Plano de Contingência. Entre as centenas de pessoas convocadas no concelho de Loulé para fazer o teste apenas duas professores recusaram fazer o teste e parece não haver instrumento legal para as obrigar a cumprir esse dever profissional e de cidadania.

Nesta fase preparatória foi feito um investimento na formação dos profissionais envolvidos e está garantido o apoio psicológico ao longo do ano letivo.

Devemos reconhecer o precioso contributo da Câmara Municipal de Loulé que tem desenvolvido intenso trabalho com os responsáveis das escolas e das autoridades de saúde para que tudo possa correr bem. Com horários desdobrados torna-se necessário reforçar o número de funcionários, obrigando a autarquia a suportar esse encargo, assim como a aquisição de casinhas de madeira para as escolas que não tenham condições para criar a Sala Covid. No plano do apoio médico foi criada uma linha de apoio AMO-Loulé que terá assessoria de uma pediatra especialista em virologia e cada escola vai ter afeta um médico e serviço de enfermagem para responder a eventuais situações que mereçam especial cuidado.

Apesar de todo este esforço do município e das escolas todos temos consciência que existem riscos, podem vir a acontecer situações de contágio vindas sobretudo do exterior da Escola, onde se sabe que o contexto familiar tem sido a principal foco de crescimento desta Pandemia e importa que cada pessoa colabore de forma responsável e empenhada para conseguirmos controlar e reduzir o número de casos infetados, na esperança de que uma Vacina possa vir libertar-nos deste flagelo.



Até lá todo o cuidado é pouco e importa sermos muito rigorosos no cumprimento de regas essenciais:

▪ Lavar frequentemente as mãos, com água e sabão, esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos; ▪ Reforçar a lavagem das mãos antes e após as refeições, após o uso da casa de banho e sempre que as mãos estejam sujas; ▪ Usar lenços de papel (de utilização única) para se assoar; ▪ Deitar os lenços usados num caixote do lixo e lavar as mãos de seguida; ▪ Tossir ou espirrar para o braço com o cotovelo fletido, e não para as mãos; ▪ Evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias; ▪ Manter o distanciamento social recomendado; ▪ Utilizar máscaras nos transportes públicos e em todos os locais em que o seu uso é obrigatório. Quaisquer alterações ao estado de saúde devem ser comunicadas de imediato à linha SNS 24 (808 24 24 24) que analisará o risco em concreto e dará as devidas recomendações/orientações

MUITA SORTE E SAÚDE PARA VENCERMOS ESTE INIMIGO INVISÍVEL E TRAIÇOEIRO...

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

INCRÍVEL! A FESTA DA ESPIGA PASSOU À FINAL

 A Festa da Espiga está na final das 7 Maravilhas da Cultura Popular, depois de ter sido uma das vencedoras da meia-final disputada este domingo, 24 de Agosto em Salir. A final decorrerá no dia 6 de Setembro, juntando mais sete finalistas que serão apurados non dia 30 de Setembro.

Esta MEIA-FINAL teve transmissão em direto na RTP1 a partir da vila de Salir, no agradável recinto por detrás da Igreja e no Jardim anexo, apurou a Festa da Espiga como uma das 7 finalistas. A Final vai ser disputada com 14 finalistas e é muito importante continuar a dar força à nossa grande Festa da Espiga, que nasceu de uma ideia feliz do saudoso amigo José Gregório.

Este concurso teve um elevadíssimo nível de votação por chamada telefónica, sendo por isso um bom negócio para a RTP e as operadoras das conmunicações. Após o apuramento final a classificação dos sete finalistas foi:

1º- O Bailinho da Madeira

2º- A Festa do Colete Encarnado

3º - O criptojudaímo de Belmonte

4º- A Festa da Espiga de Salir

5º- A Festa de São João de Braga

6º- A romaria de São João de D'Arga

7º O Santo António de Lisboa

A Casa da Tita acolheu alguns técnicos da RTP e teve a honra de receber Luís Segadães, o presidente dos concurso das Sete Maravilhas de Portugal.

Notou-se a ausência do habitual apresentador e coordenador da Festa da Espiga, o Francisco André que foi no final receber o prémio. Tiveram especial visibilidade a apicultora Dália, o medronho da Cortelha, as artistas do croché que ajudaram a enfeitar o recinto, os presidentes da Câmara Municipal de Loulé e da Junta de Freguesia de Salir e o padrinho da Festa dac Espiga Reinaldo Teixeira.

PARABÉNS AOS SALIRENSES, À JUNTA DE FREGUESIA DE SALIR, AOS PROMOTORES DA FESTA DA ESPIGA, E A TODOS OS QUE COM O SEU VOTO CONTRIBUIRAM PARA QUE SALIR E A SUA FESTA DA ESPIGA GANHASSE PROJEÇÃO MUNDIAL.

A CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ também merece o nosso aplauso pelo apoio financeiro que deu a este evento.

VIVA A FESTA DA ESPIGA!

VIVA SALIR E AS SUAS GENTES!

Os protagonistas da vitória :Reinaldo Teixeira,  Deodato João, Vitor Aleixo, Filipa Nobre, Arménio Guerreiro, o Vinho da Nave do Barão, Vanessa Oliveira e José Carlos Malato














 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

ALGARVE INTERIOR QUE FUTURO?

Preocupados com o declínio  do interior do Concelho de Loulé, com a crescente desertificação, abandono e envelhecimento reuniram no dia 25 de julho, na Nave do Barão 23 participantes insatisfeitos mas unidos na vontade de contrariar esta tendência que se acentua dramáticamente.



João Ministro, um dos participantes neste encontro publicou recentemente no Algarve Informativo um excelente artigo inconformista que nos desafia a avançar nesta luta pela defesa e revitalização do interior  "O momento é agora. A oportunidade é única. Como vulgarmente se diz no seio da astronomia, «os astros estão alinhados». E, como tal, sendo a ocasião rara, tem ser aproveitada. As circunstâncias que ditam hoje importantes mudanças ao nosso estilo de vida e que irão orientar os modelos de desenvolvimento das sociedades no futuro próximo, focam, directa ou indirectamente, os territórios do interior (ou de baixa densidade) com particular relevância, sob vários desígnios e perspectivas, sejam de natureza ambiental, económico, social ou cultural."

Este pequeno "movimento de semeadores da esperança" vai ter sequência no encontro a realizar no dia 29 de Agosto, em Alte, na Escola Profissional de Alte. visando uma reflexão, partilha de vivências, saberes e inquietação numa perspetiva que poderemos considerar de "advocacia social". Unidos pelo interior, pelas suas gentes e pelo futuro de quase dois terços do território do concelho de Loulé, envolvendo as freguesias de Ameixial, Alte, Salir. União de freguesias de Benafim, Tôr e Querença.





 

quinta-feira, 23 de julho de 2020

ADVOCACIA SOCIAL PELO DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR








CONSTITUIR UM GRUPO MISSÃO PARA O ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR

O problema da desertificação do interior, do abandono e envelhecimento de uma parte significativa do território tem merecido a atenção de sucessivos governos, que produziram programas, aprovaram legislação e até foi criada há quatro anos uma Unidade de Missão para a Valorização do Interior, mas a realidade das pessoas que vivem e trabalham nestas zonas de baixa densidade não tem sofrido mudanças visíveis.



Durante as campanhas eleitorais autárquicas este tema é recorrente e nas últimas eleições, realizadas em 2017 no concelho de Loulé, foi até celebrado um acordo entre os candidatos ao executivo camarário para criar um grupo de missão. Na sequência deste compromisso e passados quase três anos o então candidato pelo PS, Vitor Aleixo e atual presidente da Câmara convidou-me a avançar com a ideia e apresentar uma proposta ao executivo camarário.

  


Não devemos ignorar que desencadear este percurso neste momento pode vir a coincidir com o processo eleitoral autárquico previsto para o terceiro trimestre de 2021, mas se conseguirmos reunir pessoas e instituições de diferentes sensibilidades políticas e áreas de intervenção poderemos evitar eventuais aproveitamentos partidários. Como recomenda a sabedoria popular “mais vale tarde do que nunca”.



A necessidade de estudar, de elaborar um plano estratégico que aposte na valorização e revitalização de dois terços do território do nosso concelho, continua atual e é urgente mobilizar energias e vontades para identificar problemas, inventariar recursos e potencialidades, mas sobretudo gerar dinâmicas endógenas para a participação da cidadania por esta causa.




Para fazermos uma reflexão livre, aberta e plural vai realizar-se na Nave do Barão, no dia 25 de Julho, pelas 16h,na sede da Associação “Os Barões”, na Nave do Barão/Salir, uma sessão com um grupo de cidadãos preocupados com esta situação e que têm, pelo seu saber e experiência, contributos válidos para a transformação desta preocupante realidade social, cultural, social e económica.






 Esperamos contar a participação dos protagonistas que vão estar presentes nesta sessão e daremos aqui  conta das ideias partilhadas. Para mais esclarecimentos pode usar o mail  joansarmento@gmail.com ou o telemóvel 962638117.




terça-feira, 7 de julho de 2020

PARABÉNS SALIR! A FESTA DA ESPIGA VENCEU NO ALGARVE

Estão de parabéns os salirenses que votaram, a Junta de Freguesia que se empenhou no concurso regional das Maravilhas da Cultura Popular e naturalmente Reinaldo Teixeira que apadrinhou a candidatura.
Agora a Festa da Espiga fica a aguardar o resultados das restantes 19 regiões para disputar a fase nacional do concurso.
VAMOS CONTINUAR NO CONCURSO E PRECISAMOS DE MOBILIZAR AINDA MAIS VOTANTES NA FASE NACIONAL DAS CANDIDATURAS.
Parabéns Festa da Espiga! Esteja onde estiver o Sr.José Gregório merece o nosso aplauso como criador desta feliz iniciativa.


terça-feira, 30 de junho de 2020

A FESTA DA ESPIGA CANDIDATA ÀS SETE MARAVILHAS

AJUDE A ELEGER A FESTA DA ESPIGA


A Festa da Espiga, que se celebra na Quinta-Feira da Ascensão (40 dias após a Páscoa), e que coincide com o Dia do Município de Loulé, constitui o evento mais marcante que se realiza anualmente na vila de Salir, quer pela sua expressão etnográfica e cultural quer pela mobilização popular das suas gentes.
Verdadeiro cartaz turístico do interior rural, a Festa da Espiga ganhou uma dimensão regional, recebendo milhares de visitantes que aqui se deslocam para apreciar o cortejo etnográfico, o artesanato, a gastronomia, o folclore, a poesia e toda a animação musical que aprofunda o brilho e a autenticidade deste grande acontecimento festivo.
No Dia da Espiga é tradição as pessoas irem para o campo apanharem as plantas que formam o ramo de espiga e que têm o seguinte significado: Espiga – pão; Malmequer – ouro e prata; Papoila – amor e vida; Oliveira – azeite e paz; Videira – vinho e alegria; Alecrim – saúde e 

VOTE JÁ: 760 207 704

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terça-feira, 9 de junho de 2020

ASSOCIAÇÃO EM DESCONFINAÇÃO



NOTÍCIAS DA ASSOCIAÇÃO “OS BARÕES”
Depois de uma pausa de três meses devido à Pandemia vamos reabrir a sede social na próxima sexta-feira, dia 12 de junho, voltando ao funcionamento normal com regras rigorosas de higienização para evitar possíveis contágios.
A entrada no edifício fica condicionada ao uso de máscara (que pode ser adquirida à entrada), com higienização das mãos e distância social.
Foi adquirido um ecrã gigante colocado no Salão para que os sócios, familiares e amigos possam ver programas televisivos e assistir à projeção regular de filmes. O espaço amplo permite assegurar as regras da DGS e só serão permitidos na mesma mesa pessoas que coabitem na mesma casa.
No exterior, na esplanada coberta e na frente do edifício os utentes não são obrigados a usar máscara e podem fazer os pedidos a quem estiver de serviço, sem entrar nas instalações.
Será permitido no interior jogos de snooker e ténis de mesa e no exterior cartas e corn hole, cumprindo todas as recomendações de segurança.
Sejam bem-vindos à vossa Associação e pedimos aos associados que regularizem o pagamento de cotas, porque a vossa contribuição financeira é muito importante.
Apelamos ainda aos que ainda não são sócios que ajudem com a sua adesão a reforçar a Associação e aos que deixaram de pagar cotas há algum tempo que voltem a cumprir esse dever para o reforço do projeto associativo.
Obrigado pela vossa compreensão e apoio!
Saúde e sorte para os sócios e famílias.
A DIREÇÃO

domingo, 26 de abril de 2020

DANÇAS COM PAPOILAS

A DANÇA DAS PAPOILAS
Delicado tapete verde
Em terra fértil de sonhos
Esperança multicor
Na Primavera dos sentidos.
Sinfonia canora polifónica
Enamoramentos que nidificam
Em intimidade partilhada.
O rubro sanguíneo das papoilas
Bandeiras vermelhas ao vento
Caule elegante, frágil e esguio
Em campo matizado de odores
Amarelo vivo dos malmequeres
Salpicos de alvas pétalas
Pintura impressionista viva...
A brisa da tarde prazenteira
Ensaio de danças inesperadas
De papoilas vivas animadas
Ao compasso suave do vento.
Ora ritmado e sereno
Espécie de valsa lenta...
Ora mais vivo e frenético
Em jeito de dança africana.
E nesta agradável dolência
O voo desajeitado das borboletas
O zumbido laborioso das abelhas
Na doce e lilás procura
De cardos altaneiros suculentos
Despertam-me de sonho bucólico
Regresso à realidade confinada.

terça-feira, 21 de abril de 2020

chuva na primavera

CHUVA NA PRIMAVERA
Melodia sincopada
Em telhado antigo,
Lágrimas de saudade
Na fonte salina
Dos meus olhos.
Novelo de sentimentos
Enleio de emoções
Por entes queridos
Tatuados na memória
No vazio infinito
Clausura forçada
Cortinados de renda
Em céu cinzento
De medo vestido
Na efemeridade dorida
De peias nos passos
Reclamando abraços
No murmúrio das águas
Bailando nos regatos
Mar de inquietações
A esperança vagueia
Frágil e descalça
E espreita insegura
Nos postigos abertos
No meu peito pulsátil
J.A.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

A DIETA MEDITERRÂNICA É PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

2- O QUE SABEMOS SOBRE A DIETA MEDITERRÂNICA
A Dieta Mediterrânica foi classificada no dia 4 de Dezembro de 2013 como Património Mundial e Imaterial pela Unesco, considerada uma das dietas mais saudáveis do mundo e conjugar equilibradamente Cultura, Tradição e Equilíbrio Alimentar.
No Algarve apesar de não ser banhado pelo Mediterrâneo, pelas suas características geográficas, pela fauna e flora e pelo clima, este regime alimentar tem raízes ancestrais.
Foi um investigador americano, Ancel Keys, que nos anos 50 veio estudar os motivos porque os povos mediterrânicos tinham maior longevidade e baixos índices de enfartes do miocárdio.
QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DESTA DIETA?
. Consumo elevado de alimentos de origem vegetal e de produtos frescos, sobretudo verduras e legumes e cereais como o grão-de-bico e as lentilhas.
. Utilização frequente do azeite como principal gordura e com menor frequência as oleaginosas como as azeitonas, as amêndoas e as nozes.
. Consumo elevado de pescado e raro de carnes vermelhas
. Bastante consumo de água e moderado consumo de vinho
. A refeição ganha dimensão coletiva ao ser praticada em grupo e ser um momento por excelência de reunião e com familiares ou amigos.

AS VANTAGENS
. Trata-se de uma cozinha simples com bastante recurso a sopas, cozidos, ensopados e caldeiradas.
. O recurso a plantas aromáticas permite a redução do sal
. Moderado consumo de laticínio e carnes vermelhas
. A água como principal bebida ao longo do dia
. A mesa torna-se local de agradável convívio

AS DESVANTAGENS
Não tem evidentes desvantagens sendo o excessivo do consumo de vinho tinto o maior inconveniente.
QUEM AINDA NÃO PROVOU?
A tiborna de pão quente barrado com azeite e alho
Os carapaus alimados bem regados com azeite
Uma boa estopeta de atum ou o arroz de lingueirão
Uma caldeirada com rascasso, safio, pata roxa e raia
Um arjamolho fresquinho no Verão
Uma cozinha de batatas ou um cozido de repolho
A galinha cerejada ou as favas à algarvia
SE NÃO EXPERIMENTOU AS DELÍCIAS DA COZINHA MEDITERRÂNICA ESTÁ SEMPRE A TEMPO…