O feriado nacional assinala ainda o dia da morte do poeta Luís Vaz de Camões,
em 1580, autor d´Os Lusíadas, a maior obra épica de Portugal.
Portugal é talvez o único país do mundo que comemora e faz feriado nacional evocando o dia da morte de um grande poeta, que apesar da sua magistral obra
poética, morreu na pobreza, precisamente no dia 10 de junho que hoje
comemoramos.
O 10 de Junho é
assinalado, em democracia, desde 1977 como o Dia de Portugal, de Camões e das
Comunidades Portuguesas, em que os Presidentes avaliam, num discurso, o estado
da nação e distribuem condecorações. Portugal é um dos poucos países do Mundo
que dedica o seu dia nacional a uma data relacionada com a Cultura, dia
apontado para a morte de Camões, e não a um facto da sua História política.
No dia 10 de junho celebra-se em Portugal o Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O feriado nacional
assinala ainda o dia da morte do poeta Luís Vaz de Camões, em 1580, autor d´Os
Lusíadas, a maior obra épica de Portugal.
Do programa do Dia de
Portugal fazem parte muitas atividades, como desfiles, demonstrações militares,
e entregas de medalhas de mérito, por exemplo.
Este é o dia da Língua
Portuguesa e do cidadão nacional. Pela sua importância, é um dos feriados civis
que não foram eliminados pelo Governo.
História do Dia de
Portugal
Durante o regime
ditatorial do Estado Novo de 1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de abril de
1974, o dia 10 de junho era celebrado como o "Dia da Raça: a raça
portuguesa ou os portugueses".
Após a revolução do 25
de abril de 1974, que marcou o fim do regime ditatorial do Estado Novo, a
celebração do dia passou a prestar homenagem a Portugal, a Camões e às
Comunidades Portuguesas.
Neste dia o Presidente
da República e altas individualidades do Estado participam em cerimónias de
comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que
decorrem em cidades diferentes todos os anos. Anualmente são distinguidas novas
individualidades pelo seu trabalho em nome da nação.
Biografia de Luís de
Camões
Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta
português. Autor do poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes
da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de
Portugal. É o maior representante do Classicismo Português.
Luís de Camões (1524-1580) nasceu em
Coimbra ou Lisboa, não se sabe o local exato nem o ano de seu nascimento, supõe-se
por volta de 1524. Filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, ingressou
no Exército da Coroa de Portugal e em 1547 embarcou como soldado para a
África, onde participou da guerra contra os Celtas, no Marrocos. Durante o
combate perde o olho direito.
Em 1552, de volta à Lisboa frequentou
tanto os serões da nobreza como as noitadas populares. Numa briga, feriu um
funcionário real e foi preso. Embarcou para a Índia em 1553, onde participou de
várias expedições militares. Em 1556, foi para a China, também em várias
expedições. Em 1570, voltou para Lisboa, já com os manuscritos do poema
"Os Lusíadas", que foi publicado em 1572, com a ajuda do rei D.
Sebastião.
O poema "Os
Lusíadas" funde elementos épicos e líricos e sintetiza as principais
marcas do Renascimento Português: o humanismo e as expedições ultramarinas.
Inspirado em A Eneida de Virgílio, narra fatos heroicos da história de
Portugal, em particular a descoberta do caminho marítimo para as Índias por
Vasco da Gama. No poema, Camões mescla fatos da História Portuguesa à intrigas
dos deuses gregos, que procuram ajudar ou atrapalhar o navegador.
Um aspecto que diferencia Os Lusíadas
das antigas epopeias clássicas é a presença de episódios líricos, sem nenhuma
relação com o tema central que é a viagem de Vasco da Gama. Entre os episódios,
destaca-se o assassinato de Inês de Castro, em 1355, pelos ministros do rei D.
Afonso IV de Borgonha, pai de D. Pedro, seu amante.
Luís de Camões é o poeta erudito do
Renascimento, se inspira em canções ou trovas populares e escreve poesias que
lembram as cantigas medievais. Revela em seus poemas uma sensibilidade para os
dramas humanos, amorosos ou existenciais. A maior parte da obra lírica de
Camões é composta de sonetos e redondilhas, de uma perfeição geométrica
e sem abuso de artifícios, tudo parece estar no lugar correto.
No século XVI, em todos os reinos
católicos, os livros deveriam ter a aprovação da Inquisição para serem publicados.
Isso ocorreu com "Os Lusíadas", conforme texto de frei Bartolomeu,
onde comenta as características da obra e ressalva que a presença de deuses
pagãos não devem preocupar porque não passa de recurso poético do autor.
Uma das amadas de Camões foi a jovem
chinesa Dinamene, que morreu afogada em um naufrágio. Diz a lenda que Camões
conseguiu salvar o manuscrito de Os Lusíadas, segurando com uma das mãos e
nadando com a outra. Camões escreve vários sonetos lamentando a morte da amada.
O mais famoso é "A Saudade do Ser Amado". Camões deixou além de
"Os Lusíadas", um conjunto de poesias líricas, entre elas, "Os
Efeitos Contraditórios do Amor" e "O Desconcerto do Mundo", e as
comédias "El-Rei Seleuco", "Filodemo" e
"Anfitriões".
Luís Vaz de Camões morreu em Lisboa,
Portugal, no dia 10 de junho 1580, em absoluta pobreza.