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sábado, 10 de abril de 2021

A JUSTIÇA QUE TEMOS ...





O conceito que temos sobre justiça enquanto defensora da integridade moral do Estado, do Governo e da República sai descredibilizado no acordão do juiz Ivo Rosa, que durante mais de três horas dissertou sobre a operação Marquês.
O Ministério Público foi claramente desautorizado e passado atestado de incompetência na organização do processo acusatório. Saem ilibados a grande maioria dos arguidos, caem todos os casos de corrupção envolvendo Sócrates que viu os 31 crimes de que era acusado, ser indiciado de apenas três crimes de branquamento de capitais e três crimes de falsificação de documentos.
Sócrates cantou vitória apesar de continuar arguido nestes seis casos que podem conduzir a penas de prisão de mais de 12 anos.
É sabido que o Ministério Público vai interpor recurso para o Tribunal da Relação, onde Ivo Rosa já viu serem anuladas algumas das suas deliberações e vamos ver este folhetim arrastar-se no tempo com muita probabilidade de prescrever com a morosidade da justiça.
Mas Sócrates apesar da aparente euforia foi com toda a clareza considerado corrupto pelo juiz que o ilibou dos crimes de corrupção, por ausência evidente de provas ou por não considerar legais as escutas ou os argumentos utilizados pelo Ministério Público.
Não se questiona o trabalho imenso que o juiz teve com o processo Marquês mas fica ideia de algum ajuste de contas com o MP e deixa a sensação de ter sido algumas vezes advogado de defesa dos arguidos. Quem teve a paciência de o ouvir fica a ideia de alguma parcialidade por ter utilizado na sua argumentação os depoimentos favoráveis a Sócrates e não tenha lido qualquer testemunho dos depoimentos de acusação.
Na interpretação subjetiva parece que a balança da deusa Dice pendeu favorável para o lado dos acusados, contribuindo para desacreditar ainda mais a Justiça e deixando terreno fértil para alimentar sentimentos populistas explorados pelos inimigos da Democracia e do Estado de Direito.

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