Nave do Barão: AS BRUXAS VÃO ANDAR À SOLTA NA NAVE DO BARÃO

Uma janela aberta para o mundo

No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.

Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.

São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

sábado, 12 de outubro de 2019

AS BRUXAS VÃO ANDAR À SOLTA NA NAVE DO BARÃO

Desta vez os lobisomens e as bruxas da Nave não se vão encontrar na Volta do Vale no cruzamento das Quatro Estradas, vão fazer um simpósio na Associação "Os Barões" no dia 31 de OUTUBRO.

Venha divertir-se e se quiser participar no jantar fantasmagórico faça a sua inscrição na Sede Social, no Café Barão ou pelo endereço e telemóvel do cartaz.

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Licor de Alfarroba, essência dos deuses e das deusas

Licor de Alfarroba

http://quiosquedasideias.com/quiosque/licores/licor-de-alfarroba/

Ingredientes

. 1 litro de aguardente a 36 º
. 1 kg de açúcar
. 1 litro de água
. 2 vagens de alfarroba maduras partidas aos bocados
. 2 chávenas de alfarroba torrada e moída fina

Modo de Fazer

1. Põe-se o açúcar num tacho.
2. Junta-se-lhe a água e a alfarroba e leva-se ao lume, mexendo sempre até ferver.
3. Desliga-se o lume, deixa-se amornar e junta-se a aguardente.
4. Mexe-se bem.
5. Numa vasilha de porcelana deita-se esta mistura, a casca e limão e as vagens de alfarroba.
6. Tapa-se bem e deixa-se de infusão durante dez dias.
7. Todos os dias mexe-se com colher de pau.
8. Ao fim deste tempo, filtra-se (por papel de filtrar) e põe-se em garrafas bem fechado.

QUADRAS DE ANTÓNIO ALEIXO

Dedicado a um fulano que se meteu com ele e era conhecido por algumas vigarices:

Fui polícia, fui soldado,

Estive fora da nação,

Vendo jogo, guardo gado,

Só me falta ser ladrão!...

Sobre Manuel Domingos Louzeiro, ladrão famoso

na região de Salir, que serviu de letra a uma canção de José

Afonso:

Já lá foi preso o ladrão

quem toda a parte apar'cia;

contam-se mais de um milhão

os roubos que ele fazia.

Mas havia quem aproveitasse e à sombra dele também fosse amiga do alheio, denuncia feita na última décima:

Por alguns sítios passava,

onde há gente honradinha,

que roubava à vontadina

e que ninguém acusava;

Acutilante na crítica social e muito atual nos nossos dias.

Quem trabalha e mata a fome

Não como e pão de ninguém;

Mas quem não trabalha e come,

Come sempre o pão de alguém.

Quantas sedas aí vão,

Quantos altos colarinhos

São pedacinhos de pão

Roubados aos pobrezinhos!

Rouba muito que, de resto,

Terás um bom advogado

Que prova que és mais honesto

Que propriamente o roubado.

Há tantos homens mandando,

Em homens de inteligência,

Que ás vezes fico pensando

Que a burrice é uma ciência!

E aponta também caminhos para um mundo melhor:

E o mundo só pode ser

Menos mau, menos atroz,

se conseguirmos fazer

Mais p'los outros que por nóS.

Tudo lhe servia de inspiração:

Meu amor, vê se te ajeitas

a usar meias modernas,

dessas meias que são feitas

da pele das próprias pernas.

A arte é dom de quem cria;

portanto não é artista

aquele que só copia

as coisas que tem à vista.

-Onde nasceu a ciência?...

- Onde nasceu o juízo?...

Calculo que ninguém tem

Tudo quanto lhe é preciso!

Quadras populares

Recolha da tradição oral ditas por Jacinta da Conceição e António Serra, já falecidos,

cantadas nos bailes mandados em danças de roda, em jeito de quadras ao desafio,parecendo muitas vezes desdenhar.

Aí vem o cabreirinho

Com o cajado na mão.

Ainda ontem guardou gado

Hoje já vem com presunção.

O que tendes vós menina

Que tão´áspera me falais;

Eu pensava na verdade

Qu'a menina me queria mais.

Que palavras tão bem ditas

Mancebo que tu disseste

Já podes ir por aí seguindo

O caminho que trouxeste.

O caminho por onde vim

Eu bem o vejo daqui

Mas daqui é que eu não vou

Sem ires a par de mim.

Ainda nunca m'acostumei

Andar passadas em balde

Nem fazer coisas à força

Nem sequer contra vontade.

Uma janela aberta para o mundo

Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.

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