Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A BÍBLIA E A CIÊNCIA , um diálogo complexo

O pensamento científico foi evoluindo ao longo de milénios, confrontou diversas passagens bíblicas e as interpretações judaicas e cristãs que dela se foram fazendo, evidenciou  alguns erros científicos e quem desocultou essas inverdades foi perseguido e até eliminado fisicamente, os seus testemunhos censurados e queimados para não contaminarem os dogmas religiosos.
O momento da criação da humanidade a partir de Adão e Eva, ele feito de barro vermelho e ela um ser menor, criado a partir de uma costela de Adão, descrito no Genesis, está claramente e conflito com a ciência, o que levou a própria Igreja Católica a reconhecer o caracter fantasioso deste ato criador.
A Bíblia refere explicitamente antes do dilúvio que alguns homens chegaram a viver 900 anos, atribuindo até a Adão a vetusta idade de 930 anos e Metusalém o record de 969 anos. Deveremos acreditar nesta versão ou tentamos contorná-la alegando que nesse tempo os anos eram contados a partir dos ciclos da lua?
A ideia da Terra implícita no testemunho de muitos profetas é de uma Terra plana, de forma circular como se fosse uma piza gigante, sendo por isso possível subir ao ponto mais alto para observar todos os reinos do planeta.
O conceito geocêntrico que coloca a Terra imóvel no centro do universo foi contestada pela evidência heliocêntrica de Copérnico e são conhecidas as perseguições de quem ousava contraditar essa verdade inquestionável.
Estas e outras contradições menos evidentes questionam a  veracidade do texto bíblico que Igreja Católica tem sabido inteligentemente relativizar, evitando uma interpretação literal e atribuindo-lhes uma dimensão metafórica.
A própria emergência do culto de Maria, mãe de Jesus é bem um exemplo dessa capacidade de recuperação de uma pecadora, considerada apenas pura no ato de nascimento de Cristo, integrando a crescente simpatia popular de Maria da Concepção, Imaculada..., para aproximação a um público predominantemente feminino que frequenta o culto religioso mas que é excluído do sacerdócio.
A concepção bíblica predominante não consegue ocultar o chauvinismo de um povo que quer ter a exclusividade de um Deus que o defende, enquanto penaliza os restantes povos de quem foi igualmente criador. Da leitura da Bíblia, que para muitos é palavra sagrada, ressalta uma ideologia patriarcal, machista onde geralmente as mulheres estão ausentes ou são tratadas como seres menores e por vezes perversos, começar pela Eva que é responsável pela expulsão do Éden.

Certamente que haverá episódios bíblicos que a história reconhece e a ciência tem vindo a comprovar, mas devemos reconhecer as limitações do texto sagrado, que continuará ser uma referência inquestionável para os crentes e um documento de leitura obrigatória para os não crentes como eu.

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