Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
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sábado, 1 de agosto de 2015

EM JEITO DE HOMENAGEM À SRª MARIA JACINTA

Maria da Conceição Guerreiro, que alguns sobrinhos tratavam carinhosamente por Tita, tinha uma forma singular de ser, de estar e de ser solidária com aqueles que procuravam a sua ajuda e os seus sábios conselhos.Ela e o seu falecido marido, o Sr. Joaquim Valente apadrinharam por batismo, casamento e crisma muitas crianças e jovens, correspondendo aos pedidos de vizinhos, familiares e amigos.
Foi professora regente em algumas localidades do interior algarvio, merecendo o carinho e reconhecimento das aldeias onde leccionou e das crianças que ensinou, constando do seu espólio muitos poemas e testemunhos escritos por alunos seus.
Com o Sr. Joaquim Valente, que faleceu inesperadamente à porta do Centro de Saúde de Salir, promoveu, antes do 25 de Abril, com a colaboração dos residentes na sua aldeia natal, a Nave do Barão, diversas iniciativas festivas, procurando sensibilizar os representantes do poder central e do poder local, para trazerem para esta aldeia do interior mais progresso e desenvolvimento.
Mas tardaram as promessas dos governantes do antigo regime, feitas em jantares serranos bem condimentados e regados com os famosos vinhos baronenses.
Apesar das muitas diligências, reiteradas nas Festas da Espiga, foram os ventos de liberdade que trouxeram a estrada alcatroada, a camioneta da carreira, a energia elétrica, a água canalizada e a recolha do lixo.
Passados alguns anos da sua morte, continua a ser recordada com saudade por aqueles que a conheceram e com ela privaram momentos de partilha e amizade.
A Casa da Tita, procurou guardar memória desta grande senhora, preservando o património legado ao seu sobrinho Joaquim António e criando um pequeno espaço museológico dedicado aos antigos proprietários. 
Entre os vários documentos escritos, publicamos algumas quadras feitas pela Srª Maria Jacinta, como era carinhosamente tratada:
Foi na Nave do Barão que nasci
Onde vivo com alegria;
Com grande satisfação
Faço o meu dia a dia.

Nela me sinto bem
Com alegria e emoção,
Na companhia dos meus pais
Que amo do coração

Na Nave há uma Lagoa
Que trago no coração,
De lá vem o melhor vinho
Que existe na região.

É o vinho mais afamado
Como este não há igual,
Afirmo com toda a certeza
Que é o melhor vinho de Portugal.

Tem sido muito apreciado
Na Festa da Espiga em Salir,
Todos o têm provado
E pedem para repetir.

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