Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

LÍDIA JORGE uma escritora marafada

Boliqueime a viu nascer naquele dia 18 de julho, em pleno verão radiante.Já lá vão 68 anos e a menina que se fez escritora para nos povoar de espanto e inquietações, não pára de nos surpreender como aconteceu ainda recentemente em Os Memoráveis, numa viagem imaginária nestes 40 anos do Abril de todos nós.
Ela que começou a sua pulsão editorial  com esse mágico dia 25 de Abril em Dia dos Prodígios, (editado pela Europa-América em fevereiro de 1980, já deu ao prelo mais de uma dezena de excelentes romances,  alguns contos e livros infantis, arriscando mesmo escrever um ensaio (Contrato Sentimental) e uma peça de teatro (A Maçon)
Galardoada com inúmeros prémios literários, condecorada em França e Alemanha e em Portugal por Jorge Sampaio, foi-lhe atribuído pela Universidade do Algarve o doutoramento Honoris Causa. A Câmara Municipal de Loulé, reconhecendo o mérito desta louletana promoveu uma exposição bio-bibliográfica, em 2010 sobre os trinta anos de escrita publicada por grande escritora. Transcrevemos a seguir um excerto da primeira obra da escritora: "-Não sabe que e Lisboa os soldados fizeram uma revolução para melhorarem a vida de toda aquela gente? Uma re vo lu ção? Um grande golpe? Um golpe perguntou o José Jorge Júnior. No governo de Lisboa? Duvidoso pela sua mouquidade. Escarranchado sobre vos joelhos das suas pernas.Os soldados. Deve haver muito sangue nas valetas dessa terra, a esta hora, oh Maria.Deve haver. Gente morta por toda a parte. Ai deles se se levanta a peste com este sol de primavera.E cinco vezes abriu as mãos disposto a levantar-se. Quem matou quem? -Olhe, tio José Jorge. Se alguém matou alguém deus ressuscitou a todos porque estão a dizer que não houve nenhuma baixa. E as maravilhas nessa terra são tantas que dizem. Afirmam a pés juntos . Que só há música, flores e abraços. Dizem que de repente os ausentes estão a chegar . Os cegos vêm sem óculos nem outro aparelho. Os coxos deixaram de dar saltinhos, ficando as pernas da mesma altura. De repente tocam vi o li no." in Dia dos Prodígios p.133

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