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quarta-feira, 30 de julho de 2014

O poder do dinheiro e a corrupção, poema de João de Deus

O grande poeta de Messines, deixou-nos um legado poético e pedagógico inestimável, tesouro guardado na Casa- Museu, escreveu este poema que continua atual nos nossos dias.
Publicado em https://www.facebook.com/confrariados.poetasalgarvios?fref=ufi

O dinheiro é tão bonito,
Tão bonito, o maganão!
Tem tanta graça o maldito,
Tem tanto chiste o ladrão!
O falar, fala de um modo…
Todo ele, aquele todo…
E elas acham-no tão guapo!
Velhinha ou moça que veja,
Por mais esquiva que seja,
Tlim!
Papo.
E a cegueira da justiça
Como ele a tira num ai!
Sem lhe tocar com a pinça;
É só dizer-lhe: -Aí vai…
Operação melindrosa,
Que não é lá qualquer coisa;
Catarata, tome conta!
Pois não faz mais do que isto,
Diz-me um juiz que o tem visto
Tlim!
Pronta.
Nessas espécies de exames
Que a gente faz em rapaz, 
São milagres aos enxames 
O que aquele demo faz! 
Sem saber nem patavina
De gramática latina,
Quer-se um rapaz dali fora! 
Vai ele com tais falinhas, 
Tais gaifonas, tais coisinhas …
Tlim!
Ora…
Aquela fisionomia 
E lábia que o demo tem!
Mas numa secretaria
Aí é que é vê-lo bem! 
Quando ele de grande gala, 
Entra o ministro na sala, 
Aproveita a ocasião: 
“Conhece este amigo antigo?
- Oh meu tão antigo amigo!
(Tlim!)
Pois não!

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