Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

ROSINHA, MINHA MÃE

 

ROSINHA, Minha Mãe

Olhas-me com ternura

Nesse teu olhar de enlevo

Com esse jeito de doçura

Afagas-me o cabelo loiro

Enquanto me ensaboas

Na água tépida do alguidar

De barro pousado no chão

De ladrilhos de barro antigos.

Depois levas-me ao colo

Envolves-me na toalha de linho

Deitas-me no leito de ferro

Ao lado da vossa cama de casal.

Beijas-me na testa e sorris

Com felicidade radiante

De quem semeia amor

Entre paredes caiadas.

Os raios de sol espreitam

No postigo entreaberto

E uma estranha magia

Invade o quarto modesto.

E é transbordante a alegria

São tantas as emoções

Que por momentos sentia

Bater nossos corações.

 

Quem me dera regressar

A esse tempo passado

Para te poder abraçar

E sentir-te ao meu lado.

 

Memórias de ternura

Tinha então quatro anos.

 

Hoje beijo-te com saudade

Sessenta e cinco anos depois.

A


Rosinha faria hoje 88 anos...

 

Joaquim António

Teu único filho

 

 

 

 

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