Uma janela aberta para o mundo


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terça-feira, 17 de julho de 2018

CALÇADAS DE FARO, A ARTE AOS NOSSOS PÉS

A Calçada Portuguesa que hoje pavimentam muitas das nossas cidades foi introduzida por carta régia de D. Manuel I, em 1498, no apogeu dos Descobrimentos e conheceu a sua expansão no século XIX.
Em Faro a primeira pavimentação aconteceu em 1855, no que hoje é conhecido pelo Jardim Manuel Bivar e não parou de crescer este movimento "calcificador", atingindo na cidade de Faro cerca de 60 000 metros quadrados, formando um dos maiores percursos pedonais em zona urbana.
Nos anos 60 do século passado sofreu um novo impulso artístico



com os desenhos do arquiteto Ramires Fernandes e mais recentemente com a arte do arquiteto Serrano Santos.
São deslumbrantes alguns dos trabalhos artísticos sabiamente executados com calcário brancos, cinzentos, pretos ou rosa avermelhados, sendo a calçada do Largo do Carmo a maior com cerca de 8 000 metros quadrados.
Vale a pena deambular por Faro para viver a cidade e apreciar com atenção estas maravilhas artísticas a nossos pés.




CALÇADAS DE FARO
Tapetes de cubos reticulares
Arte e saber alinhados
Telas em calcários multicores.
Calçadas que guardam memórias
Registam sombras, itinerários efémeros
Espelham aventuras, mágoas, inquietações
Ritmos da vida pusátil
No alegre cabriolar de crianças
Em passos trôpegos e dolentes;
Falam de gentes, de lutas, de sonhos
Guardam percursos, contam estórias
A quem sabe escutar o silêncio
Ler sinais de tempos e lugares
Adivinhar caminhos incertos
Descobrir vivências e imaginários
Aquelas pontas e cigarro finados
Registos de gestos negligentes
Estas rotas metafórmicas polidas
Rotinas de subidas e cansaços
Descidas de energias renovadas
Brisas de estações revisitadas
Silhuetas embaladas pelo vento
Folhas caídas no chão povoado
Lágrimas de nuvens vagabundas.
Avenidas de movimentos perpétuos
Expressões, tradição e progresso
Identidade, património, cultura
Cidade povoada e fremente
Caminhos de fraternidade e devir
Passos e compassos de esperança
Reinventados na rua das nossas utopias.


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