A matança do porco é uma tradição muito antiga, ligada a uma economia de subsistência, que aproveitava todas as partes do corpo para o consumo doméstico, ficando em conserva na salgadeira (não havia frigoríficos) e no fumeiro o varal com chouriças e paios, que iam sendo comidos a longo do ano.
Para este dia eram convidados familiares e amigos que colaboravam nas diversas tarefas (os homens matam o porco e retalham as carnes, as mulheres fazem a comida e preparam o tempero e fazem os enchidos), sendo um momento festivo com almoço coletivo bem regado com vinho novo da colheita..
Esta tradição foi proibida durante muitos anos mas nem por isso deixou de ser praticada nas aldeias do barrocal e da serra algarvia.
Recentemente, com a publicação do Despacho nº 14535-A/2013, passou a ser permitido a partir de 1 de janeiro de 2014 o abate de bovinos, ovinos e caprinos com idade inferior a 12 meses, de suínos, aves de capoeira e coelhos domésticos, desde que as carnes se destinem exclusivamente ao consumo doméstico.Passou a ser autorizada a matança tradicional do porco assim como alguns pratos tradicionais como o arroz de cabidela e as papas de serrabulho.
Depois do almoço coletivo, com gastronomia típica, seguem-se as tarefas de tratamento das carnes, de conserva dos presuntos e do fabrico de chouriças e paios. Os presuntos depois de bem sovados com sal ficam a descansar na salgadeira e os enchidos colocados nos varais para serem fumados durante algumas semanas.
Trata-se de uma questão sensível e para recolher as opiniões dos nossos leitores, fizemos uma sondagem onde poderá participar escolhendo uma das quatro escolhas.