O fruto da oliveira e a própria olea europaea aparecem em diversos povos associados a curiosas dimensões mágicas e divinatórias.
No antigo Egipto o cultivo da oliveira teria a benção de Isis, a deusa que era protetora da natureza e considerada mãe e esposa modelo.Na Bíblia, quando do dilúvio, uma pomba anunciava a boa nova trazendo um ramo de oliveira no bico e o azeite seria associado ao Espírito Santo.
Os gregos e os romanos também consideravam o azeite uma dádiva dos deuses e Estrabão, historiador e filósofo grego, no seu tratado de Geografia com 17 volumes, daria conta da plantação de oliveiras na Lusitânia.Esta árvore mediterrânica, que teria a designação antiga de ulveira cujo fruto seria a oliva, receberia mais tarde por influências árabes o nome de azeitona.O azeite seria um dos produtos exportados e pela importância económica figura no foral de Silves, em 1266.no Algarve esta cultura milenar sofreu evidente declínio a partir dos anos sessenta e oitenta do século passado, conhecendo alguma estabilidade nas últimas décadas, sofrendo no entanto a produção de azeite oscilações em função das condições mais ou menos favoráveis do clima e da mão de obra disponível.
Na Nave do Barão e um pouco por todo o Algarve, além do fabrico do azeite, as azeitonas são também colhidas e tratadas para conserva em salmoura, fazendo parte da nossa gastronomia.São famosas as azeitonas algarvias britadas ou retalhadas. Aqui na nossa aldeia as azeitonas muito maduras e caídas no chão são aproveitadas e depois "curtidas" com sal e temperadas pelas mulheres que fazem um molho muito especial, transformando-se num petisco delicioso.
Bibliografia consultada: Etnografia Portuguesa, Volume II, de Leite de Vasconcelos; Valorização do Pomar de sequeiro Tradicional Algarvio, Edição da Universidade do Algarve.
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