As águas vagueiam distantes
por detrás daqueles montes,
enchendo ribeiras de esperança
em invernos de nuvens vagabundas.
Pétalas, matizadas de orgulho,
de flores silvestres multicores,
salpicam a terra vermelha,
fecundando raízes no ventre da terra.
O tempo "esse escultor", voa veloz
na aldeia dos meus sentidos,
viajando nas asas do desejo
envolto em brumas celestiais.
Mulheres, em mesas redondas
desfiam palavras e ilusões,
espalhando cartas e emoções
em momentos únicos partilhados.
Homens, encostados ao balcão,
sorvem cálices de espanto.
Imaginários de semi-deuses,
efémeros, frágeis e falíveis.
E almas insatisfeitas como eu,
perseguem eternas utopias,
semeando afetos e inquietações
"na espuma dos dias".
J.A.
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