Quem me dera
poder decifrar
A linguagem
secreta da chuva
E escrever
em pauta musical
As melodias
sincopadas
Das gotas
caindo no telhado
Os murmúrios
de águas cristalinas
Jorrando inquietas
nas gárgulas
Ávidas de
terra firme
Serpenteando
nos regatos
Desenhando círculos
concêntricos
Nas poças
derramadas no chão
E desvendar
o segredo
Das gotas
fugidias
Fecundado o
solo sequioso
Em diálogo
intimista
Com raízes ávidas
De pequenas frágeis
plantas
De árvores
frondosas altaneiras
Para o
prodígio da criação
Evocando a
magia ancestral
Milagre ou
sortilégio da vida
Animismo que
se exponenciou
Naquilo que
fomos,
Naquilo que
somos
Memória de
águas passadas
Que não movem
moinhos
Mas moem
sentimentos
E evocam
saudade de ausências
Regato
derramado no rosto
Pela fonte
salina do olhar
JA 5/02/21
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