No II ABRAÇAR A POESIA que aconteceu em novembro de 2019 na Escola Primária da Pena, reunindo meia centena de aficionados da linguagem divinal, com a participação do Sr. Presidente da Junta da Freguesia de Salir, do Sr, Presidente da Câmara de Loulé, a poetisa Silvina foi homegeada a título póstumo, tendo participado no I ABRAÇAR A POESIA realizado na Nave do Barão, no ano anterior.
Surgiu aí a ideia de um abaixo-assinado propondo a atribuição do seu nome a uma rua da Pena, ideia que mereceu a adesão de quatro centenas de assinaturas presenciais e virtuais.O Sr Presidente da Junta de Freguesia de Salir fez diligências junto da CML que após parecer da Comissão de Topnímica acolheu a proposta e no dia 15 de dezembro de 2020 foram colocadas as placas na rua onde morou Silvina Viegas dos Santos. Em nome dos amigos desta poetisa e intrépida lutadora pelas tradições da sua terra agradeço a Deodato João e a Vitor Aleixo por eternizarem na Pena esta mulher fantástica que faleceu com 91 anos.
Partiste tão cedo Silvina
Povoando-nos de mágoa e saudade.
Não sei se nos consegues escutar
Nesse lugar incerto e improvável
Desenhado por imaginários
De crentes no celestial destino.
Estejas onde estiveres
Vais sempre estar connosco
Na eternidade das nossas vidas
Breves, falíveis, e voláteis.
Se permitires, estou certo que sim partilho aqui um dos teus inúmeros poemas.
MOINHOS QUE FOSTES MOINHOS…
Moinhos que fostes moinhos
Moinhos que fostes moinhos
Em tempos que eu conheci.
Búzios cantavam sorrindo
Tanto pão de lá comi.
Is buscar a farinha
Para o pão poder cozer.
Era um gosto que eu tinha
E dava gosto comer.
(…)
Quando o moinho girava
Com cordas era puxado.
O moleiro o dominava
Seu trabalho apropriado.
Não podia andar demais
Tinha a [o] seu temperamento.
Agora já não há mais
Nem de água, nem de vento. (…)
Poesia.
Silvina Viegas dos Santos. Loulé, 2009
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