quarta-feira, 24 de julho de 2013
AS PRAGAS DE ALVÔR
Os habitantes de Alvôr com a sua fértil imaginação, produziram um conjunto fantástico de pagas que constituem um património cultural inestimável do Algarve.
Vale a pena ler e reler e rir, rir ...
Selecionámos apenas dez entre muitas, escritas com o sotaque caraterístico.
Ah maldeçoade! Que tevesses uma dor de barriga tã grande, tã grande, que te desse pra correr, que cande más corresses más te doesse e que cande parasses arrebentasses.
. Oh maldeçoade, só queria que tevesses sem um tostão ferade na alzebêra, que visses uma cartêra cheia de notas caída na rua e quando te fosses abaixar pr’á apanhar te caísse a tampa do peito.
. Oh maldeçoade havia de te crescer um par de cornos tão grandes e tão pequenos, que dois cucos a cantarem, cada um na sua ponta, não se ouvissem um ao outro.
. Amaldeçoade môce, havia de te dar uma dor tã grande, tã grande, que só te passasse com o sumo de pedra.
. Ah moça marafada, havias de apanhar tante sol, tante sol, que t’aderretesses toda e fosse preciso apanhar-te às colheres como a banha.
. Que te desse uma traçã no beraco desse cu, que tevesses sem cagar oito dias e quando cagasses só cagasses figos de pita inteiros.
. Ah marafada, havias de fecar tão magra, tão magra, que passasses po beraco duma agulha de braços abertos.
. Havia de lhe dar uma febre tã grande, e tão pequena, que lhe derretesse a fevela do cinte e os betons da farda.
. Permita Dês que toda a comida que hoje quemeres, amanhã a vás cagar ao cemitério já de olhos fechados.
. Oh maldeçoado moce, havias de ter uma dor tã grande, tã grande, que te desse p’andar. Mas que andasses tante, tante, que gastasses as pernas até aos joelhe.
Os algarvios são mesmo marafados.
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