sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

CHUVA MAGIA E INQUIETAÇÃO

 


Quem me dera poder decifrar

A linguagem secreta da chuva

E escrever em pauta musical

As melodias sincopadas

Das gotas caindo no telhado

Os murmúrios de águas cristalinas

Jorrando inquietas nas gárgulas

Ávidas de terra firme

Serpenteando nos regatos

Desenhando círculos concêntricos

Nas poças derramadas no chão

E desvendar o segredo

Das gotas fugidias

Fecundado o solo sequioso

Em diálogo intimista

Com raízes ávidas

De pequenas frágeis plantas

De árvores frondosas altaneiras

Para o prodígio da criação

Evocando a magia ancestral

Milagre ou sortilégio da vida

Animismo que se exponenciou

Naquilo que fomos,

Naquilo que somos

Memória de águas passadas

Que não movem moinhos

Mas moem sentimentos

E evocam saudade de ausências

Regato derramado no rosto

Pela fonte salina do olhar

JA 5/02/21

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