A lavar a minha roupinha como de costume, respondeu. Fui espreitar e lá estava a esfregar e a enxaguar peças de roupa interior. Trespassou-me uma estranha nostalgia, misto de alegria, surpresa e inquietação...
Ainda estava com soldispícios pensamentos quando reparei naquela criatura encostada à parede caiada e aproximei-me curioso. Entre beijos e cumprimentos afetuosos perguntei...o que faz aqui tão cedo Tia Lucilina? Estou à espera da minha Celinha que me vai levar à médica por causa da perna direita que me doi...deve ser gota... A alegria que ainda bailava dentro de mim esmoreceu e pressenti uma espécie de dor e mágoa solidária com esta mulher linda, lutadora, que nos seus 86 anos continua a ser a melhor doceira da minha aldeia. E uma forte saudade despontou no meu peito ... a Rosinha, minha mãe que partiu cedo demais, era uma das melhores amigas da Lucilina...
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