COMO SURGIU O REINO DO ALGARVE?
Visitando a História de Portugal e do Algarve sabemos que Algarve, outrora Al-Gharb do Al-Andaluz, no tempo dos muçulmanos ia até Coimbra e incluía também a Andaluzia espanhola, cuja capital desse reino islâmico era Silves (Xilb).Era um reino com grande desenvolvimento cultural, agrícola e económico sob gestão muçulmana durante cinco séculos, entre 711 e 1245.
D. Sancho I conquistou Silves em 1185 e proclamou-se rei de Portugal e do Algarve, mas os árabes reconquistaram de novo a capital do seu reino em 1191.
Foi mais tarde Afonso III que, aproveitando a ofensiva do Rei de Leão para conquistar Sevilha, desencadeou uma incursão a sul em 1249, conquistando praças fortes no Algarve.
Mas o Rei de Leão e Castela, considerava-se também Rei do Algarve o que levou o arguto rei português a casar com a filha de Afonso X, D. Beatriz de Castro em 1253, (apesar de ser casado com D. Beatriz de Bolonha) e pelo Tratado de Badajoz em 1267, concedeu a D. Dinis, seu neto o Trono do Algarve. D. Dinis, o rei poeta, com grande visão estratégica sobre o desenvolvimento do país, promoveu a exportação dos frutos secos e dos vinhos do Algarve para a Bélgica e Inglaterra.
PORQUE APARECEM REIS MOUROS E CRISTÃOS NO BRASÃO DO ALGARVE E DAS CIDADES DO ALGARVE?
A ideia muito difundida por alguns historiadores e pelo Estado Novo, de que a conquista do Algarve foi fruto de bravas conquistas, com muita carnificina e banhos de sangue, é claramente exagerada.
D. Afonso III conquistou o Algarve mas estabeleceu com os mouros um acordo que lhes permitia, caso desejassem abandonar a região levar os seus bens, assegurando aos que ficassem serem tratados com honra e dignidade, podendo ficar com as suas casas, o seu património e continuar a desenvolver as suas atividades agrícolas, económicas e religiosas. Para celebrar este acordo foram colocados no Brasão do Algarve e de todas as cidades algarvias, a imagem do rei cristão ao lado do rei muçulmano, que ainda hoje perduram como símbolos dessa pacífica convivência entre duas religiões e duas culturas diferentes.
Assim se percebe melhor que a influência da cultura árabe na província algarvia que se perpetuou até aos nossos dias, sendo particularmente visível na arquitetura.
O REINO DO ALGARVE DE AQUÉM E DE ALÉM MAR
O prolongamento do Reino do Algarve para África deu-se com a conquista de Ceuta em 1415, passando então o Rei Afonso V a ter o título de Rei de Portugal e dos Algarves D'Aquém e de Além Mar, passando o Algarve atual a ser a parte de cá e as zonas conquistadas ou descobertas a parte de além.
Nesta lógica a Madeira, os Açores e as terras conquistadas em África passaram a fazer parte do Reino dos Algarves e foram muitos os algarvios que povoaram estes arquipélago, participaram nas conquistas no norte de África e na aventura dos Descobrimentos.
No reinado de D. José I, por influência de Marquês de Pombal foi extinto o Reino do Algarve mas a sua filha D. Maria I , como aconteceu com outras inovações do Marquês, reverteu essa medida passando a restaurar o Reino do Algarve.
Durante as lutas entre liberais e absolutistas o Rei D.Miguel I nomeou o Remexido, Joaquim José de Sousa Reis,como Governador do Reino do Algarve e este guerrilheiro, mesmo depois de terminada a guerra fraticida continuou a sua atividade na Serra Algarvia, tendo sido derrotado, julgado e fuzilado em Faro em 1838, não tendo sido respeitado o indulto da rainha para lhe comutar a pena.
Com a revolta republicana de 1910 foi formalmente extinto o Reino de Portugal com a proclamação da República Portuguesa, mas não foi extinto o Reino do Algarve, por isso numa deriva independentista poderemos vir a proclamar a República do Algarve.
Uma janela aberta para o mundo
No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.
domingo, 29 de outubro de 2017
sábado, 21 de outubro de 2017
MEMÓRIA, HISTÓRIA E IDENTIDADE(S) NA NAVE DO BARÃO
Foi criado um grupo de trabalho que está a recolher registos escritos, testemunhos orais, fotografias e elementos sobre a história da Nave do Barão, que virá a dar lugar à edição de um livro que pretende preservar memória, escrever a história e revelar traços identitários desta aldeia situada no coração do Algarve Central.
A equipa conta neste momento com dezena e meia de aderentes, que tendo em conta os interesses e motivações de cada um dos protagonistas, vai reunindo um fundo documental com poesia popular, gastronomia local, mezinhas e benzeduras, tradições e relatos orais, iconografia e apontamentos diversos.
Trata-se de uma obra coletiva onde todos os que quiserem colaborar são bem vindos. E a colaboração pode ser simplesmente a cedência temporária para digitalização de fotografias antigas, recordações ou apontamentos de memórias orais, tradições, hábitos usos e costumes, elementos recolhidos sobre o passado próximo ou distante,...Os interessados neste percurso cooperativo de investigação, podem manifestar a sua disponibilidade junto destes novos argonautas que querem viajar no espaço-tempo para eternizar no papel estórias, memórias e identidades da Nave do Barão.
Foto cedida pela Maria Dias, tirada em frente da Venda do Tio Pires |
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
ENCONTRO DE MEMÓRIAS VIVAS NA NAVE DO BARÃO
Qual é a ideia deste encontro de memórias vivas?
Juntar num lanche homens e mulheres com raízes na Nave do Barão,( alguns já internados em lares ou em casa dos filhos e familiares), para poderem conviver e sobretudo partilhar memórias passadas da aldeia onde nasceram e/ou viveram. Os testemunhos destas pessoas (fontes primárias preciosas) associados às histórias de vida destes protagonistas, serão gravados e parcialmente integrados no livro sobre a Nave do Barão, que está na fase de elaboração por um grupo de trabalho constituído para o efeito, que neste momento envolve 12 membros mas serão bem vindas outras colaborações.
Pedimos a colaboração dos familiares e amigos para o transporte de ida e volta de algumas destas pessoas, sobretudo as que residem fora da Nave do Barão.
Prevê-se que este encontro decorra entre as 16h e as 18 h mas se os participantes neste ENCONTRO DE MEMÓRIAS VIVAS tiverem gosto e condições físicas para participar no almoço ou/e no resto do programa serão naturalmente bem vindos.
Juntar num lanche homens e mulheres com raízes na Nave do Barão,( alguns já internados em lares ou em casa dos filhos e familiares), para poderem conviver e sobretudo partilhar memórias passadas da aldeia onde nasceram e/ou viveram. Os testemunhos destas pessoas (fontes primárias preciosas) associados às histórias de vida destes protagonistas, serão gravados e parcialmente integrados no livro sobre a Nave do Barão, que está na fase de elaboração por um grupo de trabalho constituído para o efeito, que neste momento envolve 12 membros mas serão bem vindas outras colaborações.
Pedimos a colaboração dos familiares e amigos para o transporte de ida e volta de algumas destas pessoas, sobretudo as que residem fora da Nave do Barão.
Prevê-se que este encontro decorra entre as 16h e as 18 h mas se os participantes neste ENCONTRO DE MEMÓRIAS VIVAS tiverem gosto e condições físicas para participar no almoço ou/e no resto do programa serão naturalmente bem vindos.
domingo, 8 de outubro de 2017
São Martinho na Nave do Barão
Como diz o dito popular "Pelo S. Martinho vai à adega, prova o vinho e mata o porquinho" mas na Nave do Barão acrescentou-se ao provérbio " depois vai um fadinho".
No dia 11 de novembro pela Associação "Os Barões", tem o habitual almoço com gastronomia da matança do porco (mas sem os lancinantes grunhidos do pobre porco).
O programa deste ano inclui também o festejo do Aniversário da Associação e uma Noite de Fados com um bom elenco de fadistas. Aproveitando esta data festiva haverá também um encontro de anciãos e anciãs que irão desfiar memórias antigas da Nave do Barão.
As inscrições para o almoço podem ser feitas no Café Barão e na sede da Associação ou pelo telefone do Joaquim António 962638117.
No dia 11 de novembro pela Associação "Os Barões", tem o habitual almoço com gastronomia da matança do porco (mas sem os lancinantes grunhidos do pobre porco).
O programa deste ano inclui também o festejo do Aniversário da Associação e uma Noite de Fados com um bom elenco de fadistas. Aproveitando esta data festiva haverá também um encontro de anciãos e anciãs que irão desfiar memórias antigas da Nave do Barão.
As inscrições para o almoço podem ser feitas no Café Barão e na sede da Associação ou pelo telefone do Joaquim António 962638117.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
RESULTADOS DAS AUTÁRQUICAS EM SALIR E LOULÉ
Os eleitores foram chamados a votar para eleger os novos autarcas mas apesar dos apelos do Presidente da República a abstenção voltou a subir em Loulé que atingiu a média de 55, 4 % em todo o concelho mas foi apenas de 37,49% em Salir.
Os resultados foram os seguintes:
CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ vereadores
PS 17 573 votos 7
PSD/CDS/MPT 6392 votos 2
CDU 771 votos 0
BE 758 votos 0
Eleito Presidente Vitor Aleixo (PS) que dará início ao segundo mandato.
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LOULÉ deputados municipais
PS 15 743 votos 18
PSD/CDS/MPT 7 168 votos 8
BE 974 votos 1
CDU 847 votos 0
Será previsível a eleição de Adriano Pimpão (PS), tal como no anterior mandato.
ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE SALIR Membros da Assembleia
PSD/CDS/MPT 644 votos 4
PS 562 votos 4
CDU 136 votos 1
BE 80 votos 0
Presidente da Junta de Freguesia Deodato João (PSD)
É provável que seja reeditada a aliança entre o PSD e a CDU que governa Salir há dois mandatos.
domingo, 1 de outubro de 2017
UM CASO RARO DE VONTADE CÍVICA
Hoje de manhã, dia de decidir o futuro das nossas cidades, vilas e aldeias, aconteceu uma situação singular que devo partilhar convosco.
Fui levar a Salir uma jovem candidata da Nave do Barão, que estava decidida ir a pé porque o seu carro resolveu boicotar o acto eleitoral e avariou.
No regresso encontrei um velhote de boné, junto ao Lar de Salir, que me abordou pediu boleia para ir votar à Tôr, Perante esta forte determinação cívica alterei a minha rota e fui até à Junta de Freguesia da Tôr e o sr. Baltazar foi revelando o partido onde ia votar.
Lá chegados o cidadão persistente foi informado que a sua residência oficial não era na Tôr mas em Algoz, porque a filha teria tratado recentemente do Cartão de Cidadão, colocando como residência do pai a sua própria residência.
Desanimado voltou ao lar e pedi para falar com a filha para lhe pedir colaboração no transporte do pai para exercer o seu direito e dever eleitoral.
A filha disse que não tinha carta de condução e tinha o dia ocupado com a mudança de casa e tinha hoje mesmo que deixar livre de mobílias a casa onde morava e fazer a transferência para a nova casa, Perante este contratempo o nosso protagonista chorou e indignou-se por não poder votar no partido a quem sempre foi fiel.
A senhora secretária do lar que nos recebeu foi muito diligente e comprometeu-se a intervir junto da filha para que se processe a mudança de residência do sr. Baltazar para Salir, de forma a ser possível o exercício deste direito conquistado nesse dia mágico de Abril.
Este é um caso muito curioso, que contrasta com o comportamento abstencionista de muitos dos nossos concidadãos e deve desafiar a nossa reflexão. O que poderemos fazer para criar condições de exercício de voto em situações semelhantes. Neste tempo complexo de tanta tecnologia disponível para quando implementar a votação electrónica em Portugal?
Fui levar a Salir uma jovem candidata da Nave do Barão, que estava decidida ir a pé porque o seu carro resolveu boicotar o acto eleitoral e avariou.
No regresso encontrei um velhote de boné, junto ao Lar de Salir, que me abordou pediu boleia para ir votar à Tôr, Perante esta forte determinação cívica alterei a minha rota e fui até à Junta de Freguesia da Tôr e o sr. Baltazar foi revelando o partido onde ia votar.
Lá chegados o cidadão persistente foi informado que a sua residência oficial não era na Tôr mas em Algoz, porque a filha teria tratado recentemente do Cartão de Cidadão, colocando como residência do pai a sua própria residência.
Desanimado voltou ao lar e pedi para falar com a filha para lhe pedir colaboração no transporte do pai para exercer o seu direito e dever eleitoral.
A filha disse que não tinha carta de condução e tinha o dia ocupado com a mudança de casa e tinha hoje mesmo que deixar livre de mobílias a casa onde morava e fazer a transferência para a nova casa, Perante este contratempo o nosso protagonista chorou e indignou-se por não poder votar no partido a quem sempre foi fiel.
A senhora secretária do lar que nos recebeu foi muito diligente e comprometeu-se a intervir junto da filha para que se processe a mudança de residência do sr. Baltazar para Salir, de forma a ser possível o exercício deste direito conquistado nesse dia mágico de Abril.
Este é um caso muito curioso, que contrasta com o comportamento abstencionista de muitos dos nossos concidadãos e deve desafiar a nossa reflexão. O que poderemos fazer para criar condições de exercício de voto em situações semelhantes. Neste tempo complexo de tanta tecnologia disponível para quando implementar a votação electrónica em Portugal?
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