A fama do vinho da Nave do Barão já vem de longe e foi contemplado no Foral que o Rei D. Afonso III, concedeu a Loulé (1266?) , quinze anos depois da conquista definitiva do Algarve.
No referido foral o rei reservou para si "40 avençadas de vinha conforme foram demarcadas para meus reguengos, para aqueles que as receberam para mim".
Era por isso seguramente um dos vinhos que ia à mesa deste rei D. Afonso III e mais tarde do rei D. Dinis que o sucedeu.
De acordo com a historiadora Isilda Martins, in "O foral de Loulé", "nas vinhas o rei reservou, as melhores, nelas foram incluídas as da Nave do Barão e o seu segredo, ainda hoje mantido, do seu tão apreciado vinho"
Ao longo de séculos os baronenses tiveram o vinho como principal fonte de rendimento e a extensa várzea da Nave do Barão estaria completamente ocupada por vinhedos, que produziam o tão afamado vinho, que devido às técnicas de fabrico e à forte maturação das uvas no verão soalheiro e quente, atingia valores elevados de álcool, de tal forma que os forasteiros, depois de beberem dois copos do precioso nétar , ficavam completamente "almareados".
Mas no final do Séc. XIX as vinhas da Nave do Barão, como aconteceu de norte a sul de Portugal, foram atacadas pela Filoxera, (doença provocada pelo inseto Penphigus vitifoliae) propagada de França, eventualmente através de castas de lá importadas. Esta doença das vinhas que ataca a parte subterrânea da planta, deverá por sua vez ter chegado a França, oriunda da América.
Os produtores de vinho da Nave do Barão, que tinham no vinho a sua principal fonte de rendimentos, devem ter passado um mau bocado e eliminaram as vinhas quase todas, substituindo-as pelo pomar de sequeiro tradicional do Algarve, plantando amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras e oliveiras.
A zona destinada a vinhas passou a ser na Lagoa da Nave, talvez porque devem ter verificado que nessa zona a temível doença não se fazia sentir com tanta intensidade, devido à sua proximidade do imenso espelho de água que ali se forma no inverno e se prolonga até ao mês de maio.
Apesar de ter reduzido imenso a área de vinha, houve quem desse continuidade à produção do famoso vinho da Nave do Barão, que hoje ainda é feito com recurso a técnicas antigas (o chamado vinho de bica aberta de cor rosada) mas também recorrendo à infusão temporária do mosto nos engaços, que fica com uma cor muito mais escura.
O Vinho da Nave do Barão, mantém as caraterísticas artesanais e a sua mística que vem de longe. Este cartão de visita vai ser a fonte de inspiração para o carro alegórico que vai desfilar na Festa da Espiga, que terá lugar em Salir no próximo dia 29 de Maio.
Mas no final do Séc. XIX as vinhas da Nave do Barão, como aconteceu de norte a sul de Portugal, foram atacadas pela Filoxera, (doença provocada pelo inseto Penphigus vitifoliae) propagada de França, eventualmente através de castas de lá importadas. Esta doença das vinhas que ataca a parte subterrânea da planta, deverá por sua vez ter chegado a França, oriunda da América.
Os produtores de vinho da Nave do Barão, que tinham no vinho a sua principal fonte de rendimentos, devem ter passado um mau bocado e eliminaram as vinhas quase todas, substituindo-as pelo pomar de sequeiro tradicional do Algarve, plantando amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras e oliveiras.
A zona destinada a vinhas passou a ser na Lagoa da Nave, talvez porque devem ter verificado que nessa zona a temível doença não se fazia sentir com tanta intensidade, devido à sua proximidade do imenso espelho de água que ali se forma no inverno e se prolonga até ao mês de maio.
Apesar de ter reduzido imenso a área de vinha, houve quem desse continuidade à produção do famoso vinho da Nave do Barão, que hoje ainda é feito com recurso a técnicas antigas (o chamado vinho de bica aberta de cor rosada) mas também recorrendo à infusão temporária do mosto nos engaços, que fica com uma cor muito mais escura.
O Vinho da Nave do Barão, mantém as caraterísticas artesanais e a sua mística que vem de longe. Este cartão de visita vai ser a fonte de inspiração para o carro alegórico que vai desfilar na Festa da Espiga, que terá lugar em Salir no próximo dia 29 de Maio.
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