domingo, 25 de agosto de 2013
ALGARVE UM REINO À PARTE
D. Sancho I, depois da conquista de Silves em 1189, apesar de grande parte do Algarve ainda se encontrar sob domínio árabe, passou a designar-se “Rei de Portugal e de Silves” mas também com algum exagero “Rei de Portugal, de Silves e do Algarve”. Talvez este alargamento tivesse especial significado porque Silves era então capital do reino Islâmico a Sul da Península Ibérica. Depois de conquistas e reconquista de algumas praças, com grande protagonismo de D. Paio Peres, o Algarve foi definitivamente conquistado aos mouros, no reinado de D. Afonso III, no ano de 1249. No entanto, apenas em 1267, no Tratado de Badajoz, foi reconhecida a posse do Algarve como sendo território português, devido a pretensões do Reino de Castela. E a partir daí e até à implantação da República em 1910, todos os reis se intitulavam de Portugal e do Algarve e com os descobrimentos, também de aquém e de além mar.
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REI D. AFONSO III
ALGARVE UM REINO À PARTE?
Apesar desta distinção o Algarve nunca teve autonomia administrativa, tendo estatuto semelhante a outras regiões de Portugal, mas aparecendo nos mapas antigos como uma região demarcada do resto de Portugal.
Porque se manteve então esta diferenciação durante tantos séculos?
Parece estar associada à ideia de que se tratava de uma região do país que se diferenciava pela sua cultura mais marcada pela presença árabe e pelas especificidades do clima destacados por Frei João de S. José, há mais de quatrocentos anos: “É comummente de bons ares e livre de enfermidades, por causa dos ventos do mar, que cursam nele, e também é fertilíssimo em figo, vinho, passa, amêndoa, e outros mantimentos, tem muitos azeites, e pão de que se sustenta. Há nele infinita caça e grande cópia de gado, e assi em seus rios, como no mar alto se mata muito pescado. É terra muito deleitosa e aprazível, de fontes abundantes e frescos bosques, e de muitas palmeiras, das quais faz em curiosos lavores, muito conveniente e acomodada para a vida humana”
Citação do caderno nº 3 Revista de História Económica e Social, edição da recentemente extinta Livraria Sá da Costa...............................
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