Não se assuste leitor porque a salamandra gigante que designaram Metoposauros Algarvensis viveu num antigo lago perto da Penina (Salir) há 220 milhões de anos e deveria ser na altura um predador terrível, mas agora resta o esqueleto bem conservado e guardado religiosamente pela equipa de investigação que o descobriu.
Esta descoberta inspirou a ideia de candidatura à Unesco de um Geoparque envolvendo os municípios de Loulé, Silves e Albufeira que esperam com esta iniciativa revalorizar o património geológico, histórico e cultural com a espetativa de que possa vir a incentivar o turismo nesta região do interior.
O geoparque terá como polos de interesse a cultura e o património local, as áreas protegidas da Fonte Benémola e da Rocha da Pena, a aldeia cultural de Alte, a água e as fontes naturais, as ribeiras de Algibre,do Cadoiço e de Quarteira, o Castelo de Paderne, o património histórico e geológico de Silves.No âmbito desta candidatura a Geioparque Mundial a Câmara Municipal de Loulé adjudicou um projecto artístico de uma Salamandra gigante a fazer o "pino" que está em fase de conclusão na rotunda à entrada de Salir, quando vimos de Benafim. Esta obra mereceu alguma contestação da Junta de Freguesia de Salir que tinha planeado ali colocar um outro projeto com oliveiras centenárias, mas posteriormente viria a mercer também o acolhimento desta junta de freguesia. Segundo consta a escultura em betão terá orçado os 137 500 mil euros mais IVA, da autoria do artista Nuno Luis Basto da Silva. A obra não esteve a concurso público, como de resto vem sendo habitual no município de Loulé. Mesmo que o Geoparque, improvavelmente, não tenha a benção da UNESCO a região e Salir passam a contar com um interessante trabalho artístico que eterniza a presença destes anfíbios carnívoros,
que povoaram a região até serem extintos no final do Trásico. Salir que recria o passado com o Salir do Tempo, tem assim um novo encanto convidando para mais esta viagem no tempo.