A DANÇA DAS PAPOILAS
Delicado tapete verde
Em terra fértil de sonhos
Esperança multicor
Na Primavera dos sentidos.
Sinfonia canora polifónica
Enamoramentos que nidificam
Em intimidade partilhada.
O rubro sanguíneo das papoilas
Bandeiras vermelhas ao vento
Caule elegante, frágil e esguio
Em campo matizado de odores
Amarelo vivo dos malmequeres
Salpicos de alvas pétalas
Pintura impressionista viva...
A brisa da tarde prazenteira
Ensaio de danças inesperadas
De papoilas vivas animadas
Ao compasso suave do vento.
Ora ritmado e sereno
Espécie de valsa lenta...
Ora mais vivo e frenético
Em jeito de dança africana.
E nesta agradável dolência
O voo desajeitado das borboletas
O zumbido laborioso das abelhas
Na doce e lilás procura
De cardos altaneiros suculentos
Despertam-me de sonho bucólico