Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

domingo, 16 de abril de 2017

FOLAR SERRANO UMA SABOROSA TRADIÇÃO

Na tradição da Páscoa o Folar continua a estar presente variando os sabores e o modo de fabrico em diversas regiões de Portugal.
Na Nave do Barão o Folar Tradicional feito em forno de lenha está em desuso mas é muito apreciado pelo seu sabor original. Publicamos a receita e os procedimentos e compreendemos que se procurem outras soluções mais fáceis,  mas que não conseguem ter a mesma aparência, o mesmo sabor e textura deste ammassado em alguidar de barro e cozido em forno de lenha.
INGREDIENTES:
5 kg de farinha de trigo extra fina para amassar com 250 g de fermento de padeiro.
3 litros de leite fervido, 2 kg de açúcar amarelo, 2 litros de água morna com 6 a 8 paus de canela, anis estrelado, cascas de limão e erva doce.
6 ovos, uma pitada de sal, um pacote de canela moída, muita energia para amassar com o leite e a água morna e...paciência para esperar 24 horas...para a massa "fintar", crescendo quase o dobro.
As fotos ilustram as diversas fases de produção que termina com a colocação no forno de lenha, quando os tijolos de barro apresentam uma coloração esbranquiçada. Para evitar queimar a base do folar utiliza-se modernamente o papel de alumínio.









































A LENDA DO FOLAR DA PÁSCOA
Entre as lendas que povoam o imaginário popular conta-se que numa aldeia portuguesa uma jovem chamada Mariana, teria dois pretendentes entre eles um lavrador pobre e outro rico. Nesta disputa pela mão da donzela haveria iminente um conflito entre os dois pretendentes, com previsível desfecho trágico.
Mariana terá pedido ajuda a Santa Catarina levando-lhe flores ao altar e esta terá correspondido fazendo surgir três bolos com um ovo, na casa da pretendida e dos dois homens. Mariana terá decidido ir oferecer o seu bolo ao proprietário rico e pelo caminho encontrou Amaro, o lavrador pobre que também levava outro bolo para ela, mas resolveram ir a casa do mais abastado (que teria colocado como data limite para a decisão Domingo de Ramos),  com os bolos, talvez para pacificar o ânimos. Neste dilema Mariana acabou por escolher o mais pobre...e viveram felizes para sempre. Este bolo com ovo, um dos símbolos da Páscoa, viria a chama-se folar inspirado nas flores que Maria terá oferecido à Santa, uma vez que na idade média flor se diria folore e daí a viria a palavra FOLAR.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

ALGARVE CULTURAL-VAI ACONTECER

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Festa Grande da Mãe Soberana em Loulé

Festa da Espiga em Salir
Os meses de Abril e Maio são muito ricos em eventos culturais no coração do Algarve Central, conjugando a energia do Sol, o inigualável azul celeste com a alegria festiva, evocando lendas muito antigas e tradições populares de cariz etnográfico, evocando a arte e o jeito de viver no Algarve rural interior.
Entre as inúmeras manifestações culturais, destacamos quatro delas imperdíveis, pelo seu simbolismo e riqueza cultural. Estamos a falar da Festa das Tochas Floridas em S. Brás (dia 16 de Abril), com ruas decoradas com tapetes de flores e centenas de homens desfilando com as suas tochas floridas, evocando o gesto heróico contra os invasores. A Festa Grande da Mãe Soberana (30 de abril) de inegável fervor religioso, onde os homens do andor se tornaram uma espécie de super-heróis.
Destacamos o Dia de Maio na Lagoa da Nave do Barão, local de piquenique no magnífico polje que serve de cenário para gratificantes momentos de festa e convívio. A não perder também a Festa da Espiga em Salir, no dia 25 de maio, com desfile etnográfico, que este ano comemora meio século de existência.
Festa das tochas Floridas em S. Brás de Alportel

8-9 de abril – 12ª Mostra do Folar de Paderne
- 15 de abril – 2º Trail Running e 8º Passeio de BTT – Rota das Estevas (Monte Ruivo-Alte)
- 16 de abril – Festa Pequena da Mãe Soberana em Loulé
- 16 de abril – Festa das Tochas Floridas de S. Brás de Alportel
- 25 de abril-1 de maio – XXIII Semana Cultural de Alte
- 28 de abril-1 de maio – 5º Walking Festival Ameixial – Festival de Caminhadas do Algarve
- 30 de abril – Festa Grande da Mãe Soberana em Loulé
- 1 de maio – Festa do 1º Maio de “Os Barões” na Nave do Barão
- 5-7 de maio – 3º Algarve Nature Week – Mostra de Natureza – Tavira
- 25-27 de maio – 50ª Festa da Espiga de Salir

sábado, 25 de março de 2017

BAILE DA PINHA NA NAVE DO BARÃO

O Baile da Pinha ou da Pinhata é uma tradição cristã muito antiga, acontece geralmente a meio da Quaresma e pretende celebrar a alegria da ressurreição de Cristo na Páscoa. Trata-se de uma tradição Ibérica que se espalhou para outras partes do Mundo.Esta festa acontece no nosso hemisfério no início da Primavera, tempo de renascimento e de fertilidade simbolizada pela Pinha, que guarda dezenas de pinhões que no Verão, com o calor se abre projetando como uma granada as sementes que irão dar origem a novas árvores.
Cada terra organiza apenas uma Baile na Quaresma, período de jejum e de recato, podendo no entanto os mais foliões deslocar-se a localidades vizinhas para festejar e dançar. O rei e a rainha são também um elemento importante, sendo a sorte a ditar quem vai puxar a fita mágica que irá abri a pinha.
Na Nave do Barão o engenhoqueiro da pinha foi o Alberto Gomes e no ano passado foram bafejados pela sorte a Isabel e o Arménio, a quem compete este ano abrir o Baile da Pinha. no dia 1 de Abril e passar o testemunho ao novo rei e rainha de 2017.


O Gonçalo Tardão, jovem estudante de medicina e descendente de naturais da Nave do Barão, vai abrilhantar  este ano o Baile da Pinha na Nave do Barão. Fica aqui o convite a quem quiser reviver esta tradição e passar um agradável serão no dia das mentiras.

quarta-feira, 22 de março de 2017

OS BONS VINHOS DO ALGARVE FIZERAM SUCESSO NA NAVE DO BARÃO


A pacata aldeia, no dia 18 de março, tornou-se a capital do vinho do Algarve e foram muitas centenas de visitantes nacionais e estrangeiros que aqui confluíram para degustar vinhos brancos, tintos e rosés de nove conceituadas adegas da nossa província (Adega do Cantor, Quinta da Tôr, Herdade dos Pimenteis, Cabrita-Quinta da Vinha, Quinta da Malaca, Monte da Casteleja, Monte do Além e Marquês dos Vales e Marchalégua), e ainda doze vinhos artesanais. Nesta terceira edição do Festival do Vinho o artesanato regional esteve representado com sete artesãos, a gastronomia do barrocal foi acompanhada por vinhos de excelência ao som do cante alentejano pelo grupo coral Cada do Alentejo de Albufeira, num dia agradável de convívio na sede da Associação “Os Barões”.
O Concurso de Vinhos Artesanais contou apenas com doze vitivinicultores do concelho de Loulé, devido a uma quebra nas vinhas da região, foi dirigido por um júri composto por um enólogo formador Mário de Andrade, em representação da Comissão de Vitivinícola do Algarve, pelo escanção Paulo Monteiro em representação da Associação de Escanções de Portugal e foi presidido por Andreia Branco, estudante de viticultura e enologia.Desta vez concorreram apenas com dois vinicultores da Nave do Barão e os primeiros classificados dos vinhos artesanais foram Manuel Avelino Costa da Cortelha, João Luís Cavaco de Salir e Olímpio Simão de Vale Judeu.
O festival encerrou com serão musical animado por Afonso Dias e Teresa Silva e por um grupo de dança contemporânea juvenil da Alte.
O Festival foi muito concorrido pelos políticos locais, contou com presença do senhor Presidente da Câmara de Loulé, dos presidentes das juntas de Freguesia de Salir, de Ameixial, de S. Clemente, de São Sebastião, da União de Freguesias, da União de Freguesias de Benafim, Querença e Tôr e de diversos autarcas do PS, PSD, CDU e BE.
Tratou-se de um evento promovido por uma associação local, com recurso a duas dezenas de colaboradores em regime de voluntariado, que souberam acolher com hospitalidade baronense e muita dedicação, oferecendo aos participantes agradáveis momentos gratificantes, não ficando atrás de outros eventos realizados com gestão profissional e outros meios técnicos e financeiros.
A avaliar pela satisfação dos participantes, certamente influenciados e almareados pelos néctares do nosso Algarve, com elevado grau alcoólico, podemos concluir que o III Festival do Vinho na Nave do Barão foi um sucesso e recomenda-se a sua reedição no próximo ano. O vinho foi rei da festa com todo o seu potencial anímico e o milagroso resveratrol, que tantos benefícios traz para a nossa saúde…desde que bebido com moderação…
Bom vinho, má cabeça,
Já lá dizia o refrão;
Mas desse mal eu padeça
E nunca do coração.
AGRADECIMENTOS:
+Algarve, no seu meritório objetivo de divulgação do que de melhor se faz na região, esteve presente e produziu gratuitamente um excelente vídeo para a posteridade, que pode ser visitado no site: www.maisalgarve.pt ou no YouTube em https://youtu.be/Y22alsU12Fs.
Para o êxito deste festival foi muito importante ajuda dos patrocinadores a quem agradecemos a preciosa colaboração. Muito obrigado à Câmara Municipal de Loulé, Junta de Freguesia de Salir, Junta de Freguesia de Alte, Junta de Freguesia do Ameixial, Junta de Freguesia de S. Clemente, Junta de Freguesia de S. Sebastião, União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim, Cafés Delta, Visacar e João Rafael com o  seu famoso medronho biológico.
A destacar também a colaboração da Comissão Vitivinícola do Algarve e da Associação de Escanções de Portugal, que se fizeram representar por dois conceituados especialistas, a imprensa regional com relevância para a Voz de Loulé, a Rádio FM total e a Rádio Sagres, que ajudaram a amplificar a divulgação junto da comunidade algarvia e de muitos residentes e visitantes estrangeiros.
Os vinhos do Algarve, que graças à valorização e investimento na qualidade, estão a conquistar inúmeros prémios nacionais e internacionais, devem merecem mais atenção e visibilidade de todos nós.
 






















quarta-feira, 8 de março de 2017

MULHER, ESPERANÇA

PARA TI MULHER
Não sei o que te diga
Que tu já não saibas
Com esse teu jeito de ser
Sensibilidade e afeição
Pulsátil razão e emoção,
Que tua subtil intuição
Não apreenda ou desvende.
Falar-te da história?
Dessa longa caminhada
Por direitos e reconhecimento?
Falar-te do presente, inexistente?
Porque se aconteceu, já é passado,
Se é porvir será futuro.
Futuro que por reinventar
Em manhãs floridas multicores
Em momentos voláteis de ternura
Com a rebeldia e a inquietação
De quem ousa sonhar e lutar
Pela cidade da Utopia.
Como cantava o Zeca
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
E irmos…
Maiores que o pensamento
Nesta apaixonante aventura,
De mãos dadas semear o amor
8 de março de 2017
JA

mulheres de Júlio Pomar


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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

APONTAMENTOS SOBRE O CARNAVAL E O ENTRUDO


Desde tempos remotos que se conhecem manifestações festivas neste período do ano, de despedida do período sombrio e frio do Inverno e de anúncio da Primavera, com toda a exuberância da natureza e clima mais ameno a convidar para a folia.
Já os gregos e romanos festejavam intensamente este despertar de forma especial, dando liberdade temporária aos escravos que vestiam como senhores, satirizando os seus amos, chegando a ser servidos por estes à mesa. Era um curto período em que era abolida a diferença entre escravos e cidadãos livres, chegando os romanos a suspender a sua atividade guerreira neste período dedicado às festas saturnais.
Carnaval tal como as festas populares são momentos de transgressão de quotidianos rotineiros, espaço e tempo para o convívio e a recriação cultural através das atividades performativas. São momentos instituintes importantes para a recriação da identidade cultural, ameaçada pela uniformização e a cultura de espetáculo, onde se assiste passivamente aos produtos culturais feitos mediatizados para consumo massificado. 
O Entrudo é um momento ainda mais significativo e exuberante de todas as festividades cíclicas, por desafiar mais a imaginação e ousadia, tendo sido por isso foi proibido na Idade Média pela Igreja e mais tarde consentido, depois verificarem o insucesso dessa tentativa de extinção desta tradição pagã.
No Algarve “o registo do “Carnaval Civilizado de Loulé” declara o ano de 1906, como o marco que assinala a mudança entre o que se define como Entrudo e o que se considera Carnaval.”. Começou como “Batalha de Flores”, com carros alegóricos floridos vindos das várias localidades do concelho, passou por uma fase relativamente agressiva em que os foliões atacavam os visitantes com tintas, ovos podes, sacos de serradura e chegavam mesmo a magoar com arremesso de objetos agressivos.
Evoluiu depois do 25 de Abril para a sátira política e muita sofisticação nos trabalhos de “escultura” , escapelizando figuras relevantes da nossa vida coletiva nacional, internacional e local, onde o desporto, as artes e a cultura não foram esquecidos.
Este ano, como não poderia deixar de ser a Geringonça tem centralidade neste Carnaval de Loulé, 2017, que conta com o desfile de 15 criativos carros alegóricos e muita animação, com centenas de foliões ao ritmo da música de inspiração brasileira.
O Enterro do Entrudo, à meia noite de terça feira ou na quarta feira seguinte, encerra este período que antecede a Quaresma, que por via religiosa recomenda recato e alguma abstinência.
Na Nave do Barão vamos retomar este ano a tradição do Enterro do Entrudo, que promete ser muito animado, misturando a saudade do defunto com muitos choros e imprecações. A partida será pelas 19 horas na Associação “Os Barões” e deixamos o convite para quem quiser associar-se a este divertido cortejo fúnebre.
Recursos bibliográficoa: A Grande “Geringonça” , edição da Câmara Municipal de Loulé e Festividades Cíclicas em Portugal, de Ernesto Veiga de Oliveira, Publicações D. Quixote.







sábado, 18 de fevereiro de 2017

AMIGOS DE BACO NA NAVE DO BARÃO


A Associação “Os Barões”, vai realizar no próximo dia 18 de Março o 3.º Festival do Vinho na Nave do Barão, onde estarão representadas algumas conceituadas Adegas do Algarve ( Adega da Tôr, Adega do Cantor, Herdade dos Pimenteis, Quinta da Malaca, Cabrita-Quinta da Vinha, Marquês dos Vales Monte da Casteleja, Monte do Além) e vinhos artesanais de viticultores da região. Em simultâneo decorrerá no local uma Feira de Artesanato com artesãos  locais a trabalhar ao vivo.
Do programa consta a prova de vinhos das adegas presentes e vinhos artesanais dos participantes no Concurso de Vinhos do Concelho de Loulé, onde se incluem os vinicultores da Nave do Barão e da região, cuja tradição vinícola remonta  ao Séc. XIII.
O Festival  encerra com Música Tradicional Portuguesa e o cantor-autor Afonso Dias.
Entrada livre.
Programa:
12.00hInauguração do Festival
Prova de Vinhos das adegas representadas e vinhos artesanais da região
Mostra de Artesanato Regional
13.00 hPetiscos e gastronomia regional
15.00hReunião do Júri do Concurso de Vinhos Artesanais
17.00hConferência com Engº Mário de Andrade
Enologia de Qualidade no Algarve”
19.00hSessão de entrega de prémios do    concurso de Vinhos Artesanais
20.00HSerão Musical com Afonso Dias,                       Andanças e Cantorias
NOTA: A Associação “Os Barões”, está situada  à entrada da aldeia da Nave do Barão (Salir/Loulé), a 13 km de Loulé em direção a Salir, na Estrada Municipal 1184, coordenadas N 37º 13’ 20’’ W8º 04’ 8’’. Caso venha pela N124/Messines, deverá seguir a estrada no sentido Paderne/Salir, depois em direção Alte. Passando por Alte chegará a Benafim. Percorra a estrada principal da vila, vire à direita, na 1ª saída para Loulé e siga sempre em frente até encontrar numa subida antes do Alto Fica onde verá a indicação de Nave do Barão. Vire, siga em frente e encontrará o local do Festival perto da saída da localidade.
PARA MAIS INFORMAÇÕES Tel. 962638117

IN ENGLISH
The Association “Os Barões” will be hosting the 3nd Nave do Barão Wine Festival on the 18th March, with free entrance. The event will feature some of the most renowned wineries in the Algarve (Adega da Tôr, Adega do Cantor, Herdade dos Pimenteis, Quinta da Malaca, Quinta da Vinha, Marquês dos Vales, Monte da Casteleja, Monte do Além) and a number of regional winegrowers with their homemade wines. A Handicraft Fair will be held simultaneously with local artisans working on site.
The wine tasting comprises a selection of wines from the participating wineries and the homemade wines from the participants of the Loulé Wine Contest. This contest will include winegrowers from Nave do Barão, whose wine tradition dates back to the 13th century. The Wine Festival closes with Portuguese Traditional Music Group Andanças e Cantorias and singer and songwriter Afonso Dias.
12 h - Opening of the festival
Wine tasting of the Algarve wineries and regional winegrowers
Regional handicraft fair
13 h – Regional food and snacks
15 h – Meeting of the contest jury
17h – Conference “High-quality winemaking in the Algarve” - Engº Mário de Andrade
19 h - Award ceremony
Afonso Dias and Andanças e Cantorias
NOTE: The Association “Os Barões” is located just after the entrance to the village of Nave do Barão (Salir/Loulé) on the right hand side. The GPS coordinates are N 37º 13’20’’ W8º 04’ 8’’. If you are coming from S. Bartolomeu de Messines towards Loulé, you will pass the villages of Alte and Benafim, before turning left before Alto Fica. If you are coming from Boliqueime towards Alte, yoou will have to turn right after Alto Fica. The Association is on the far end of Nave do Barão. Tel. 919749293

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

DIA DE S.VALENTIM

TEMPO DE EROS
Esvoaçam  pétalas de desejo,
ardentes inquietações
insubmissas pulsões
momentos oníricos
de mágicas alquimias.
“Fogo que arde sem se ver”
“Dentro da eternidade a cada instante”
“Não se pode adiar o coração”
“Nessa hora dos mágicos cansaços”
 “Minha estrela da tarde”
“Minha noite alvorecida”
Quotidianos de esperança
de seres frágeis e prodigiosos
efémeros, falíveis, inventivos
semeando imaginários intangíveis
de deuses eternos e perfeitos
com poderes ocultos infinitos.
Desenhamos cenários idílicos
No húmus fecundo da utopia,
perseguimos sonhos impossíveis
convocando  ternas palavras
para um sentimento indizível…
esse“ amor  que foge a dicionários”

Evocação do amor, dia 14 de fevereiro de 2017

Mesa redonda com Luís de Camões, Vinicius de Moraes, Ramos Rosa, Florbela Espanca, Ary dos Santos, Mia Couto e Drummond de Andrade, moderada por Joaquim Sarmento

sábado, 11 de fevereiro de 2017

BAILE DE CARNAVAL NA NAVE DO BARÃO

O ENTRUDO está à porta e a folia vai andar à solta, pois como reza o ditado Esta vida são dois dias e o Carnaval são três. Sábado dia 25 de fevereiro a noite promete ser animada com Carlos Coelho em mais um Baile de Carnaval, onde não faltará a graça e imaginação dos mascarados que prometem invadir a Associação Os Barões. Este ano, a exemplo do que aconteceu com as Janeiras baronenses e baronezas vão recriar o Enterro do Entrudo, na quarta feira de cinzas, interrompido durante uma década, após o falecimento de uma das grandes animadoras.
A GERINGONÇA vai servir de mote esta ano para o Carnaval de Loulé, com desfiles previstos para as tardes de sábado, domingo e terça feira.Mas Alte não fica atrás como seu carnaval mais caseiro e trapalhão, que irá desfilar nas tardes de domingo e terça. Em Quarteira prepara-se o Carnaval da Flor com desfile no Calçadão, também no sábado, domingo e segunda à tarde.
Esperemos que o Sol do Algarve nos contemple com o seu sorriso e pedir ao S. Pedro para não abra as torneiras nestes dias, que prometem ser muitos animados e de transgressão do quotidiano.Se o S. Pedro aparecer aqui pela Nave vou-lhe oferecer um copito de medronho biológico do João Rafael para não se esquecer de nós...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

MANUEL TEIXEIRA-GOMES E ZEUS (Divindade grega criadora dos deuses e dos homens)

O realizador Paulo Filipe Monteiro surpreendeu com a sua primeira grande metragem Zeus, dedicada a um grande estadista da 1.ª República, Manuel Teixeira-Gomes, homem de grande cultura e autor de prosas de  grande sensualidade e erotismo, eleito Presidente da República, que revelando grande desprendimento pelo poder e descrente do país que o elegeu, decidiu abdicar e embarcar no cargueiro holandês Zeus (deus grego pai dos deuses e dos homens), partindo para um,a viagem se retorno para Argel.
O filme é muito interessante, não só porque nos devolve a memória de um homem comprometido com os ideais humanistas, cruzando o imaginário erótico presente na sua obra literária, com a história da malograda República e os 17 anos de exílio solitário no Norte de África.

BREVE BIOGRAFIA DE MANUEL TEIXEIRA-GOMES
Nasceu num meio burguês rico em 1860, no  dia 27 de maio Portimão, viveu uma parte da infância numa casas espaçosas e confortáveis em Portimão e Ferragudo, frequentou  colégio na sua terra natal, entrou para o Seminário de Coimbra com 10 anos, matriculou-se na Faculdade de Medicina de Coimbra com 17 anos mas viria a desistir do curso contrariando a vontade paterna. Experimentou a vida boémia de Lisboa e integrou-se na vida política e literária convivendo com ilustres figuras republicanas, entre eles Teófilo Braga, João de Deus e Fialho de Almeida.
Após o cumprimento do serviço militar foi viver para o Porto integrando o meio artístico portuense ao lado de Soares dos Reis, Sampaio Bruno, Queirós Veloso. Fez a sua estreia literária com 21 anos na Folha Nova do Porto.  Desafiado pelo pai é encarregado de promover os frutos secos algarvios, especialmente o figo e a amêndoa, no estrangeiro, nomeadamente em França, Bélgica, Holanda aproveitando estas digressões para visitar também o Norte de África e o Médio Oriente. Aos 39 anos fixou-se em Portimão administrando as suas propriedades, casou-se com uma jovem filha de pescadores, dedicando-se à escrita publicando Cartas sem Moral Nenhuma, Agosto Azul, Sabina Freire, obras de grande sensualidade e erotismo. Escreveu também Desenhos e Anedotas de João de Deus e Gente Singular, tendo sido nomeado poucos meses depois da implantação da República ministro de Portugal em Londres, onde defendeu a política colonial portuguesa, ameaçada por ingleses e alemães. Foi demitido e chamado a Lisboa 7 anos depois, sendo detido por ordem de Sidónio Pais na condição de cárcere privado, acusado de ter mudado de posição em relação à I Guerra Mundial. Seria de novo nomeado pelo Governo de José Relvas como ministro em Madrid, tendo chefiado a delegação Portuguesa na Conferência Internacional de Génova em 1922. Um ano depois viria a ser eleito Presidente da República. A sua obra literária foi motivo de chacota e usada como arma de arremesso pelos seus adversários políticos, em diversos contextos sociais e políticos, nomeadamente nos debates parlamentares. Não foi nada fácil o seu desempenho presidencial perante a instabilidade política da República, assumindo a firme defesa do Parlamento e a crítica frontal dos militares que pretendiam ganhar mais relevância política. Gostava de passear anonimamente pelas ruas de Lisboa, de se misturar com o povo, de frequentar livrarias e utilizar o elétrico nas suas idas e voltas para o Palácio de Belém. O sétimo Presidente da República cumpriu apenas dois anos de mandato  renunciando em 1925, partiu no cargueiro Zeus para a Argélia, para um exílio voluntário que se tornou definitivo após a implantação do Fascismo, que se instalou no consolado do Estado Novo. 
No exílio manteve-se atento à evolução política nacional, orientou a reedição de algumas das suas obras, publicou Cartas a Columbano, Niovelas Eróticas e Regressos, Miscelândia e Maria Adelaide, romance que foi proibido pela Censura e os seus exemplares apreendidos. Faleceu em 1941 longe da pátria e um ano depois seria editada a título póstumo  Londres Maravilhosa.



Alguns excertos de escrita sensual, para abrir o apetite para a (re)descoberta deste autor português pouco (re)conhecido no nosso panorama literário.

"Despem-se com efeito, entre risos que mal ouvimos. Ambas são trigueiras, conquanto mostrem nos braços uma alvura que os rostos não faziam suspeitar.Diferem consideravelmente na idade.A uma delas alteia-lhe a camisa no peito com exuberâncias de amojo e na outra cai em pregas pelo grácil corpinho abaixo. Riem; riem muito, a porfiar qual delas há-de primeiro despir a camisa.  É a mais nova  que se decide: mostra no torneado tronco dois meios limões agudos onde a outra põe logo os lábios; depois esta abre a camisa, soltando túmidos seios maduros que a outra apalpa. Recrudescem os risos..." in Agosto Azul p.121

"Ali, durante horas evoquei o tesouro inesgotável da sua carne, a começar pelas faces que tinha macieza e o aroma dos alperces maduros, e os lábios perfumados, brandos, que me derretiam na boca melhor que os gomos das laranjas de sangue, até aos pés de deusa, de mármore polido e nevado" in Maria Adelaide, p.130

"O   Gregório ainda não tem vinte anos: é alto, forte bem feito. A cabeça de construção latina, a testa lisa e breve, o cabelo frisado, quase ruivo, os olhos cor de avelã verde e um pouco apartados do nariz. Nem um pelo de barba a pungir-lhe atez pesseguenta; as comissuras dos lábios abertas em cheio na carne e revirados como pequeninas pétalas de rosa. Uma cara que sorri, intrinsecamente luminosa, mas de expressão ambígua, inquietadora até ..."in Cartas sem Moral Nenhuma, p.158

" Fico ardendo em luxúria, e fumando sem cessar entretenho a minha insónia passeando no convés até quase de manhã. Para complicar a situação, a atmosfera de sensualidade intensifica-se com a presença de um marujo que, eu notara de dia, adolescente de expressão felina , imberbe, com a boca de delicado recorte (cujas comissuras comprime sem descanso) se cruza comigo centenas de vezes, na estreita passagem entre a amurada e a parede do salão. O seu olhar floresce, provoca-me, persdegue-me, acaricia-me. " in Novelas Eróticas, p.170

Fontes utilizadas: M. Teixeira-Gomes, o discurso do desejo de Urbano Tavares Rodrigues , edições 70 e  pesquisas diversas na internet
           



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Ode aos gatos em Janeiro

ESTÁS COM O JANEIRO...
OU ODE AOS GATOS COM CIO...
O cio
deambula nos telhados
em estranhas alquimias
constelações e ternura
de raivosas erupções
nas tertúlias ao luar.
Sombras, vultos,
vagidos lancinantes,
e o amor acontece
entre felinos impulsos
e ternas cumplicidades.
Pétalas trémulas e efémeras
dançam leves, dolentes
salpicando de alvura
a rubra terra pousia
prenha de húmus e brandura.
Novas folhagens
rompem em ventre fecundo.
Sinfonia de trinados
esvoaça do arvoredo
derramando magia
na planície molhada.
E nesta serena contemplação
eclodem dentro de mim
memórias, vivências e sonhos,
pulsáteis inquietações
revisitando tempos e lugares,
pessoas, afetos e mágoas
lembranças menino e moço
de aventuras e cansaços
entre revoadas de saudade,
espanto e deslumbramento...
raro sortilégio estar aqui
nesta Nave do Barão
de Alma e Coração.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

MAIS UMA DESCOBERTA DO GENOMA HUMANO

DESCOBERTO O GENE DA DEPRESSÃO
"Até agora não se tinha encontrado um único gene que fosse catalisador da depressão", afirmou à agência Efe a bióloga Tatiana Axenovitch, professora no Instituto de Citologia e Genética de Novosibirsk, na Sibéria."Por exemplo, com a ajuda do gene poder-se-á investigar mais profundamente o mecanismo que faz aparecer os sintomas depressivos", destacou.
A investigadora afirmou que "as circunstâncias da vida e o stress a que se está sujeito são fatores decisivos" e salientou a dificuldade de fazer um diagnóstico, porque a doença se manifesta com gravidade, intensidade, duração e frequência diferentes
"Por exemplo, com a ajuda do gene poder-se-á investigar mais profundamente o mecanismo que faz aparecer os sintomas depressivos", destacou.
A investigadora afirmou que "as circunstâncias da vida e o stress a que se está sujeito são fatores decisivos" e salientou a dificuldade de fazer um diagnóstico, porque a doença se manifesta com gravidade, intensidade, duração e frequência diferentes.

Esta aventura fascinante do Genoma Humano é um desafio inquietante na busca do conhecimento sobre as características e comportamentos de cada um de nós. Promessa de futuro? Todas as descobertas científicas podem ser utilizadas para fins mais ou menos generosos. A genética não foge à regra mas vale a pena acreditar num devir mais saudável e fraterno.