Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O VINHO- uma dádiva dos deuses

Não se sabe ao certo onde de onde é originária a vinha nem como surgiu o vinho, considerado uma uma "dádiva dos deuses" e a "essência da própria vida", mas supõe-se que possa ter surgido na Ásia Central, na região compreendida pela Arménia e antiga Pérsia. Admite-se que o vinho tenha resultado da fermentação ocasional de uvas que faziam parte do regime alimentar dos povos primitivos e o primeiros registos que dão conta da utilização de vinho para rituais religiosos, foram encontrados no antigo Egipto, o que indicia a existência de vinhas e de produção vinícícola, naquela região,  provavelmente há cerca cinco mil anos.
Na Península Ibérica os pioneiros da vinha e do vinho terão sido os Tartessos, povo que habitava na região da actual Andaluzia, a desenvolver há cerca de 4000 anos a viticultura, para consumo próprio, mas sobretudo para fins comerciais na região do Mediterrâneo.
Foram mais tarde os Fenícios que viriam a apoderar-se da atividade comercial dos Tartessos, incluindo naturalmente o nétar dos deuses.
Sabe-se que nos Gregos, no Séc. VII a. C., instalaram-se na Península Ibérica e desenvolveram a arte de produzir vinho. Os Celtas que também por cá estiveram e tinha familiaridade com a atividade vinícula, terão trazido novas castas e introduziram a técnica da tanoaria, onde o vinho era guardado para ser consumido ao longo do ano.
Região dos Tartessos

Grego bebendo 
Moeda Fenícia
Atribui-se ainda aos Romanos a modernização da vinha, através do o aperfeiçoamento o cultivo da vinha recorrendo a novas variedades e aplicando a técnica da poda nas videiras então existentes.
Com as invasões Árabes as atividades agrícolas, onde se incluíam as vinhas, foram incentivadas, sendo o vinho o principal produto exportado. A atividade vinícula deverá ter sofrido algum recuo nos séculos XI e XII, com o domínio dos Almorávidas e Almoadas,que levavam mais a peito os preceitos do Corão, que proibia o consumo do vinho.
Com a fundação de Portugal e a conquista definitiva do Algarve, alargaram-se as áreas de produção vinícola e vinho era um dos principais produtos exportados, tendo particular destaque no período dos descobrimentos e da expansão portuguesa, seguindo o vinho nos convés das naus acomodadas em toneis, sendo muito apreciado o vinho "torna viagem" devido ao seu aperfeiçoamento ao longo das demoradas viagens marítimas.
Os romanos e o vinho

Reconquista cristã
Cavalaria Árabe
D. Dinis, o lavrador
No século XVIII, com o impulso de Marquês de Pombal, a vitivinicultura ganhou maior relevância, sobretudo com os investimentos na Região do Douro e a produção do famoso vinho do Porto.
O vinho teve ao longo da história de Portugal uma enorme importância nas exportações mas no final do Século XIX, a vinha sofreu um revés ao ser atacada pela praga da "filoxera", importada de França e só viria a recuperar no início do Século XX, com a introdução de castas mais resistentes e a aplicação de caldas preventivas.
O vinho é omnipresente na poesia popular que lhe dedica imensas preciosidades, inspirou escritores (Fialho de Almeida," O País da Uvas", Miguel Torga, "As vindimas", Alves Redol uma triologia "Horizonte serrado", "Os Homens e as Sombras" e "Vindima de Sangue" e diversos poetas, entre eles Luís de Camões do qual reproduzimos um poema.
Com as recentes descobertas da importância do vinho para a saúde humana, nomeadamente por conter resveratol (presente sobretudo na pele e grainhas das uvas vermelhas), poderoso antioxidante e antiinflamatório, que atua conjuntamente com os genes. retardando o processo de envelhecimento cerebral, muscular e cardíaco.
No vinho como quase tudo na vida, devemos evitar os excessos porque o alcoolismo tem efeitos negativos provocando algumas doenças  no estômago, fígado e instestino.
A ciência vem no entanto dar aos que dedicaram odes ao vinho, cantaram as suas qualidades e o classificaram como uma "dádiva divina". Até Jesus Cristo, inspirando-se certamente nos antigos cultos egípcios, o tornou obrigatório nas práticas religiosas cristãs. Maomé não teria a mesma opinião, talvez por observar os efeitos negativos que o consumo excessivo de vinho provocava entre os muçulmanos.
Nau Portuguesa

Marquês de Pombal



Cada vez que vejo vir
Barcos à meia ladeira,
Lembram-me as moças de Cuba
E o vinho da Vidigueira.

Quinze e quinze são trinta.
São trinta! Não há vinho como o da Quinta.

É falar no escusado
Meter a mulher a caminho.
Provaste já o novo vinho?

Era no seco tempo que nas eiras
Ceres o fruto deixa aos lavradores:
Entra em anstreia o sol, no mês de Agosto;
Bago das uvas tira o doce mosto.

Luís Vaz de Camões




terça-feira, 6 de maio de 2014

BREVE HISTÓRIA DO VINHO DA NAVE DO BARÃO

A fama do vinho da Nave do Barão já vem de longe e foi contemplado no Foral que o Rei D. Afonso III, concedeu a Loulé (1266?) , quinze anos depois da conquista definitiva do Algarve.
No referido foral o rei reservou para si "40 avençadas de vinha conforme foram demarcadas para meus reguengos, para aqueles que as receberam para mim".
Era por isso seguramente um dos vinhos que ia à mesa deste rei D. Afonso III e mais tarde do rei D. Dinis que o sucedeu.
De acordo com a historiadora Isilda Martins, in "O foral de Loulé", "nas vinhas o rei reservou, as melhores, nelas foram incluídas as da Nave do Barão e o seu segredo, ainda hoje mantido, do seu tão apreciado vinho"
Ao longo de séculos os baronenses tiveram o vinho como principal fonte de rendimento e a extensa várzea da Nave do Barão estaria completamente ocupada por vinhedos, que produziam o tão afamado vinho, que devido às técnicas de fabrico e à forte maturação das uvas no verão soalheiro e quente, atingia valores elevados de álcool, de tal forma que os forasteiros, depois de beberem dois copos do precioso nétar , ficavam completamente "almareados".
Mas no final do Séc. XIX as vinhas da Nave do Barão, como aconteceu de norte a sul de Portugal, foram atacadas pela Filoxera, (doença provocada pelo inseto Penphigus vitifoliae) propagada de França, eventualmente através de castas de lá importadas. Esta doença das vinhas que ataca a parte subterrânea da planta, deverá por sua vez ter chegado a França, oriunda da América.
Os produtores de vinho da Nave do Barão, que tinham no vinho a sua principal fonte de rendimentos, devem ter passado um mau bocado e eliminaram as vinhas quase todas, substituindo-as pelo pomar de sequeiro tradicional do Algarve, plantando amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras e oliveiras.
A zona destinada a vinhas passou a ser na Lagoa da Nave, talvez porque devem ter verificado que nessa zona a temível doença não se fazia sentir com tanta intensidade, devido à sua proximidade do imenso espelho de água que ali se forma no inverno e se prolonga até ao mês de maio.
Apesar de ter reduzido imenso a área de vinha, houve quem desse continuidade à produção do famoso vinho da Nave do Barão, que hoje ainda é feito com recurso a técnicas antigas (o chamado vinho de bica aberta de cor rosada) mas também recorrendo à infusão temporária do mosto nos engaços, que fica com uma cor muito mais escura.
O Vinho da Nave do Barão, mantém as caraterísticas artesanais e a sua mística que vem de longe. Este cartão de visita vai ser a fonte de inspiração para o carro alegórico que vai desfilar na Festa da Espiga, que terá lugar em Salir no próximo dia 29 de Maio.


sábado, 3 de maio de 2014

MÃE SOBERANA-Festa Grande a 4 de maio

Amanhã cumpre-se mais uma vez esta tradição que teve início no Séc XVI e a Nossa Senhora da Piedade regressa de de novo à sua ermida,no cimo do monte, de onde tinha saído na Festa Pequena, que decorreu no dia 20 de abril.
A Santa segue num andor, que é transportado por oito homens valentes, vestidos de calças e opas brancas, que sobem o íngreme cerro, ao ritmo acelerado da música da Banda Filarmónica, acompanhados pela população. A escalada do caminho que dá acesso ao altar da Nossa Senhora da Piedade é um momento muito significativo da fé cristã em Loulé. Ao esforço gigantesco dos homens que transportam a Virgem, alia-se a força espiritual dos muitos fiéis que, em vivas à Nossa Senhora, em passo vivo e na cadência musicada dos homens da banda, vão “empurrando”, no calor da fé e calçada acima, o pesado andor da padroeira. 
Bem na frente do andor, ao meio podemos ver o jovem arquiteto Tiago Ferreira, que elaborou o projeto de arquitetura da Casa da Tita na Nave do Barão e está a  acompanhar as obras de reabilitação da casa dos falecidos donos, Sr. Joaquim Valente e Srª D. Maria da Conceição (Tita).


terça-feira, 29 de abril de 2014

PAULO MORAIS FOI À ASSEMBLEIA DA REPUBLICA DENUNCIAR POLÍTICOS CORRUPTOS

Com a frontalidade e sem medo, Paulo Morais foi à Assembleia da República denunciar de viva voz políticos corruptos que em vez de representarem o POVO que os elegeu defendem os interesses do Capital financeiro de quem são servos submissos. Vale a pena ver e ouvir este homem corajoso a chamar os bois pelos nomes. Curiosamente nenhum dos membros do Governo ou da Assembleia da República referidos contestaram estas afirmações. O que podemos concluir... cada um fará o seu próprio juizo.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

PROGRAMA DO DIA 1 DE MAIO NA NAVE DO BARÃO

A Associação os Barões volta a organizar o Dia de Maio:
13 h- Almoço- convívio
Trazido de casa ou com petiscos do Bar
15 h- Jogos tradicionais
Bicho, Burro, Setas, Matraquilhos
18 h- Baile animado por Helder Reis


terça-feira, 22 de abril de 2014

25 de Abril- poema de Sophia de Mello Breyner Andresen


25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

          Sophia de Mello Breyner Andresen – O nome  das coisas (1977)
A Assembleia da República aprovou  por unanimidade a concessão de honras de Panteão Nacional aos restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen, assinalando os dez anos da morte da escritora e os quarenta anos do 25 de Abril.
E assim será homenageada "a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne" e uma evocação do seu exemplo de "fidelidade aos valores da liberdade e da justiça".



domingo, 20 de abril de 2014

A PÁSCOA, Breve história e simbologia

Os festejos da Páscoa são muito antigos nos povos mediterrânicos. Decorriam durante o mês de março do nosso calendário e destinavam-se a evocar o fim do tempo frio e sombrio do inverno e a passagem para o tempo mais luminoso e alegre da primavera.
Na Grécia Antiga usavam o termo Pask  e  na Roma Antiga Pascae, que queriam dizer passagem.
Nos Hebreus o termo Pesach tem o mesmo significado e surge associado à fuga do Egipto, por volta do ano 1250 a.C.
Na tradição cristã, a Páscoa surge associada à ressurreição de Jesus Cristo e é celebrada depois do equinócio da Primavera, no domingo imediato ao surgimento da Lua Cheia.
O período anterior à Páscoa, compreendido pela quaresma, era um período de jejum, especialmente de carne de animais e durante a Semana Santa, na quinta feira de tarde e na sexta feira de manhã era sacrilégio trabalhar a terra e mexer no chão. Curiosamente este hábito ainda hoje persiste na Nave do Barão.
Antigamente, durante a quaresma, as crianças celebravam contratos  com outras crianças e adultos cruzando o dedo mindinho da mão direita dizendo os dois em coro : "contrato, contrato, contrato faremos no dia de Aleluia o desmancharemos".Quando se encontravam nos dias seguintes, o mas rápido ordenava "ajoelha" e o que era "apanhado" fazia uma vénia pegava na mão do outro, simulava um beijo dizendo "a bênção padrinho".No sábado de Aleluia os meninos e meninas andavam à espreita para surpreender os mais incautos e diziam "ajoelha e oferece".
E assim se ganhavam duas ou três amêndoas doces com o sabor especial a vitória.
 OS SÍMBOLOS DA PÁSCOA
Ovo- Para muitos povos está naturalmente associado ao nascimento
Coelho- No antigo Egipto símbolo de fertilidade, de nascimento e de esperança de nova vida.
Este símbolo foi levado para a América por emigrantes alemães no final do Séc. XVII e viria mais tarde a ganhar a notoriedade no simbolismo pascal.
Cordeiro- Símbolo cristão que pretende significar que Cristo, o cordeiro de Deus se sacrificou pela salvação da Humanidade.
Pão e vinho- Relacionados com a última ceia de Cristo, simbolizando o corpo e o sangue de Jesus.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

As portas que Abril abriu - Ary dos Santos

Era uma vez um país 
onde entre o mar e a guerra
 
vivia o mais infeliz
 
dos povos à beira-terra.



Era uma vez um país
 
de tal maneira explorado
 
pelos consórcios fabris
 
pelo mando acumulado
 
pelas ideias nazis
 
pelo dinheiro estragado
 
pelo dobrar da cerviz
 
pelo trabalho amarrado
 
que até hoje já se diz
 
que nos tempos do passado
 
se chamava esse país
 
Portugal suicidado.

Um povo que era levado 
para Angola nos porões
 
um povo que era tratado
 
como a arma dos patrões
 
um povo que era obrigado
 
a matar por suas mãos
 
sem saber que um bom soldado
 
nunca fere os seus irmãos.

Ora passou-se porém 
que dentro de um povo escravo
 
alguém que lhe queria bem
 
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança 
feita de força e vontade
 
era ainda uma criança
 
mas já era a liberdade.
Era já uma promessa 
era a força da razão
 
do coração à cabeça
 
da cabeça ao coração.
 
Quem o fez era soldado
 
homem novo capitão
 
mas também tinha a seu lado
 
muitos homens na prisão.


Esses que tinham lutado 
a defender um irmão
 
esses que tinham passado
 
o horror da solidão
 
esses que tinham jurado
 
sobre uma côdea de pão
 
ver o povo libertado
 
do terror da opressão.





De tudo o que Abril abriu
 
ainda pouco se disse
 
e só nos faltava agora
 
que este Abril não se cumprisse.
 
Só nos faltava que os cães
 
viessem ferrar o dente
 
na carne dos capitães
 
que se arriscaram na frente



(Excertos do poema original)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A ASSOCIAÇÃO "OS BARÕES" TEM NOVOS CORPOS SOCIAIS

Depois de uma crise diretiva prolongada, esta associação viveu tempos difíceis e só não fechou as suas portas graças à Marieta, que durante os últimos anos assegurou a abertura da Sede Social. Com a sua arte culinária, recriando os sabores tradicionais,,animou este espaço associativo,frequentado especialmente por caçadores da Associação de Caça e Pesca da Nave do Barão.
Para dar um novo impulso e reanimar "OS BARÕES", um grupo de sócios apresentou uma candidatura aos Corpos Sociais e elaborou um programa de atividades, que mereceram o voto unânime da Assembleia Geral. 
Novos Corpos Sociais  da Associação OS BARÕES para o biénio 2014-2015 são assim constituídos:






Direção
Presidente - Joaquim António Sarmento Guerreiro
Vice-Presidente - João Emanuel Valente Graça
Tesoureiro - Madalena Maria Guerreiro Batista
Secretário - Jorge Miguel Garcia Pereira
Vogal - Arménio Joaquim Álvaro Guerreiro
Vogal - Carlos Aurélio Varela Matoso
Vogal - Ana Teresa Caetano Guerreiro
Vogal - Manuel Caetano Baptista
Vogal - Paulo José Martins
Conselho Fiscal
Presidente - Manuel Duarte Guerreiro
Secretário - Carlos Henrique dos Ramos Graça
Relator - Jorge Manuel de Sousa Correia
Mesa da Assembleia Geral
Presidente - José Manuel Valente Graça
1º Secretário - Maria Angelina Sousa Guerreiro
2º Secretário - José Manuel Caetano Rodrigues 

Para a nova equipa diretiva e para Associação Barões desejamos os maiores sucessos.  
A Nave do Barão merece uma nova dinâmica  cultural, desportiva e recreativa.

domingo, 6 de abril de 2014

FERNANDO INÊS UM MAGO DO ACORDEÃO

 
FERNANDO DE SOUSA INÊS, nasceu na Nave do Barão e desde muito novo revelou grande paixão pela música. Aos 12 anos começou a sua brilhante carreira de acordeonista, aos 15 anos já integrava o Grupo Folclórico de Alte. Em Lisboa onde esteve alguns anos frequentou o Instituto António Matoso e veria o seu primeiro disco editado em 1962. Voltou ao Algarve onde participou em diversos grupos de Folclore. Contribuiu para o enriquecimento e divulgação do folclore algarvio em Portugal e no estrangeiro, fez recolhas de músicas antigas, compôs novas letras e músicas sendo hoje, com as suas intervenções  e diversos festivais nacionais e internacionais, um das maiores referências musicais do Algarve. O  Fernando Inês, acordeonista consagrado.quando sobre ao palco com a sua arte e magia, naquele seu jeito singular de manejar o acordeão,tem o raro sortilégio de fascinar com a mestria e magia do acordeão.
Se quiser saber mais sobre este artista singular consulte o blogue pessoal em:http://fernandosousaines.blogspot.pt/  onde pode ouvir algum do seu vasto reportório musical.
Pode ainda experimentar ver http://www.youtube.com/watch?v=zZdnrSsQJ0M , uma das suas atuações musicais.

domingo, 30 de março de 2014

A OUTRA FACE DA COPA DO MUNDO NO BRASIL

Quando era esperado grande entusiasmo dos brasileiros por terem no seu país o Campeonato do Mundo de Futebol, fomos surpreendidos por grandes manifestações populares a contestar este grande evento mundial.
Ao vermos este video, que tem uma versão diferente da que Dilma e o Governo do Brasil querem transmitir, percebemos melhor os motivos do descontentamento do povo irmão.
É a outra face da moeda ....

sábado, 29 de março de 2014

SATORY - UMA ASSOCIAÇÃO DE JOVENS ARTISTAS DE SALIR

No coração do Algarve, mais propriamente na Ponte de Salir, foi inaugurada com um magnífico espetáculo noturno, tendo a Ribeira como cenário, a Sede Social da Associação  SATORY, que significa em japonês ILUMINAÇÃO. Foram precisos quase dois anos de trabalho voluntário para recuperar o velho lagar de azeite, graças à persistência e criatividade deste grupo de jovens artistas com 14 anos de existência.
Um espaço agradável com bar, sala de jogos, auditório para espetáculos e galeria de arte, que vale a pena visitar para desfrutar deste ambiente mágico, beber um cafezito ou assistir aos concertos aos sábados à noite.
No exterior, em dimensões XXL cinco grandes artistas da música e das artes plásticas.
Parabéns aos jovens empreendedores que não fazem parte do roteiro de visitas de Cavaco Silva nem contaram com outros apoios que não fossem a mão de obra gratuita e uma genuína vontade de construir um espaço de convívio e artes performativas. VOTOS DOS MAIORES SUCESSOS PARA ESTE PROJETO ASSOCIATIVO!
Amália Rodrigues

Palco e sala de Convívio

Jean Basquiat

Pormenor artístico

Pormenor do interior

Bob Marley, John Lennon, Salvador Dali
pormenor à entrada

CANADÁ ABRAÇA NAVE DO BARÃO

Não foi notícia nas televisões mas aconteceu na passada quinta feira, na acolhedora casa do Casimiro Bota e da Teresa Sarmento, um ágape e opíparo almoço em honra de Johnny, filho da prima Rita e do Armando, que emigraram nos anos sessenta para o Canadá.
A família acolhedora
O Alexandre esteve muito ativo
Jonhy com a anfitriã Teresa
O Miguel e a Elisabete afinaram o seu inglês
O Johnny veio visitar a Nave do Barão acompanhado de Vicky, sua simpática esposa para este almoço de família, que foi um agradável momento de convívio bilingue, onde o português e o inglês se cruzaram com amizade e ternura. Foi um tempo para matar saudades e de saber notícias dos primos ausentes no Canadá.

Johnny e Vicky

terça-feira, 18 de março de 2014

FRANÇA PROÍBE MILHO TRANSGÉNICO

O Governo francês decidiu proibir o cultivo do milho transgénico da multinacional Monsanto, autorizado pela União Europeia, a algumas semanas da cimeira de líderes e quando é esperada a apresentação de um projecto de lei, em Abril.

Num decreto-lei publicado este sábado, o Governo justifica a decisão de proibir a variedade de milho Mon 810 dizendo que o seu cultivo, "sem medidas de gestão adequadas, representaria riscos graves para o ambiente, assim como perigo de propagação de organismos danosos". O documento refere várias vezes o "princípio de precaução" e as "incertezas" sobre as consequências da presença deste milho geneticamente modificado.

domingo, 16 de março de 2014

MOCIDADE QUE VAIS VOANDO, de Alvaro das Dores, poeta do Espargal

Há no Algarve uma tradição de poesia popular, cujo expoente máximo foi António Aleixo, que inspirou outros poetas da região, expressando-se muitas vezes em décimas, que desenvolviam a partir de uma quadra que servia de mote.
António das Dores, do sítio do Espargal, foi um desses poetas, do qual publicamos um trabalho notável sobre a juventude que se esvai com o passar do anos. Muito interessante...

MOTE
Já te soltaste do laço
Mocidade que vais voando
Pelo infinito espaço;
Eu por ti fico chorando.

GLOSA
Este mundo de ilusões
Que é certo não é mentira,
O tempo nos dá lições
Tudo dá e tudo tira. 
É uma roda que gira
Sempre no mesmo compasso,
Passa um dia é mais um passo
Que se dá p'ró pé da morte,
Mocidade foste forte
Já te soltaste do laço.

Deixas-me e vais-te embora,
Mas eu sempre recordarei
Lindos sonhos que sonhei
Nas Primaveras de outrora.
Eu já nos campos brincando
O rouxinol desafiando
Na relva dos olivais,
Deixas-me não voltas mais
Mocidade que vais voando.

Porque acabou esta esperança,
Me nasceu uma saudade
De quando era menor de idade,
Que estava na minha infância.
O tempo continuado avança
Minhas belezas foi roubando
Pouco a pouco escasseando
Dando trabalho e canseiras,
Adeus tempo das brincadeiras
Que até me deixas chorando.

E eu então corria,
Em noites de luar belas,
Brilhava no céu as estrelas
E em meu peito a harmonia.
O doce prazer eu sentia
Como um frutuoso abraço,
Hoje sou sim o teu cansaço
Dos tempos que vão correndo,
Para sempre desaparecendo
Pelo infinito espaço.

Este poema foi recolhido de uma gravação com o Tio Norinha, que morava no Alto Fica.
Geralmente era António das Dores, o irmão do poeta do Espargal, que declamava muitas das suas obras poéticas.



quinta-feira, 13 de março de 2014

BOLINHOS DE ALFARROBA, uma delícia

São fáceis de fazer, muito saborosos. Depois de provar não vai querer outra coisa...

200 gramas de farinha sem fermento
20 gramas de farinha alfarroba
1 colher de sobremesa com canela
100 gramas de açúcar
100 gramas de manteiga
1 ovo

Colocar todos os ingredientes num recipiente e amassar bem até a massa ficar homogénea.Para ter menos trabalho pode recorrer a a aparelhos que fazem estas misturas (máquina de pão, bimbi, ...) . Quando a massa estiver preparada  fazer bolinhas,mergulhar metade em açúcar e colocar no tabuleiro (açúcar para cima).  Com um garfo "esmagar" as bolinhas que deverão ficar com aspeto achatado e ondulado. Levar ao forno 180 º durante 20 min. Se quiser fazer em mais quantidade basta manter as proporções. Recomenda-se que não exceda o tempo previsto no forno porque poderão ficar demasiado duras.


quarta-feira, 12 de março de 2014

QUEIJARIA MARTINS- A excelência do queijo de cabra

Criada por iniciativa de um casal de jovens no sítio da Portela da Nave do Barão, a Queijaria Martins nasceu com o apoio da Associação In Loco e financiamento comunitário, fabricando queijo de cabra a partir do leite de algumas centenas de cabrinhas que fornecem a matéria prima.
Trata-se de um bom exemplo de empreendedorismo no Barrocal Algarvio, que levou Cavaco e Silva a visitar recentemente as suas instalações e a dar mais visibilidade a este projeto que tem vindo a crescer e a criar emprego na região. Os queijos feitos de forma artesanal mas com muita higiene e segurança alimentar, são uma delícia e neste momento já são consumidos por quase todo o Algarve. 
 
O leite de cabra tem evidentes vantagens sobre o leite de vaca porque tem menos 30% de colesterol, tem mais cálcio é mais digestivo e menos propensão para provocar alergias.


Madalena Baptista Quero felicitar a Queijaria Martins pelo empenho, pela qualidade dos seus queijos, e porque também veio trazer mais oportunidades de trabalho para a nossa região e é uma mais valia.

sábado, 8 de março de 2014

MULHER..., TEMOS O FUTURO POR REINVENTAR


Milénios de servidão
Peias que prendem sentimentos
Mágoas, desencantos, desvalias
Lágrimas  de dor e raiva
Na fonte salina do olhar
Lutas, derrotas, vitórias
Sementes de Liberdade
Cânticos de Fraternidade
Em "Lutas miudinhas "
No limbo de dias efémeros
Arte, poesia, sensibilidade
De semi-deusas-aladas
Viajando no colo do tempo
Derramando laços de ternura
Em Primaveras de esperança
Nos campos multicores do devir.

Obrigado mulher
Que sejam teus todos os dias.



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PÃO DE ALFARROBA- Já experimentou?

A alfarroba é um dos frutos secos do Algarve que está em expansão graças às propriedades fantásticas que estudos recentes revelaram, nomeadamente as potencialidades antioxidantes, semelhante ao azeite e superior ao vinho, o que a transforma num alimento recomendado no combate aos radicais livres e doenças crónico-degenerativas.
Facilita a assimilação do excesso de colestrol porque tem um teor elevado de fibras, sendo por isso recomendável na alimentação diária.
Na sua composição química a alfarroba tem 4,7% de proteína bruta, 1,6% de proteína digestível, 9,2% de fibra bruta, 3,5% de cinzas, 0,38% de cálcio, 0,09% de fósforo, 0,6% de gordura, 43% de açucares (glicose, sacarose, frutose).
O pão de alfarroba tem um sabor agradável e pode tornar-se um dos alimentos diários para acompanhar as refeições, beneficiando o consumidor de todas as vantagens associadas.
A farinha de alfarroba encontra-se à venda em vários pontos do Algarve e em casas de produtos dietéticos mas podemos em casa, utilizando máquinas apropriadas como a de moer café, transformas as vagens em farinha.
RECEITA DO PÃO DE ALFARROBA:
330g de água
1 colher de chá de sal
400 g de farinha de trigo
100 g de farinha de alfarroba
cerca de 11 g de fermento de padeiro
manteiga para untar o recipiente e farinha para polvilhar
PREPARAÇÃO:
1- Pré aquecer o forno a 200º C
2. Colocar a água e o sal mexendo bem
3. Misturar as farinhas e amassar bem 
4. Deixar a massa a levedar até que o volume cresça para o dobro
5. Levar ao forno durante 30 minutos
Fase de preparação

Finalmente, o delicioso pão de alfarroba.
                                           

domingo, 23 de fevereiro de 2014

MATANÇA DO PORCO - Tradição ou barbárie?

A matança do porco é uma tradição muito antiga, ligada a uma economia de subsistência, que aproveitava todas as partes do corpo para o consumo doméstico, ficando em conserva na salgadeira (não havia frigoríficos) e no fumeiro o varal com chouriças e paios, que iam sendo comidos a longo do ano. 
Para este dia eram convidados familiares e amigos que colaboravam nas diversas tarefas (os homens matam o porco e retalham as carnes, as mulheres fazem a comida e preparam o tempero e fazem os enchidos), sendo um momento festivo com almoço coletivo bem regado com vinho novo da colheita..
Esta tradição foi proibida durante muitos anos mas nem por isso deixou de ser praticada nas aldeias do barrocal e da serra algarvia.

Depois do almoço coletivo, com gastronomia típica, seguem-se as tarefas de tratamento das carnes, de conserva dos presuntos e do fabrico de chouriças e paios. Os presuntos depois de bem sovados com sal ficam a descansar na salgadeira e os enchidos colocados nos varais para serem fumados durante algumas semanas.
Trata-se de uma tradição que passou a ser legalizada mas é legítimo questionar sobre a violência a que o animal está sujeito nesta pratica tradicional e se não podem ser desenvolvidas técnicas que evitem ou atenuem o sofrimento do pobre suíno.
Trata-se de uma questão sensível e para recolher as opiniões dos nossos leitores, fizemos uma sondagem onde poderá participar escolhendo uma das quatro escolhas.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O AMOR É... de Joaquim Pessoa



"O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te... 
pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio. O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida. O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força. O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida. O amor dá-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz. O amor é um caos, o amor é uma ordem. O amor é um mágico. E um palhaço. E uma criança. O amor é um prisioneiro. E um guarda. Uma sentença. O amor é um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te. O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor sufoca-te. O amor é um sucesso. E um fracasso. Uma obsessão. Uma doença. O rasto de um cometa. Um buraco negro. Uma estrela. Um dia azul. Um dia de paz. O amor é um pobre. Um pedinte. O amor é um rico. Um hipócrita, um santo. Um herói e um débil. O amor é um nome. É um corpo. Uma luz. Uma cruz. Uma dor. Uma cor. É a pele de um sorriso." 

in "Ano Comum"


JOAQUIM PERSON * "love is the beginning. Love is the middle. Love is the end. Love makes you think, it makes you suffer, it makes you take the time, makes you forget the time. Love makes you choose, separating, rejecting. Love punishes you. Love makes up for you. Love is a reward and a punishment. Love hurts, love saves you, love is a lighthouse and a shipwreck. Love is joy. Love is sorrow. Is jealousy, orgasms, Bliss. The us, the other, the science of life. Love is a bird. A trap. A weakness and a strength. Love is a restlessness, a hope, a certainty, a doubt. Love gives you wings, love tips, love you, love you, love promises revenge, love makes you happy. Love is a chaos, love is an order. Love is a magician. And a clown. And a child. Love is a prisoner. And a guard. A sentence. Love is a guerrilla. Love compels you. Love commands you. Love steals. Love kills you. Remember love. Forget love. Love breathes. Love suffocates you. Love is a success. And a failure. An obsession. A disease. The trail of a comet. A black hole. A star. A blue day. A day of peace. Love is a poor. A beggar. Love is a rich. A hypocrite, a Saint. A hero and a weak. Love is a name. It's a body. A light. A cross. A pain. A color is the skin of a smile. " 

in "common year" (Translated by Bing)


FESTA DO CHOCOLATE EM LOULÉ

O Mercado de Loulé, lindíssimo edifício de inspiração árabe, foi durante três dias (13,14 e 15 de fevereiro) o local mais doce do Algarve, albergando diversos stands com as mais variadas iguarias em que o chocolate é o principal ingrediente.

Os visitantes, entre eles crianças de escolas e jardins de infância, deliciaram-se a ver e provar algumas deliciosas iguarias desde os bolos aos bombons, passando pelas cascatas, fondues, os licores ou pelas bebidas quentes, onde curiosamente também estiveram presentes produtores e os produtos regionais. O chocolate foi rei mas curiosamente começam a surgir também algumas alternativas deliciosas, tendo como base a alfarroba que se está a afirmar cada vez mais como o chocolate do Algarve, com a vantagem de ter um sabor agradável, ter menos menos teor de açúcar e por isso ainda mais saudável. 


A feliz ideia de fazer coincidir este evento com o Dia dos Namorados trouxe ainda mais ternura e magia ao evento.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

ALEX E AS MARAVILHAS DA NATUREZA ALGARVIA

Há uma interessante exposição para ver de Alexis Morgan, um jovem baronense que tem vindo a eternizar em fotografia o património natural do concelho de Loulé (fauna e flora). Uma pequena parte desse espólio deu origem a uma exposição itinerante, que pode ser visitada em Alte até ao dia 28 de fevereiro, entre as 9h e as 18 h, no Polo Museológico Cândido Guerreiro.
Alexis Mark Serra Guerreiro Morgan, nasceu em Londres em 1974, é Técnico de Ambiente na Câmara Municipal de Loulé, trabalha e faz as suas pesquisas nas Paisagens Protegidas da Rocha da Pena e Fonte Benémola.
A exposição tem fotografias fantásticas, intitula-se Pequenas e Grandes Maravilhas da Natureza e é especialmente dedicada à flora característica do Barrocal Algarvio e às lindíssimas borboletas naturais desse habitat.

Na versão inglesa, recorrendo ao texto divulgado na agenda municipal  de fevereiro:
"Small and Great Wonders of Nature" by Alexis Morgan, who is thouring though various locations.
This photographic exhibition portays some botanical specias and butterflies which can be found in the region.