Uma janela aberta para o mundo


No desafio complexo da comunicação, este blogue pretende ser um observatório do quotidiano de uma aldeia do Barrocal Algarvio, inserida no coração da Serra do Caldeirão, acompanhando os ritmos e ciclos da vida em permanente transformação.
Mas também uma janela aberta para a Aldeia Global mediatizada com os seu prodígios e perplexidades.
São bem vind@s tod@s os visitantes que convidamos a deixar o seu contributo, enriquecendo este espaço de encontro(s) e de partilha com testemunhos, críticas e sugestões.OBRIGADO PELA SUA VISITA! SE TIVER GOSTO E DISPONIBILIDADE DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

SALIR DO TEMPO- O REGRESSO AO PASSADO

A zona histórica de Salir, junto ao castelo, transforma-se de novo numa vila medieval , nos dias 11, 12 e 13 de julho, revisitando memórias e imaginários das feiras da Idade Média. São três dias mágicos com musica e danças da época, cavaleiros e damas passeando entre ruelas com história, onde não faltará a gastronomia e cenas evocativas do quotidiano medieval.
Afinal  as notícias difundidas na net prometendo são as entradas livres não são verdadeiras. tal como em edições anteriores as entradas custam 3 € por adulto ou 5 € com caneca inculída. No primeiro dia as entradas no recinto começam às 19 horas e no sábado e domingo iniciam-se a partir das 14 horas.


domingo, 22 de junho de 2014

"História do quadrilheiro Manuel Domingos Louzeiro"

Manuel Domingos Louzeiro o famoso ladrão de Salir

O meu avô Joaquim Guerreiro contou-me há muitos anos a história do famoso Manuel Domingos Louzeiro, famoso ladrão em Salir, que era acusado de imensos roubos na região, que chegavam a ocorrer simultâneamente em locais distantes.O famoso lampião acabou por ser preso mas apesar da sua prisão continuaram a ocorrer os roubos na região. António Aleixo contou a sua história em verso e muitos anos mais tarde Adriano Correia de Oliveira, com a sua voz notável e música de José Niza, eternizou em disco a canção que poderá ouvir na publicação acima.
Poderá acompanhar a canção lendo as quadras cheias de talento com a ironia subtil do famoso poeta, de que o atual presidente da Câmara Municipal de Loulé é neto. 

Adriano Correia de Oliveira
António Aleixo
MOTE

Já lá vai preso o ladrão
Que em toda a parte aparecia
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.

GLOSA
Meus senhores vão ouvir
A história do quadrilheiro
Manuel Domingos Louzeiro,
Que foi a pena cumprir,
Enquanto alguém de Salir,
Num primor de descrição,
Lhe chama até "Lampeão";
Mas, salirenses honrados,
Podeis dormir descansados,
Que lá foi preso o ladrão.

Já lá vai preso o ladrão
Que em toda a parte aparecia
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.

Pelas coisas que o povo diz,
Para uns, terrível bandido
Para outros, grande infeliz.
Mas eu, sem querer ser juiz,
Vi que ele se despedia
Da mulher com quem vivia
Numa amizade sincera
E não vi nele a tal fera
Que em toda a parte aparecia.

Já lá vai preso o ladrão
Que em toda a parte aparecia
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.

Desse rei dos criminosos
Direi aos que o conheceram,
Poucos crimes apareceram
E poucos são os queixosos;
Apenas alguns medrosos
Terrível fama lhe dão;
Para a justiça só são
Os seus crimes dois ou três,
Mas coisas que ele não fez
Contam-se mais de um milhão.

Já lá vai preso o ladrão
Que em toda a parte aparecia
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.

Por alguns sítios passava,
Onde há só gente honradinha,
Que roubava à vontadinha
E que ninguém acusava;
Tudo Domingos pagava,
E ele às vezes nem sabia
Que à sua sombra vivia
Gente que passa por justa,
Fazendo crimes à custa
Dos roubos que ele fazia.
Gente que passa por justa,
Fazendo crimes à custa
Dos roubos que ele fazia.

sábado, 7 de junho de 2014

A FESTA DA ESPIGA EM SALIR

A artesã Cremilde disse presente
De novo Salir encheu-se de visitantes, a tradição passeou-se em carros alegóricos, a animação durou três dias. Aqui ficam algumas imagens recolhidas e as quadras que não couberam no "tempo de antena"da Nave do Barão.
Cestaria tradicional

Fado com sevilhanas, o casamento perfeito
A graciosidade das danças infantis
Foi boa ideia inventar
A Festa da Espiga em Salir
Para nos podermos expressar
E às autoridades exigir
A tasquinha DOS BARÕES


E  aqui estamos de novo
Com muita satisfação
Mostrando a arte do povo
O Miguel e o Paulo
E uma velha tradição



 Desta antiga tradição
Um segredo bem guardado
O Vinho da Nave do Barão
A Sónia e o Miguel
 Por reis muito apreciado.

Na história ficou então
No foral que se tornou lei
O vinho da Nave do Barão
Para ir à mesa do rei.

Este vinho sobe à cabeça
A expressividade da Rita
E provoca “ almareação”,
Mas deste mal eu padeça
E nunca do coração.
Alex Jones
Bailarinas da Olga
Muitas vezes aqui viemos
Rosas da Madalena
Nas antigas edições;
Promessas que aqui ouvimos
Não passaram de intenções.

Veio com Abril a liberdade
Progresso e livre expressão,
Estrada, água e eletricidade
Camioneta e a  associação.
O Bernardino também lá esteve
Os frutos secos não faltaram à festa

Da junta, o sr. Presidente
Mandou colocar um placard,
E mais  recentemente 
Os bancos para nos sentar.
Espiguinhas muito animadas
Música tradicional portuguesa
Associações e agentes locais










E o camarada Arménio patrocinado pela...
Na Câmara e no novo edil
Depositamos muitas esperanças
De ter um parque infantil
Para bem das nossas crianças.

Gratos pela vossa atenção
Não vos queremos maçar,
Em nome da Nave do Barão
A todos queremos saudar.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

VALE A PENA VISITAR SALIR NA FESTA DA ESPIGA

A Festa da Espiga é celebrada em todo o país de acordo com o calendário litúrgico cristão, na Quinta Feira da Ascenção, evocando a subida de Jesus Cristo ao Céu, sendo dia feriado no concelho de Loulé.No Sul de Portugal é tradição as pessoas irem para o campo para apanhar a "espiga", formando um ramo composto por espigas de trigo (a abundância), um ramo de oliveira (a paz), decorado com papiolas, malmequeres ou pampilhos ou outras flores campestres(simbolizando a beleza e a festa). Chegados a casa penduram o ramo dentro geralmente na parede da cozinha ou da sala, sendo substituído por outro ramo no ano seguinte  Este ano o Dia da Espiga será no dia 29 de maio. Salir e as aldeias vizinhas comemoram este dia com uma festa lindíssima, de cariz etnográfico, desfilando em carros alegóricos, evocando a memória do passado e as atividades agrícolas da freguesia.
Esta festa realizou-se pela primeira vez em 23/05/1968 por iniciativa do então presidente da Junta de Freguesia, o Sr. José Viegas Gregório, que trouxe a Salir as mais altas individualidades de Loulé e do distrito de Faro para assistir ao cortejo.Nas várias edições, antes e depois do 25 de Abril, as diferentes localidades aproveitam a presença dos responsáveis políticos para fazer os seus pedidos de melhoramentos para suas localidades, muitas vezes esquecidas pelo poder político.
Nos últimos anos o programa foi bastante enriquecido, prolongando-se durante três dias, com momentos de convívio e animação.
Este ano, além do desfile etnográfico durante a tarde de quinta feira, dia 29 de maio, haverá também a Noite da Espiga com folclore e outras intervenções musicais. a Noite Popular na sexta feira e a Noite da Juventude no sábado, contam com  espetáculos musicais e animação de rua, não faltando as iniciativas para crianças jovem e idosos e a gastronomia típica da região, nas tasquinhas montadas na Rua José Viegas Gregório.
Durante três dias Salir sai da sua pacatez, ganha outra alma e recebe em festa milhares de visitantes portugueses e estrangeiros. A Festa da Espiga em Salir é um momento único de arte e tradição popular, vale a pena visitar.

domingo, 25 de maio de 2014

MOTARDS de SALIR à moda antiga

A Associação Cultural de Salir organizou pela 3.ª vez, no passado dia 17 de Maio, uma reunião  de aficionados das motorizadas antigas, juntando neste evento perto de duas centenas de participantes.
Visitaram várias localidades da Freguesia de Salir e estiveram na Associação "Os Barões", que os recebeu com simpatia.O Almoço convívio decorreu no Campo de Futebol de Salir  e foi muito animado.. Foi uma iniciativa muito interessante que deu para matar saudades e reencontrar velhos amigos. Parabéns aos organizadores. Para o ano há mais...
Este ajuntamento de motorizadas evoca a concentração de antigamente à porta dos bailes na região, animados por acordeonistas.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O VINHO- uma dádiva dos deuses

Não se sabe ao certo onde de onde é originária a vinha nem como surgiu o vinho, considerado uma uma "dádiva dos deuses" e a "essência da própria vida", mas supõe-se que possa ter surgido na Ásia Central, na região compreendida pela Arménia e antiga Pérsia. Admite-se que o vinho tenha resultado da fermentação ocasional de uvas que faziam parte do regime alimentar dos povos primitivos e o primeiros registos que dão conta da utilização de vinho para rituais religiosos, foram encontrados no antigo Egipto, o que indicia a existência de vinhas e de produção vinícícola, naquela região,  provavelmente há cerca cinco mil anos.
Na Península Ibérica os pioneiros da vinha e do vinho terão sido os Tartessos, povo que habitava na região da actual Andaluzia, a desenvolver há cerca de 4000 anos a viticultura, para consumo próprio, mas sobretudo para fins comerciais na região do Mediterrâneo.
Foram mais tarde os Fenícios que viriam a apoderar-se da atividade comercial dos Tartessos, incluindo naturalmente o nétar dos deuses.
Sabe-se que nos Gregos, no Séc. VII a. C., instalaram-se na Península Ibérica e desenvolveram a arte de produzir vinho. Os Celtas que também por cá estiveram e tinha familiaridade com a atividade vinícula, terão trazido novas castas e introduziram a técnica da tanoaria, onde o vinho era guardado para ser consumido ao longo do ano.
Região dos Tartessos

Grego bebendo 
Moeda Fenícia
Atribui-se ainda aos Romanos a modernização da vinha, através do o aperfeiçoamento o cultivo da vinha recorrendo a novas variedades e aplicando a técnica da poda nas videiras então existentes.
Com as invasões Árabes as atividades agrícolas, onde se incluíam as vinhas, foram incentivadas, sendo o vinho o principal produto exportado. A atividade vinícula deverá ter sofrido algum recuo nos séculos XI e XII, com o domínio dos Almorávidas e Almoadas,que levavam mais a peito os preceitos do Corão, que proibia o consumo do vinho.
Com a fundação de Portugal e a conquista definitiva do Algarve, alargaram-se as áreas de produção vinícola e vinho era um dos principais produtos exportados, tendo particular destaque no período dos descobrimentos e da expansão portuguesa, seguindo o vinho nos convés das naus acomodadas em toneis, sendo muito apreciado o vinho "torna viagem" devido ao seu aperfeiçoamento ao longo das demoradas viagens marítimas.
Os romanos e o vinho

Reconquista cristã
Cavalaria Árabe
D. Dinis, o lavrador
No século XVIII, com o impulso de Marquês de Pombal, a vitivinicultura ganhou maior relevância, sobretudo com os investimentos na Região do Douro e a produção do famoso vinho do Porto.
O vinho teve ao longo da história de Portugal uma enorme importância nas exportações mas no final do Século XIX, a vinha sofreu um revés ao ser atacada pela praga da "filoxera", importada de França e só viria a recuperar no início do Século XX, com a introdução de castas mais resistentes e a aplicação de caldas preventivas.
O vinho é omnipresente na poesia popular que lhe dedica imensas preciosidades, inspirou escritores (Fialho de Almeida," O País da Uvas", Miguel Torga, "As vindimas", Alves Redol uma triologia "Horizonte serrado", "Os Homens e as Sombras" e "Vindima de Sangue" e diversos poetas, entre eles Luís de Camões do qual reproduzimos um poema.
Com as recentes descobertas da importância do vinho para a saúde humana, nomeadamente por conter resveratol (presente sobretudo na pele e grainhas das uvas vermelhas), poderoso antioxidante e antiinflamatório, que atua conjuntamente com os genes. retardando o processo de envelhecimento cerebral, muscular e cardíaco.
No vinho como quase tudo na vida, devemos evitar os excessos porque o alcoolismo tem efeitos negativos provocando algumas doenças  no estômago, fígado e instestino.
A ciência vem no entanto dar aos que dedicaram odes ao vinho, cantaram as suas qualidades e o classificaram como uma "dádiva divina". Até Jesus Cristo, inspirando-se certamente nos antigos cultos egípcios, o tornou obrigatório nas práticas religiosas cristãs. Maomé não teria a mesma opinião, talvez por observar os efeitos negativos que o consumo excessivo de vinho provocava entre os muçulmanos.
Nau Portuguesa

Marquês de Pombal



Cada vez que vejo vir
Barcos à meia ladeira,
Lembram-me as moças de Cuba
E o vinho da Vidigueira.

Quinze e quinze são trinta.
São trinta! Não há vinho como o da Quinta.

É falar no escusado
Meter a mulher a caminho.
Provaste já o novo vinho?

Era no seco tempo que nas eiras
Ceres o fruto deixa aos lavradores:
Entra em anstreia o sol, no mês de Agosto;
Bago das uvas tira o doce mosto.

Luís Vaz de Camões




terça-feira, 6 de maio de 2014

BREVE HISTÓRIA DO VINHO DA NAVE DO BARÃO

A fama do vinho da Nave do Barão já vem de longe e foi contemplado no Foral que o Rei D. Afonso III, concedeu a Loulé (1266?) , quinze anos depois da conquista definitiva do Algarve.
No referido foral o rei reservou para si "40 avençadas de vinha conforme foram demarcadas para meus reguengos, para aqueles que as receberam para mim".
Era por isso seguramente um dos vinhos que ia à mesa deste rei D. Afonso III e mais tarde do rei D. Dinis que o sucedeu.
De acordo com a historiadora Isilda Martins, in "O foral de Loulé", "nas vinhas o rei reservou, as melhores, nelas foram incluídas as da Nave do Barão e o seu segredo, ainda hoje mantido, do seu tão apreciado vinho"
Ao longo de séculos os baronenses tiveram o vinho como principal fonte de rendimento e a extensa várzea da Nave do Barão estaria completamente ocupada por vinhedos, que produziam o tão afamado vinho, que devido às técnicas de fabrico e à forte maturação das uvas no verão soalheiro e quente, atingia valores elevados de álcool, de tal forma que os forasteiros, depois de beberem dois copos do precioso nétar , ficavam completamente "almareados".
Mas no final do Séc. XIX as vinhas da Nave do Barão, como aconteceu de norte a sul de Portugal, foram atacadas pela Filoxera, (doença provocada pelo inseto Penphigus vitifoliae) propagada de França, eventualmente através de castas de lá importadas. Esta doença das vinhas que ataca a parte subterrânea da planta, deverá por sua vez ter chegado a França, oriunda da América.
Os produtores de vinho da Nave do Barão, que tinham no vinho a sua principal fonte de rendimentos, devem ter passado um mau bocado e eliminaram as vinhas quase todas, substituindo-as pelo pomar de sequeiro tradicional do Algarve, plantando amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras e oliveiras.
A zona destinada a vinhas passou a ser na Lagoa da Nave, talvez porque devem ter verificado que nessa zona a temível doença não se fazia sentir com tanta intensidade, devido à sua proximidade do imenso espelho de água que ali se forma no inverno e se prolonga até ao mês de maio.
Apesar de ter reduzido imenso a área de vinha, houve quem desse continuidade à produção do famoso vinho da Nave do Barão, que hoje ainda é feito com recurso a técnicas antigas (o chamado vinho de bica aberta de cor rosada) mas também recorrendo à infusão temporária do mosto nos engaços, que fica com uma cor muito mais escura.
O Vinho da Nave do Barão, mantém as caraterísticas artesanais e a sua mística que vem de longe. Este cartão de visita vai ser a fonte de inspiração para o carro alegórico que vai desfilar na Festa da Espiga, que terá lugar em Salir no próximo dia 29 de Maio.


sábado, 3 de maio de 2014

MÃE SOBERANA-Festa Grande a 4 de maio

Amanhã cumpre-se mais uma vez esta tradição que teve início no Séc XVI e a Nossa Senhora da Piedade regressa de de novo à sua ermida,no cimo do monte, de onde tinha saído na Festa Pequena, que decorreu no dia 20 de abril.
A Santa segue num andor, que é transportado por oito homens valentes, vestidos de calças e opas brancas, que sobem o íngreme cerro, ao ritmo acelerado da música da Banda Filarmónica, acompanhados pela população. A escalada do caminho que dá acesso ao altar da Nossa Senhora da Piedade é um momento muito significativo da fé cristã em Loulé. Ao esforço gigantesco dos homens que transportam a Virgem, alia-se a força espiritual dos muitos fiéis que, em vivas à Nossa Senhora, em passo vivo e na cadência musicada dos homens da banda, vão “empurrando”, no calor da fé e calçada acima, o pesado andor da padroeira. 
Bem na frente do andor, ao meio podemos ver o jovem arquiteto Tiago Ferreira, que elaborou o projeto de arquitetura da Casa da Tita na Nave do Barão e está a  acompanhar as obras de reabilitação da casa dos falecidos donos, Sr. Joaquim Valente e Srª D. Maria da Conceição (Tita).


terça-feira, 29 de abril de 2014

PAULO MORAIS FOI À ASSEMBLEIA DA REPUBLICA DENUNCIAR POLÍTICOS CORRUPTOS

Com a frontalidade e sem medo, Paulo Morais foi à Assembleia da República denunciar de viva voz políticos corruptos que em vez de representarem o POVO que os elegeu defendem os interesses do Capital financeiro de quem são servos submissos. Vale a pena ver e ouvir este homem corajoso a chamar os bois pelos nomes. Curiosamente nenhum dos membros do Governo ou da Assembleia da República referidos contestaram estas afirmações. O que podemos concluir... cada um fará o seu próprio juizo.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

PROGRAMA DO DIA 1 DE MAIO NA NAVE DO BARÃO

A Associação os Barões volta a organizar o Dia de Maio:
13 h- Almoço- convívio
Trazido de casa ou com petiscos do Bar
15 h- Jogos tradicionais
Bicho, Burro, Setas, Matraquilhos
18 h- Baile animado por Helder Reis


terça-feira, 22 de abril de 2014

25 de Abril- poema de Sophia de Mello Breyner Andresen


25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

          Sophia de Mello Breyner Andresen – O nome  das coisas (1977)
A Assembleia da República aprovou  por unanimidade a concessão de honras de Panteão Nacional aos restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen, assinalando os dez anos da morte da escritora e os quarenta anos do 25 de Abril.
E assim será homenageada "a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne" e uma evocação do seu exemplo de "fidelidade aos valores da liberdade e da justiça".



domingo, 20 de abril de 2014

A PÁSCOA, Breve história e simbologia

Os festejos da Páscoa são muito antigos nos povos mediterrânicos. Decorriam durante o mês de março do nosso calendário e destinavam-se a evocar o fim do tempo frio e sombrio do inverno e a passagem para o tempo mais luminoso e alegre da primavera.
Na Grécia Antiga usavam o termo Pask  e  na Roma Antiga Pascae, que queriam dizer passagem.
Nos Hebreus o termo Pesach tem o mesmo significado e surge associado à fuga do Egipto, por volta do ano 1250 a.C.
Na tradição cristã, a Páscoa surge associada à ressurreição de Jesus Cristo e é celebrada depois do equinócio da Primavera, no domingo imediato ao surgimento da Lua Cheia.
O período anterior à Páscoa, compreendido pela quaresma, era um período de jejum, especialmente de carne de animais e durante a Semana Santa, na quinta feira de tarde e na sexta feira de manhã era sacrilégio trabalhar a terra e mexer no chão. Curiosamente este hábito ainda hoje persiste na Nave do Barão.
Antigamente, durante a quaresma, as crianças celebravam contratos  com outras crianças e adultos cruzando o dedo mindinho da mão direita dizendo os dois em coro : "contrato, contrato, contrato faremos no dia de Aleluia o desmancharemos".Quando se encontravam nos dias seguintes, o mas rápido ordenava "ajoelha" e o que era "apanhado" fazia uma vénia pegava na mão do outro, simulava um beijo dizendo "a bênção padrinho".No sábado de Aleluia os meninos e meninas andavam à espreita para surpreender os mais incautos e diziam "ajoelha e oferece".
E assim se ganhavam duas ou três amêndoas doces com o sabor especial a vitória.
 OS SÍMBOLOS DA PÁSCOA
Ovo- Para muitos povos está naturalmente associado ao nascimento
Coelho- No antigo Egipto símbolo de fertilidade, de nascimento e de esperança de nova vida.
Este símbolo foi levado para a América por emigrantes alemães no final do Séc. XVII e viria mais tarde a ganhar a notoriedade no simbolismo pascal.
Cordeiro- Símbolo cristão que pretende significar que Cristo, o cordeiro de Deus se sacrificou pela salvação da Humanidade.
Pão e vinho- Relacionados com a última ceia de Cristo, simbolizando o corpo e o sangue de Jesus.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

As portas que Abril abriu - Ary dos Santos

Era uma vez um país 
onde entre o mar e a guerra
 
vivia o mais infeliz
 
dos povos à beira-terra.



Era uma vez um país
 
de tal maneira explorado
 
pelos consórcios fabris
 
pelo mando acumulado
 
pelas ideias nazis
 
pelo dinheiro estragado
 
pelo dobrar da cerviz
 
pelo trabalho amarrado
 
que até hoje já se diz
 
que nos tempos do passado
 
se chamava esse país
 
Portugal suicidado.

Um povo que era levado 
para Angola nos porões
 
um povo que era tratado
 
como a arma dos patrões
 
um povo que era obrigado
 
a matar por suas mãos
 
sem saber que um bom soldado
 
nunca fere os seus irmãos.

Ora passou-se porém 
que dentro de um povo escravo
 
alguém que lhe queria bem
 
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança 
feita de força e vontade
 
era ainda uma criança
 
mas já era a liberdade.
Era já uma promessa 
era a força da razão
 
do coração à cabeça
 
da cabeça ao coração.
 
Quem o fez era soldado
 
homem novo capitão
 
mas também tinha a seu lado
 
muitos homens na prisão.


Esses que tinham lutado 
a defender um irmão
 
esses que tinham passado
 
o horror da solidão
 
esses que tinham jurado
 
sobre uma côdea de pão
 
ver o povo libertado
 
do terror da opressão.





De tudo o que Abril abriu
 
ainda pouco se disse
 
e só nos faltava agora
 
que este Abril não se cumprisse.
 
Só nos faltava que os cães
 
viessem ferrar o dente
 
na carne dos capitães
 
que se arriscaram na frente



(Excertos do poema original)